terça-feira, 31 de dezembro de 2013

AS ONDAS DO TEU SILÊNCIO




Gostaria de saber como caminhar
sobre as ondas do teu silêncio,
como abrir o mar do teu peito,
e nele, ser viajante nos teus desejos.


Num amor sem preconceito,
ao nosso jeito.


Como a peça que fecha o puzzle
encaixando na roda da vida
que é a minha e a tua.

Amor sem dor, como o amor deve ser
e no passar dos dias a rejuvenescer

DC

domingo, 29 de dezembro de 2013

Em SOnhos ViajAMOS para LONGEs tão remotos,



“O sonho que comanda a vida”, como diz o poeta, não é aquele que nos preenche durante o sono, mas quando na hipótese dos dias, pensamos a possibilidade de realizar algo que gostaríamos, para nossa satisfação como seres humanos. Os sonhos afinal são pensamentos tidos de olhos abertos, imaginando e projectando o que seria a nossa realidade, se a pudéssemos construir de acordo com os nosso desejos e vontades. Sonham-se as coisa materiais como a casa, sua dimensão e recheio, o carro a sua qualidade e aspecto visual, a roupa e a sua adequação à utilização, quantidade e gosto, e muitas outras. Sonham-se estados emocionais, que envolvem as nossas relações de amizade, o parceiro do nosso amor, os filhos que queremos e como serão. Sonhamos a felicidade, com os que julgamos contribuiriam para nos sentirmos de bem connosco próprios, e com o mundo em que vivemos.


Em sonhos viajamos para longes tão remotos, como remota se torna a sua realização, no entanto, quando um deles se realiza, é como se todos se realizassem, por isso continuamos sonhando.

Ao passar da meia noite de dois mil e treze, para dois mil e catorze, todos pensarão em novos sonhos, uns comendo passas, outros uvas, e outros nem uma coisa nem outra, Só o sonho de realizar um novo ano com mais sucesso os liga a todos.

DC

SOU FOLHA..



Caída,
Perdida,
É o chão
Sua guarida.
Morta
Ganha vida,
Beleza
estética,
Ascética.
Natureza,
Desígnio,
Significado,
Presente
E passado.

DC

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Deixei a bicicleta


Deixei a bicicleta
Perdida nas ruas,
Não queria ser da secreta,
Nem tão discreta
Como as palavras cruas.


QuerIa ser eu,
Vogando ao meu prazer,
Pelas ruas da cidade
Que um dia me viu nascer,
E te encontrar de verdade
Num Natal a acontecer.

DC

domingo, 22 de dezembro de 2013

A TUA FACE RAIZ DAS SOMBRAS






A tua face raiz das sombras
A tua face memória de escombros
A tua face resto de uma partida
A tua face agora descolorida
Nela minha noite era dia
E era nela que o meu amor acontecia.
Hoje, tua face é a sombra
Da árvore, que no Outono
Se perdeu ao abandono.
Perdeu-se no correr dos dias,
Como o amor que aconteceu
E que pela dor esmoreceu.
Resta a sombra da árvore
Na parede branca,
Marca das raízes de um sonho meu,
De que na vida tudo o que encanta,
Pode não ser mais do que um sonho,
Que um dia aconteceu.

DC

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

A Sério Vô...




Na nossa saída domingueira, lá vamos nós mais uma vez ao shopping, Não sem antes lhe perguntar, se poderíamos ir a Serralves ver se havia uma nova exposição, ao que ele, com ar de criança sabida, me respondeu - É seca avô...

Já sentados numa das mesas na zona dos restaurantes.
- Sabes vô trouxe marcadores na minha bolsa para desenharmos!
- Trouxeste marcadores... e o papel - digo eu?

Ele arrancou de dentro da bolsa um pequeno bloco de folhas brancas,
-Eu trouxe este, é pequenino....deveria ser um grande...

Olha para o caderno da capas pretas que tenho nas mãos com ar matreiro e fica, pacientemente, esperando a minha decisão, enquanto escolhe um dos marcadores em cima da mesa.
Tiro duas folhas de papel quadriculado formato A4 e dou-lhe.
COmo interregno antes de começar, desafia-me a saber quem trás mais canetas, ou marcadores, para desenhar, pois sabe que eu sempre trago várias.
Começa a desenhar linhas e enchendo os espaços vazios com cor, concentra-se no que faz, entretanto vai dizendo para eu também desenhar.

Ficamos desenhando os dois. Umas vezes cada um fazendo o seu desenho, outras vezes colaborando.
Cai um marcador.
- Miúdo apanha o marcador..
- Estás a chamar miúdo a quem vô? Pergunta ele todo empertigado nos seus cinco anitos.

Desenha barras de cor e diz que está a fazer uma bandeira.
Questiono:
- Bandeira e sem símbolo..sem emblema?..
- Está bem – condescende ele – vô.. faz-me então uma daquelas coisas que se usam para estar no campismo..
- Não estou a ver rapaz?
- A sério vô, não estás a ver?
- Uma tenda?
- Sim isso - e ri-se.

A conversa desenvolve-se num trocar de palavras com perguntas e respostas num discurso inesperado, com expressões que me fazem sorrir.
- Oh vô, não brinques comigo, nem pensar – diz ele.

Assim vai decorrendo o nosso encontro... As frases saem-lhe em discurso fluido, entre risos, riscos e cores, O tempo voa...não parece haver ali, duas gerações tão distantes.
Não sei se é, no remate das nossas vidas, o regresso à criança que fomos no passado, ou o prazer de o voltarmos a ser, que torna estes momentos tão deliciosos. Uma coisa é certa, são imperdíveis.

DC


SÃO ÁRVORES SENHOR..



Estão sós, como que perdidas. E mesmo assim desnudas, tem uma presença e beleza incríveis na paisagem.

Vestem e despem-se de acordo com a estação do ano, Tomam diferentes aspectos e riqueza, como seguissem a moda. Na sua maioria, mantêm a sua estrutura e crescem atingindo algumas grande porte, Outras há, que têm quem as cuida, alimentando-as e melhorando a sua qualidade, aparando e alterando a sua forma.
Seus troncos e pequenos galhos despidos, quando aparados, rasgam o espaço, desenhando-se contra céu como esqueletos, ou fantasmas...onde os pássaros não encontram, nem comida nem abrigo, por isso evitam-nas.

O nosso olhar e pensamento, tornam-se estranhos quando as observamos, Elas parecem transportar para nós uma certa nostalgia, como se a perda das suas roupagens fosse culpa nossa, e as quiséssemos aconchegar e proteger, até ao renascer da primavera.

Tão despidas e nuas, como nós quando perdemos o pé nas escadas da vida. Elas quase sempre renascem com mais vigor e com novas roupagens, Nós, os humanos, muitas vezes nos perdemos, sem nunca voltar a renascer.

DC

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

A RAZÂO DO MEU PARTIR


Sim, carregado de enigmas, eu serei, perante outros de olhos tão abertos e de linguagem, simples. Esses outros, que meio do nevoeiro das suas decisões, está sempre tudo tão claro que nem se lembram como as tomaram, e por quê.

Não sei como diria de outra forma, na verdade não esperava que a reacção fosse outra, temendo o incontrolável fugiu. Rotular os outros, é coisa que, uns e outros, nos habituamos sem ponderar até que ponto magoamos.

No dizer de Clarice Lispector: Por te falar eu te assustarei e te perderei? mas se eu não falar eu me perderei, e por me perder eu te perderia.

Foi por falar, ou dizer o que pensava e a forma como pensava, a razão de meu partir. Caso contrário, “por me perder eu te perderia”.

DC

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Foi assim que fui...



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......, cada vez mais longe perdendo as referências de ti.

Perderam-se os abraços, os beijos, as carícias, os momentos de conversa e as corridas à pressa no reencontro que a periodicidade dos dias nos permitia.

Voltaram os silêncios, as ausências, De forma incompreendida nos perdemos não sabendo bem, em que curva da vida isso aconteceu.

Hoje, olhando espelho, vejo um sombra difusa de alguém que não existe, um fantasma que se perde na bruma dos dias.

DC

“Se sou amado, quanto mais amado mais correspondo ao amor. Se sou esquecido, devo esquecer também... Pois amor é feito espelho: - tem que ter reflexo.”
Pablo Neruda

UMA FAMÍLIA...




É um conjunto de seres
de diferentes dimensões e amores
Vidas soltas presas pelo sangue
e pensamentos
que se afastam e se aproximam
em diferentes momentos
onde fala a tristeza e suas dores
ou risos muitas cores


DC


segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

EXPECTÁVEL...


...sim, esperei que viesses quebrar meu silêncio, que trouxesses nas tuas mãos as carícias, as vontades e o conforto de amar...que me agarrasses o rosto e procurasses a minha boca, me beijasses como se fosse o princípio e não o fim, sem o medo de partir, que me afagasses o cabelo, me aclarasses os pensamentos fazendo-me acreditar ...sim sonhava com teus olhos brilhantes molhados pelas lágrimas de alegria de estarmos juntos... e percorreremos, como outras vezes, a margem do rio, de mãos dadas revivendo e amando nossas historias.

Sempre se pode esperar que se soltem no ar as nossa vontades e desejos... que mergulhemos no nós de cada um, marcando na pele dos dias, e não mais nos permitiremos destruir o que nos une, Não procurava encantadas princesas, nem rainhas, mas os teus braços envolvendo a minha cintura, disponível para uma caminhada cujo o fim só chegaria um dia em que natureza o determinasse.

Queria-te mais do que sonho, sem ideias preconcebidas, sem medo de deixar nascer.

DC

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

QUERER SAIR DO BURACO E FICAR..

 

Sem sair do calor dos lençóis, o tempo frio não ajuda, olho o sol que entra pela janela e deixo que a vida decorra perante os meus olhos. Ouço trinar dos pássaros, a agitação do vento arrastando as últimas folhas das árvores, que ficam despidas da sua habitual vestimenta e como esqueletos se desenham no ar. Os esquilos, correm no telhado em grande agitação, foram eles o meu despertador matinal, como a lembrar-me que a vida existe lá fora.

Eu continuo, encostada nas almofadas, impávida, olhando através da janela o horizonte distante, vejo um pouco do rio que se encaminha pelas margens para a foz. As árvores e a cor verde reinante transmitem paz, No entanto, nada me demove da apatia em que me encontro.

Tudo se perdera em meia dúzia de palavras, um pouco mais sentidas, Nem sempre temos a grandeza de saber esperar, de dizer sem magoar, ou ter a compreensão necessária. A impaciência, e a pressa de voltar a nossa vidinha, tiram o discernimento e capacidade de entender as preocupações e sensibilidades diferentes das nossas. Mesmo quando o gostar, ou amar, é mais emoção do que razão, nos perdemos em labirintos de dúvidas e especulamos, com medo de assumir o que se avizinha como provável. Viramos as costas a esse provável, porque tememos ceder, partilhar, dividir espaço e atenção, agarramo-nos ao que chamamos a nossa independência, quando na realidade tememos perder as nossas rotinas absurdas... deveria ter lido Voltaire antes de ter dito alguma coisa, talvez agora não estivesse impávida e sim vivendo a vida.

“As paixões são como ventanias que sopram as velas dos navios, fazendo-os navegar; outras vezes podem fazê-los naufragar, mas se não fossem elas, não haveriam viagens, nem aventuras, nem novas descobertas.” Voltaire
DC

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Nem pela idade, Nem pela distância.



O Dezembro surgiu, trouxe mais frio, e um sol que brilha mas não aquece. As árvores hesitam entre o finalizar do Outono e o iniciar do Inverno, Folhas amarelecidas que não caem, outras que teimosamente se mantém verdes e um tapete amarelo torrado onde os pés se afundam num estalejar quase sinfónico para os ouvidos.

O casal ali sentado no banco de madeira, vestidos sobriamente e bem agasalhados, integram-se naquele cenário frio e matinal, De mão dada, conversam animadamente olhos nos olhos, entre sorrisos e beijos parecem dois pássaros arrolando paixão, no seu piu piu de acasalamento.. um olhar mais atento veria a mala de viajem pousada junto ao banco, Qual deles chegara?

Se nos pudéssemos aproximar sem sermos vistos, certamente ouviríamos as frases que trocavam e as razões do brilho dos seus olhos.....” a amor ainda bem que regressaste... pena foi, por saberes que estava doente?”... “ soube da tua doença quando me encontrava de regresso a casa.. Vim porque tinha saudades da mulher que eu amo..”.

O cabelo comprido, que surgia abaixo do chapéu, na cabeça dele e o cabelo solto descaído sobre os ombros, nela, relatavam a sua idade...branco de neve de acordo com a temperatura, mas longe do calor do seu amor que o decorrer dos anos não se diluíra ...nem pela idade, nem pela distância.

DC

desenho: Francesco Jacobello

sábado, 30 de novembro de 2013

REFLEXÃO...ou talvez não




Acontece sem se dar conta, não queremos, mas acontece, vamos deslizando ao correr de diferentes vontades e somos encaminhados para desconhecidos lugares e pensamentos. Envolvemo-nos em teias sucessivas de equívocos, mesmo pressentindo que o serão.

Estamos conscientes de que laboramos no erro, no entanto não recuamos, mesmo sabendo que depois de tudo começado já nada o fará parar, deixamo-nos ir no turbilhão dos acontecimentos.


E tudo isto, ocorre transversal às nossa vidas, nas mais variados situações, e quase sempre, onde falam mais alto as emoções.

Falta-nos, talvez por não querermos perder o comboio, a coragem de dizer não, ou interromper aquilo que nos molesta a integridade e valores que assumimos todo o sempre, Queremos acompanhar o “progresso” de que os outros falam, não queremos enregelar no nosso canto, acusados de estarmos ultrapassados e vamos caminhando pelos caminhos tortuosos de algo que nunca perfilhamos e sempre recusamos. Somos derribados todos os dias pelas debilidades e a perda de vontade, que as vicissitudes da vida nos submetem, acompanhados pelas as mais variadas vozes, que buzinando nos ouvidos nos encaminham para o erro, E assim vamos fazendo disparates e assumindo atitudes que mais tarde nos deixarão, provavelmente, desconfortáveis connosco próprios.


Como podemos deixar, que nos criem a ideia de que não sabemos escolher, nem sabemos o que queremos, quase nos considerando afásicos e incompetentes para viver? O que tememos perder, por não seguirmos o que os outros pretendem de nós? O que fica de nós pela incapacidade de dizer não, às solicitações e ao que nos quer submeter a sociedade, a começar pelos governantes?

DC

"Que nada nos limite, que nada nos defina, que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância, já que viver é ser livre. Porque alguém disse, e eu concordo, que o tempo cura, que a mágoa passa, que a decepção não mata, e que a vida sempre, sempre continua."

Simone de Beauvoir

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

UM DIA te levei..



... a caminhar pelas ruas da cidade, que já não se lembrava de ti.
Trouxe-te as memórias para o viver do dia.
Prendeste o olhar na arquitectura do passado, e aprendeste o presente renovado. Caminhaste pelas ruas da infância, viveste os afectos, exuberando emoções. O brilho nos teus olhos se alterou, entre o espanto e alegria, e o sorriso inundou teu rosto...e o regressar alimento de esperança.
Efémero foi esse tempo, entre o tudo e o nada se mataram os sonhos. Mesmo depois de muitos regressos e partidas, a vontade se perdeu, as memórias se enterraram e os afectos se relegaram naquela mole imensa de liberdades e necessidades, que se inventam no sarro da rotina e do medo.
A cidade que não se lembra de ti, continuará na sua evolução, enchendo as ruas com os que são seus filhos e muitos outros que não sendo, nem tendo memórias, a adoptaram como sua, todos eles cativados pelos “traços de carácter” que a constituem.


Neste acaso, que te converteu em história, não foi a cidade que perdeu, mas sim tu que “passaste à história” porque afinal o teu renascer não aconteceu.

DC

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

JÁ ME PERDI...





Já me perdi madrugadas dentro
com alegria e paixão
e noutras com grande desilusão.


Já caminhei quilómetros sem fim
de mão dada e cheio de amor
e muitas outras só, e com dor.


Já sofri o desencantamento
das promessas não cumpridas
de verdades escondidas,
para não causar sofrimento.


Já perdi dias vivendo tormento
em incertezas inesperadas
e outros viajando com o vento
em lindas jornadas.


A vida corre com pensamentos
com muitos “jás”, pelo meio
e até com princípio e fim
Na realidade a vida é mesmo assim
Uns dias de gloriosos deslumbramentos
Alguns carregados de escuridão
Mas todos eles são momentos
Vividos com a realidade e a emoção.

DC

domingo, 24 de novembro de 2013

Na Margem do Rio



Na margem esquerda do rio em direcção à foz, pequenos barcos ancorados e algumas pessoas se espraiam pelo areal. Uns sentados nas toalhas, outros de pé, ou tomando banho, e alguns casais a sós, ou com crianças brincando, gozam o remanso daquela tarde de verão...o mundo parece ter parado.

O rio corre lento na direcção do mar, os barcos de recreio deslizam carregados de turistas, que tudo olham de curiosidade atenta aos sítios habitados, ou arborizados, que preenchem as margens, Alguns fixam seus olhares na margem distante, onde se vislumbram de forma difusa, no espaço aberto entre as árvores, duas figuras que se agitam como estátuas vivas, como se fosse um cenário pensado para lhes espevitar os sentidos e as emoções.


Na realidade, na margem esquerda, só aqueles dois parecem existir, perdidos nas delicias da paixão, O rio bem próximo é testemunha, Abraçados se olham, se beijam ininterruptamente, sofregamente, como se fim do mundo fosse já ali. Ela sentada no seu colo, parece querer adentrar no corpo dele, como se querendo unir num só...Mãos se mexem agitadas entre eles, se procurando, se tocando, Assim ficam, tempo ilimitado, absortos em si próprios fora do mundo, vivendo o seu amor.


As árvores, que sombreiam o local, se agitam suavemente com a brisa quente da tarde, trazem o pano sonoro do seu enlevo, abafando, para além de si próprios, as juras murmuradas.


O fim de tarde se aproxima e com ele a necessidade de partirem, Poucas horas lhes restam antes que cada um tenha de seguir o seu destino... a distância voltará a trazer a dor da ausência e a necessidade do reencontro.

DC

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

....Colado ao sol da manhã




Te acordo com beijos suaves, sinto as tuas costas coladas no meu ventre. Delicio-me com o cheiro morno que o teu corpo exala, A pele do teu pescoço é suave, aquece meus lábios a cada beijo depositado. Começas a agitar-te acordando do sono profundo em que estavas, e rodas o corpo lentamente...teus olhos semicerrados temem a luz, se vão abrindo, como o teu sorriso se vai alargando, Te espreguiças levantando os braços acima da cabeça arqueando o corpo para trás... e rodas totalmente colando teu ventre no meu de modo inconsciente...Respirando fundo relaxas e me beijas na boca trazendo todos os sonhos e desejos....o dia começa com o fulgor do êxtase do nosso amor, colado ao sol da manhã.

DC

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

MuDar tEM RIScOs




Me seduzes nas palavras abertas com que me falas, não tens medo nem precisas de metáforas para que elas representem o que sentes e pressentes...entendes o mundo com a mesma crueza com que ele trás todos os dias as diferenças inesperadas e as incertezas ao dia-a-dia...
No entanto, o tempo vai decorrendo e continuamos parados no mesmo sitio de onde partimos, e todo o teu discurso se esvazia. Vais encadeando as desculpas corriqueiras de sempre, de quem não procura assumir os desafios e se deixa ficar no limbo tão cómodo de não arriscar, na teoria “do “mal o menos”, esperando que seja aceite pacificamente.

Nada muda, quando essa mudança depende da força de outrem para se efectuar, por muito que esse alguém, seja importante para nós, Para haver mudança, a decisão tem de partir de dentro de nós, para que se efective. A responsabilidade de o fazer dá-nos segurança e força para enfrentar tudo o que de mau, ou de bom, possa resultar.
Mudar tem riscos, E, nos tempos que correm, arriscar faz parte do dia-a-dia. Mudar, não tem certo ou errado, mudar é mudar, é a necessidade de novas rotas, é desfazer as dúvidas, corrigir estratégias e abrir caminhos a novos reencontros.

Enriquecemos aprendendo com os erros, ou êxitos, das nossas decisões, Perdemos quase sempre mais, por não as tomarmos. Porquê temer? Deveríamos pensar, como quando queremos pedir algo, a alguém, “o, ‘não’, já eu tenho, por isso tudo o que vier será lucro,”

DC

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

NÃO PARTAS!




Como seria bom ouvir-te dizer: ”não partas!”, A tua mão tocando-me o rosto, suavemente, arrastando os dedos até pararem nos meus lábios, como se quisessem silenciar todas as dúvidas, como pedissem para sorrir, E o teu corpo se aproximando, se insinuando, fazendo-me sentir a tua respiração, o calor dos teus lábios nos meus, trazendo o mel dos amores que não morrem. E repetirias “não partas”, em voz baixa, como sussurro, olhando meus olhos, procurando o brilho que sempre lhes trouxeste, com o teu amor.

Um amor feito de escolhas simples que rasam o chão, e que um tempestade abrupta parecia querer derrubar, Como se fosse possível destruir alicerces de compreensão, onde há respostas antes de perguntadas, onde dar está antes de ser pedido, onde o vocabulário é construído de partilhas nas frases da sua existência.

Adélia Prado, diz: "Não tenho tempo algum, porque ser feliz me consome” Eu diria: “NÃO TEMOS TEMPO ALGUM, PORQUE SERMOS FELIZES NOS CONSOME”

DC

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Um SORRISO roçando a pele dos dias




Encontrei-me com o teu sorriso um dia. Sem querer. Longe de imaginar o que ele tinha de diferente. O teu sorriso surgia como quem respira, fácil, límpido, franco, sem temer o raciocínio dos outros. Era o teu sorriso que comandava a vida, saía pelo ar borboletando, enchendo o peito de quem escutava.

Quando teu sorriso desaparecia, o sol escurecia e os teus olhos se escondiam debaixo da cortina negra dos teus óculos, A boca se comprimia e os lábios ficavam finos, e era um desatino, esfriando como gelo de inverno tudo quanto tocavas, assim eu sentia. Era raro acontecer, mas se acontecia toda a gente te temia.


Eu só tenho memórias do teu riso, da gargalhada solta, de braços no ar agitando o corpo deixando sair o ritmo dentro de ti.


Foi bom te conhecer, embora rebelde, embora meiga, embora tudo e mais alguma coisa, não esqueci quem és e como te atravessaste no meu caminho. Não raro me enrosquei no teu sorriso, que me retirava o cenho franzido, me trazendo para o mundo da alegria, que eras tu.


É sempre bom sentirmos o sorriso de alguém roçando a pele dos dias, ao nosso lado, sem sombra, num nós de entendimento, nem sempre fluído, mas vivido. Valeu a pena te conhecer.

DC


domingo, 10 de novembro de 2013

VOU DESLIZANDO




Vou deslizando na superfície das águas do rio. Deixo-me levar pela correnteza, Aqui e ali fujo da margem irregular, aproveito as ondulações e a brisa para poder seguir o meu o percurso até à foz, Faz bem pouco tempo que inesperadamente me soltei do cordão umbilical da minha existência, Deixei-me ir pelos ares lentamente como se levitasse, até pousar nas águas. Senti o arrepio, da água fria e o medo de que minha estrutura se desfizesse, sem ter a oportunidade de recomeçar um novo percurso... A fragilidade, da mudança de estação, pode pôr em risco todos os planos, mas resisto sem desfalecer, até que me transforme em adubo de novo crescimento.
Há quem me chame folha, eu chamo-lhe viver.

DC

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Deixamo-nos,...




Deixamo-nos, partir sem criar obstáculos, sem travar desígnios. Eu por mim, agarro-me aos traços positivos que a memória conserva, Não ponho sal nas feridas, ou vinagre na perda, Tudo foram ganhos, mesmo quando não parecia. Se a vida é construída na base do acerto e do erro, então para que a vida seja... Tudo o que no decorrer dela acontece, não deve ser avaliado pela dimensão da sua dor, mas pelo que nos leva a construir de melhor e mais sólido. O futuro, esse lugar incerto que não se sabe o que será, uma coisa trás para connosco, a certeza de que os erros e os acertos, serão argamassa da nossa estruturação como seres humanos.

DC


quinta-feira, 7 de novembro de 2013

HÁ SEMPRE UM"Ah"






Há sempre um “Ah” interrogativo e complicado de entender, que parece veio para ficar na sociedade actual nos relacionamentos das pessoas.

Ah...
...quando julgamos que a nossa liberdade é o mais importante, de repente esperamos que nos prendam, porque queremos a prisão do abraço, do carinho da ternura, do aconchego.

Ah...
...quando abraço chega, a ternura acompanha, o desejo se revela e o prazer nos assola...hum que deliciosa prisão.. que sabores intensos.


Ah...
...quando tudo é realizado, tudo é encontrado, tudo saboreado, se pensa novamente na liberdade sem saber bem qual, e o porquê de nos prendemos à nossa independência, e das vantagens de estarmos sós, como se o outro impedisse, o sós, mesmo quando próximo.

Ah...
... e se avalia, se pensa de mais, se goza de menos, se estraga, se começa a pensar em disparates, do tempo em que estavam sós.

Ah...
... e se ponderam, a liberdade de estar com os amigos - que raramente aparecem, De ir ao cinema quando lhes apetece – raramente o fazem, De querer viajar – raramente podem, A situação económica, etc, etc,.

Ah...
...o ainda explicativo: “não sabes o que foi a minha vida”, “a minha situação é diferente”, “não me venhas dizer como é...”, e .... até se esquecem de parar.

Ah....
...mas “eu quero que seja assim”, “e assado e cozido e frito”, e depois... o pior que podia acontecer... aconteceu.

Arautos da desgraça, até no que mais queremos, acabamos por ter pensamentos pequenos acabando como começamos.....dasssss

DC

terça-feira, 5 de novembro de 2013

A saudade é.....



 
..... é como uma doença que se agarra na pele e nos mata a vontade, Nos tira a força e nos corrói por dentro.
A saudade é a dor que nos faz o pensamento, repetidamente, regressar ao lugar de partida, Rever o que ficou para trás. É a dor da perda.
Saudade dói como uma ferida em carne viva que parece nunca curar. É ficar sem vontade de futuro.
Saudade é, quando antes de partir já nos faz falta quem deixamos ficar
A saudade nasce da ausência daquilo que gostaríamos que fosse realizado.

como dizia Pablo Neruda:
.....
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...

....
DC

domingo, 3 de novembro de 2013

Depois... o silêncio e o saciar do tempo




Agora, com a distância que o tempo me propicia, apercebo-me do efeito, que naquele momento, o teu perfume exerceu em mim...


Estavas de pé encostada à mesa comprida da sala, olhavas com ar distraído algo sobre ela pousado. O preto desenhava elegantemente a tua figura feminina, realçando o teu rosto claro.

Aproximei-me, pé ante pé.

Queria surpreender-te, tapando teus olhos, deixando que sentisses a maciez dos meus dedos sobre tuas pálpebras e o perfume do meu corpo ser presença dos teus sentidos.


Queria a tua imaginação usufruindo do momento.


Queria o teu corpo, alongando-se para que se colasse no meu, sem que o ar interrompesse o teu poder de me seduzir.

Queria sentir as tuas mãos tacteando procurando descobrir.


Queria que sentisses o calor dos meus lábios passeando no teu pescoço, enquanto o pulsar do teu coração, a tua respiração apressada, se apossavam de mim.

Queria deixar que as minhas mãos fossem descendo, assumida a descoberta, saboreando cada momento que o teu corpo marcava no espaço. Intensamente... vivendo cada poro, cada segundo. Lentamente... moverias o teu corpo, rodando sobre si próprio, sem descolares um milímetro do meu e os teus lábios subiriam ao encontro dos meus esmagando-os, com a doçura do teu amor.

Ah sim, como eu queria a alegria do teu prazer surgido do sabor doce da tua boca, do calor das tuas pernas, do rubor das tuas faces, da paixão do teu olhar. Oh sim. como retribuiria eu com o sol da minha loucura, com a grandeza das coisas simples, desenhando mapas de prazer em cada pedacinho da tua pele, não regateando resposta às tuas preces entrecortadas.


Nada seria tão belo como a pausa entre cada momento que enriquece o seguinte

Depois... o silêncio e o saciar do tempo.

DC


sábado, 2 de novembro de 2013

DEIXA-te LEVAR




Deixa-te levar
No sonho que nasce
Não te percas a pensar

Deixa tua mente liberta
Porque o tempo de acabar
Não tem hora certa

Ajuizar demais
Cada minuto que passa
Tira-te o prazer dos sinais
daquele que te abraça

Procura viver ao segundo
Sem temer quem beijas
Aproveita estar no mundo
Amando quanto desejas

DC

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

PERDI TEUS OLHOS





Perdi a palavra
O dia-a-dia se enrolava
Procurava teus olhos
Na multidão que passava

Corria as ruas da cidade
Num louco caminhar
E não te encontrava
Em nenhum lugar

Perdi os teus olhos
Como perdi as palavras
Que eles ditavam
Quando me olhavam


Perdi as promessas
Perdi teus olhos
Perdi as palavras
No que agora resta
Fica o silêncio
E tudo o que não presta

DC

sábado, 26 de outubro de 2013

SEm RUMO AMAndo


Falta-me a suavidade
dos teus lábios
do teu beijo
de toda a tua doçura
Sentir, a emoção que tolda os sentidos,
nos trás tremura
nas pernas
e o desejo
no bater descompassado
do coração
.

Sentir, sentir
sentir a emoção
somente
o prazer de te ter
nos meus braços
apenas
naquele permanecer
de prazer
aconchegados
cheirando os cabelos
e olhando sem ver
só te sentindo viver.


Bum, bum, bum acelerando
nas batidas do coração
e tudo fluindo
voando
Perdendo o pé
deixando
o arrepio subindo à nuca
os corpos se soltando
vão
sem rumo
amando.

DC

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

POSSO...não VER os teus OLHOS




Posso não ver teus olhos, mas posso ver tua alma, sentir teu sorriso.
Posso não ver teu corpo, mas posso sentir o cheiro da tua pele.
Podemos não falar, mas sei-te pelo que escreves, pelo que pensas e fazes juízo.
Na verdade sei quem tu és, como caminhas entre a chuva e como te deixas arrastar pela brisa que sopra, sem resistência para que eu te sinta chegar.


DC

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

" Sonhamos o voo...



Para quê dizer mais do que estava dito, Quando as relações entre os seres humanos se fazem com o medo pelo meio, Medo de perder, não a liberdade, mas a materialidade da sociedade de consumo. Assim se perdem os amantes, os amigos, as relações sociais, do mesmo modo que perdemos o sonho e a capacidade de voar. DC
"Sonhamos o voo, mas tememos as alturas. Para voar é preciso ter coragem para enfrentar o terror do vazio. Porque é só no vazio que o voo acontece. O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas. Mas é isso o que tememos: o não ter certezas. Por isso trocamos o voo por gaiolas. As gaiolas são o lugar onde as certezas moram. É um engano pensar que os homens seriam livres se pudessem, que eles não são livres porque um estranho os engaiolou, que eles voariam se as portas estivessem abertas. A verdade é oposto. Não há carcereiros. Os homens preferem as gaiolas aos voos. São eles mesmos que constroem as gaiolas em que se aprisionam…"

*Rubem Alves

domingo, 20 de outubro de 2013

O TEMPO não FAZ contas aO TEMPO




Foi-se o dia,
Com ele o outro tempo,
Mais de ontem.
Tempo mais lento?
Mais rápido?
Depende de quem vive
E como preenche o tempo.
No tempo em que o amor existe,
Cresce, se alimenta, decide
O tempo
Não faz contas ao tempo.

DC


sábado, 19 de outubro de 2013

E como ERA FRIO aquele ACORDAR.



Ouço a música, vejo a imagem das papoilas vermelhas enchendo o campo onde passeias, inebriando, Sinto o calor estranho que aquece o meu corpo...lembro que a noite gelada ainda restava dentro de mim desde que partiste.

De noite acordei e apalpei o espaço vazio, A tua ausência no seio dos lençóis. O calor do teu corpo não está, mas o seu cheiro ainda permanece, morno, como sempre fora no amanhecer, Já não ouvia a respiração pausada do teu sono. Embora nem sempre, quando estavas tudo eu era diferente, tudo em volta ganhava cor e sentia-me vivo.


Agora não, o regresso não estava escrito nem nas palavras, nem nos teus olhos claros, que se perdiam apáticos olhando para o longe nas minhas costas, sentada no cais esperando.


O imperioso partir, outrora tinha em si a ideia do regresso, e por isso vivia aqueles tempos como se fossemos reis, desbravando a terra dos nossos corpos, em mil carícias, ternuras e palavras, Tudo servia para a construção do filme, Nós realizadores e actores a tempo inteiro.


Sabia-te temporariamente em meus braços, sabia-te ao sabor das estações do tempo, nas suas diferentes temperaturas, cores e beleza, sabia-te o prelúdio de todas elas, mas sempre te esperava...


Talvez tenha sido a imaginação me traindo, mas se assim era, só poderia ser das papoilas, tão real era o que ainda sentia, E como era frio aquele acordar.

DC

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

SÓ VERMELHO





Como se pode deixar o que amamos?
Quando sofrer é mais do que amar

Como pode deixar de doer?...

Assim sucessivamente como dizia o amigo da onça, que me ouvia, na mesa do café. Ele não estava lá mas eu o ouvia serenamente e falava horas seguidas numa conversa a dois.

Sentado, com os meus jeans azuis, casaco de chuva vermelho, à mesa do café vermelha, guarda sol vermelho, chávena de café de logo vermelho, E todo eu por dentro vermelho, no sangue, na raiva, na paixão, no palpitar vermelho do coração, O sangue que escorre do touro é vermelho, e o capote sujo de sangue de vermelho, a arena manchada com o sangue vermelho do toureiro... Os pensamentos vermelhos, pelo que defendo, pelo que eu amo, pelo que eu observo nas cores do sol de fim de tarde, No que desfruto nos frutos saudáveis, dessa cor vibrante vestidos, As maças vermelhas, as romãs vermelhas, os morangos vermelhos, as cerejas vermelhas, E a pele natureza dos teus lábios vermelhos, as unhas pintadas de vermelho, o tango e o teu vestido vermelho, e os teus sapatos vermelhos e bolsa vermelha, e o teu lenço vermelho segurando o teu cabelo.

Forçosamente, desenharei a vermelho, as letras das palavras do cartão, que vai com as rosas vermelhas que te envio, se soubesse compor música teria de inventar notas com sons de vermelho, para te fazer pensar em mim vermelho.

Vermelho tão controverso nas suas associações psicológicas ou materiais, sinal de perigo, guerra, sangue, cerejas, morangos, lábios... coragem, esplendor, calor, agressividade, alegria, vivacidade.

E eu continuo sentado, vermelho por dentro e por fora, esperando a segunda resposta que o meu amigo não me consegue dar.

DC

terça-feira, 15 de outubro de 2013

AS TUAS MÃOS




Imagino as tuas mãos, com os seus dedos esguios, passeando e aflorando as diferentes estações, na superfície do corpo, como se formando melodias ricas de brisas, cheiros e mar. Como se seguissem as formulas escritas em pautas, elaboradas por eruditos, dando voz aos teus lábios, no trautear de variações, com diferentes cores e sons, As tuas mãos criando, recriando, compondo um novo corpo de emoções.

Ouço e torno ouvir, a sentir os poemas que escreves, como se a caneta arranha-se o papel avisando seu percurso, Sei as revelações que fazes nas entrelinhas, em cada nota, em cada palavra que compõe o interlúdio do outrora desconhecido, ao agora presente.

Fazes-me aflorar risos perdidos, tirando-me as sombras do rosto. Trazes brilho aos meus olhos e motiva-los para miradas atrevidas sobre o ondular do teu corpo.

E tudo isso porque as tuas mãos de dedos esguios, se agitam poderosas a cada sonoridade, electrizando todos os meus sentidos.

DC




sábado, 12 de outubro de 2013

SE as palavras...




Se as palavras fossem o som do amor, se a música fosse a mensagem do coração, se a realidade fosse mais do que imaginação... a distância seria coisa pouca para que uma força maior, se tornasse visível.

Permito-me deixar correr o tempo, Tudo é possível na melancolia do Outono, quando nos retemperamos do que foi o renascer da Primavera e do intenso calor do Verão que findou.

Se quisesses podíamos viver o Jardim dos Sonhos, Correr pelos campos, por entre os pinheiros bebendo seus cheiros, molhar os pés no riacho que corre... e cair de costas exaustos no chão de folhas estaladiças, olhando o céu azul do entardecer de mãos entrelaçadas, dizendo as loucuras que só os amantes podem dizer.

DC

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

SoRrINDO À CHUVA



...sorrindo feliz... o teu amor está vivo, Sapatos na mão, pés sentindo o chapinhar da água e o coração pulando num corpo que se molha alegremente.

...ainda ouves a sua voz quente e doce nos teus ouvidos, o calor do seu corpo, as suas mãos em ti e os seus olhos brilhantes depois do amor...

Não interessa o tempo que faz, se sol, se frio, se calor ou chuva, se dentro de ti vivem todas as estações do amor, todas elas com diferentes cores e contrastes...

“A cidade do amor onde eu vivo, és tu”.. sai-te o grito vibrante, espalhado pelo vento atravessando a chuva.

DC

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

SÓ EMOÇÕES


 

Leio o que não escreves,
Sinto o que não dizes,
Ouço o que não se escuta,
Digo o que não quero.
Espero que pises e repises
E o eco se repercuta.
Ando nora sem água
que não mata sede,
No corpo a mágoa,
da vida que se perde.
Rejo-me pelo que não dizes,
procuro nas entrelinhas
E sempre me perco de razões,
afinal o que eu percebo
São somente emoções.
   

DC