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domingo, 6 de agosto de 2017

Desfiz-me do tempo





Desfiz-me da hora para não contar os minutos e perder segundos.
Desfiz-me da hora para que não seja certa, para não contar horas de apego,
minutos de tristeza, segundos de desassossego.
Não quero olhar os relógios sejam eles de sol, de pêndulo, de sala de parede, de pulso, da estação, do restaurante, do aeroporto, do tablier do carro, do forno, do microondas, sejam analógicos, electrónicos, digitais, minúsculos ou maiúsculos. Muito menos relógios que marcam diferentes horários de acordo com os respetivos continentes onde estão.
Recuso-me a medir o tempo que decorre, que me perturba, me acelera e me angustia. Quero que o tempo seja demora, para que a noite seja mais longa e que o amanhecer dure uma eternidade, tendo-te entre meus braços. Não quero um medidor de tempo que me rouba as horas de ti, me impede de te ver pausadamente, de saborear cada momento contigo. Recuso-me a olhar um relógio que me tira o tempo, que me rouba as horas de viver, os minutos e segundos encurtando os poucos momentos que temos como nossos. Os medidores de tempo enganam, quando te espero, as horas minutos e segundos duram eternidades, quando te tenho junto a mim eles correm a levar-te para longe. Quero-te sem medir o tempo, para sempre, como as coisas boas devem ser. 



dc

domingo, 23 de julho de 2017

Só um pormenor




Na clareza da voz da manhã, enfrento o dia com um sorriso.
Da mente limpo a neblina deixando entrar o sol, Afasto do peito a dor.
Olho o mar, deixando-me navegar, como sempre faço, sem medo de como será o outro lado do horizonte que se alonga até ao sol posto.
Hoje despertei com um sonho que se repete, como se dele viesse a certeza, de que um dia chegarás para te tornares a realidade de todos os dias.

dc




quinta-feira, 20 de julho de 2017

sem título





O computador avariou, e as palavras ficaram retidas na conveniência do acontecimento.
Poucas pessoas me entendem como tu, por isso, nos meus escritos não precisas de tradução metafórica, sentes nas palavras, a estória escrita com a tintas dos dias que juntos percorremos.
Talvez pudesse ter escrito uma carta à mão, tornar-se-ia até mais pessoal. Ficaria o registo, enriquecido pelo grafismo das letras, a tinta, sobre papel e o cheiro próprio que as cartas manuscritas trazem consigo. Teria sido fácil para me leres e ficarias com a certeza de que a demora não fora de zanga, somente um lapso técnico, que estas coisas técnológicas trazem coladas a si. Mas será que valia a pena?
A ausência tem a vantagem de nos tirar do caminho estreito, onde nos sentimos constrangidos em assumir o que não queremos. Assim evitaram-se explicações, nada foi dito, tudo se esvaiu no seu próprio silêncio. Valeria a pena fazê-lo? Não sei, já tinhas decretado o teu silêncio, propositadamente, nessa altura não quiseste saber da explicação possível, tantas poderiam ser as razões para o justificar.
A saudade, essa, continuará a existir. Os sentimentos não se apagam com tinta de correção, ou borracha, nem desaparecem mesmo quando a tecnologia nos surpreende pela negativa.

dc




segunda-feira, 17 de julho de 2017

AUSÊNCIA







Pois bem, somente um pequeno esclarecimento. 
Não morri, nem pretendo morrer por minha iniciativa, não estou de férias, nem tenho problemas de saúde, em especial alzheimer (felizmente), mas houve uma razão, não menor,  para ter deixado de escrever aqui no blog.

As tecnologias, embora importantes para o progresso, por vezes, defraudam as nossas expectativas e deixa-nos desarmados. Ao fim de dois meses, o meu computador regressou do SPA onde esteve recuperação. Entretanto, sem meios para escrever e publicar, tendo dificuldade em fazê-lo em outro processo tecnológico que não seja o computador, fiquei de mãos atadas. Restou ir guardando em papéis alguns apontamentos, para que não perdesse as ideias e o jeito, quando do meu regresso.

Perante este facto, aproveitei o tempo lendo, reflectindo sobre as vantagens e consequências desta paragem, sobre os silêncios, sobre os vazios, e, sobretudo, analisando e aprendendo com os “ruídos” dos outros nas suas diferentes formas de comunicação.

Ainda não sei, se vou começar a escrever com regularidade como anteriormente, ou se vou ficar novamente sem possibilidades de o fazer, pois tenho de voltar ao SPA no processo de recuperação do “bicho” algo falhou.

Hoje, mesmo com dúvidas, decidi escrever, por isso estou “prá qui “ enfrentando o brilho do ecrã novamente, mas os dedos não encontram o caminho, nem fio condutor para um melhor uso das palavras. Este texto de esclarecimento(?), é o resultado, filtrado, entre o que gostaria de dizer e aquilo que está escrito. Tudo num esforço, de apaga e escreve, procurando o conteúdo mais acertado(?). Afinal, parece que há mais uns problemitas...

Obrigado aos que questionaram a minha ausência e sentiram a minha falta, aos outros que nem pensaram no assunto, do mesmo modo os meus melhores cumprimentos.

Até breve

DC


quarta-feira, 26 de abril de 2017

Foi um beijo




O beijo
não se perdeu
se mo deste
foi ganho meu
deste-o
vivo e vermelho
com doçura
com ternura
foi um beijo
de muitos que deste
num ensejo
que ainda perdura

O beijo
não se apaga
ele se transforma
e na memória
se retoma
num ciclo
que não acaba

Beijei
tu beijaste
eu retribui
tu continuaste
assim foi no tempo
expressão de amor
e o beijo
fio condutor.


dc