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sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Tudo a que tem direito



Na dúvida que persistia, procurava incessantemente, rompendo os dias nesse calcorrear à descoberta. As esperanças não são muitas, mas acredita que há uma possibilidade remota de ser ainda premiada pelo seu esforço. Não se importava com a aparência física, só queria que ele fosse bonito aos seus olhos. Entende merecer, sabe também, que tem de aproveitar o tempo que vive, para usufruir de tudo a que tem direito.
Escritores, artistas plásticos, músicos, cineastas e muitos outros, na execução da sua arte, aplicam toda a sua sabedoria na aventura do amor, fixando-o no seu trabalho. Não o amor à obra em si, mas do que ao amor ela se confina, do amor de que se fala, daquele que traz borboletas ao estômago, arrepios na espinha, tremuras no canto da boca, mãos agitadas, suores quentes e frios, tristeza pela ausência, alegria pela presença. Aquele amor dos beijos melosos e molhados, dos olhos brilhando, do corpo inquieto, sim, esse amor do qual as pessoas querem e temem. Seria uma frustração que não voltasse a acontecer, que se esfriasse o corpo antes de usufruir dele (e do outro) o que de mais belo existe.
O fim do ano se aproxima na rapidez do instante, ela só pede que o novo ano traga, de uma vez por todas, a 
realização desse desejo que se repete em todas as celebrações.

dc

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Estória menor




As lágrimas rasgam silêncios incrustados dentro do peito, memórias negras, que não se esbatem, dores que permanecem, raciocínios dúbios perante a incoerência.

Como explicar que o frio não veio com o inverno, só resta este calor de inferno que não se vai.  O frio é outro, aquele fininho que nos gela por dentro, nos torna cínicos e nos traz ao rosto um “sorriso” como se uma lámina o rasgasse para lhe alterar a forma. Alimentamos uma indiferença escorregadia, que assusta quem de nós espera algo mais. Tudo fica para trás, enquanto o tempo se derrete nos dias que passam, preparando o momento da ausência, um pequeno ponto final numa estória menor.

dc





sábado, 16 de dezembro de 2017

Afinal...



Só queria que o seu olhar lhe transmitisse o amor que ansiava. Só desejava que as suas mãos lhe tocassem, trazendo o calor e a ternura como sempre imaginava ser quando o  olhava. Só pensava que o seu olhar não devia ser dúvida permanente no que sentia, antes o seu abraço infinito, um aconchegar de alegria mútua no desejo de se amarem. Afinal, só queria ser amada como todos desejam, com ternura, com prazer, com loucura e alegria, como um amor se deve viver. No entanto via-se na escuridão, nesse lugar onde não existe definição, a esperança escasseia, o relógio não respeita a biologia e o seu amor tarda em se declarar.

dc



Afinal, como simples mortal, queria ser escolha no encanto, nesse dia-a-dia que fazem os amantes, nesse gostar fundo a todo o instante.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Simplesmente dançava



Cabeça levantada, olhos brilhando, sorriso iluminando o rosto, Pisava com leveza o soalho, obedecendo ao correr da partitura, O som comandava dando voz ao seu corpo que se movia voluptuoso. Maneava a anca, agitava o abdómen em requebros, rodopiava, ondulava dos pés à cabeça e da cabeça aos pés, os braços se moviam fazendo arabescos cortando o ar, sem perder o controlo do par. Respirava sensualidade e prazer no que fazia, despojada de racionalidade, vivendo os sentidos, acorrentada ao viver do momento, simplesmente, dançava.


dc

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Eu amo-te




Comecei o dia ver um vídeo, de um psicólogo brasileiro, em que o individuo dizia, que as pessoas temiam dizer: “eu te amo”, e que ao não fazê-lo perdiam uma oportunidade única das suas vidas.
Eu não fui educado a dizer eu amo-te, talvez por ser de outra geração, usávamos mais o “eu gosto de ti” ou, “gosto muito de ti”, a palavra eu amo-te, era mais utilizada entre casais apaixonados, e quase sempre, mais na intimidade. Não sei se era bom ou mau que fosse assim. Na verdade, na minha opinião, quando se utiliza com vulgaridade a palavra “eu te amo” ou “amor”, sinto que ela perde a força e o valor que ela tinha, quando usada somente com um número restrito de pessoas, que efectivamente mereciam essa diferenciação. A palavra amor tem uma conotação forte com a permanência desse sentimento em nós e nos outros, mesmo quando ele sofre desencantos. Importante, não é propriamente descobrir essa diferença, entre usarmos um modo ou outro, mas sim que nos habituemos a dizer às pessoas, o que sentimos, sem receios. Se as amamos ou gostamos delas, não devemos adiar expressar esse sentimento pelo outro, Não só porque é importante para nós, mas muito mais para o outro que se empolga, se alegra e se sente feliz, comprometido com esse amor.

dc