segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

SIM só isto, PAZ!

SIM só isto PAZ.

Fala-se nesta época de Festas Felizes, Feliz Natal, Feliz Ano Novo. Nunca me esqueço te ti... a amizade nestas alturas está presente... enfim imensas vacuidades que justificam o esquecimento durante trezentos e sessenta e quatro dias. Daí, depois dizermos... Natal é todos os dias... Natal é sempre que um homem quer... e uma outra quantidade de frases, por vezes, vazias e de aparente sentimento. Frases para "inglês ver".

Se calhar cometo o mesmo erro, se falar em PAZ, no entanto, como a procura de a ter é um desejo universal, talvez me perdoem.


Efectivamente peço PAZ para todos. A paz é um bem que nem sempre se consegue com a bonomia, mas com grande persistência, luta, confusão. Na realidade a Paz só se consegue lutando contra o conflito, contra a violência que nos é exercida.


Pedir PAZ, num momento em que todos nós nos sentimos violados na nossa integridade moral e social, na nossa honestidade, tornando-nos a alguns de nós incumpridores das obrigações por nós assumidas, em especial os de ordem económica, é um desejo difícil de cumprir.


Para que a Pátria, que é bandeira de todo um povo, não seja acusada de "caloteira", como dizem os nossos governantes, faz-se com que todos os filhos da Pátria sejam caloteiros uns com os outros, e não encontrem PAZ que os deixe dormir de consciência tranquila.


Quero que todos vós, os que são povo, amigos e familiares, encontrem a PAZ que tanto desejam, mas que o façam não pela cobardia da cedência, em relação ao mais forte, mas pela convicção de obter na força da justiça aquilo a que justamente têm direito.



DC

domingo, 23 de dezembro de 2012

NA VASTIDÃO IMENSA DO CÉU...



NA vastidão imensa do céu, o caos das nuvens nos alertam para tempestade que se avizinha, nada estava previsto de igual modo todos nós fomos apanhados na corrente do Universo.

Quem somos nós, os falantes? Porque assumimos este corpo, esta pele, esta mente? Quem somos nós no seio de um Universo que nos sabemos inseridos? Mas qual Universo, porque lhe chamamos tal?

Que certezas temos de que somos mais do que alguém, ou menos de que um qualquer ninguém, que por sinal assim pensamos por desconhecer.


Olho a imensidão do mar e fico-me perdido sem saber o porquê de tal grandeza. Olho o céu e perco-me nas estrelas, aquelas luzinhas que me fazem lembrar casas de Aldeia perdidas nas serras, onde existe a consciência de haverem mais, mas não fazem parte do todo.

Interrogo-me no absurdo, procurando saber porque somos falantes e não ladrantes, ou piadores como passáros voadores, ou até guelrreados peixes em mares diversos. Quem decidiu? Quem à luz da razão entendemos ter construído espécies. Que razão se deve a massa de que somos feitos, as razões do nosso sentimento, das nossas iras, dos nossos egoísmos? Dizem, somos humanos e eu pergunto-me que raça é essa de onde surgiu, se nem percebemos porque tudo se pariu.

Por momentos abstraio-me de mim próprio saio do meu corpo e olho-me envolvendo-me. Tento ver as figurinhas que desenho nos espaço sempre que me locomovo, tento ver-me próximo dos outros e qual a minha interacção com os vizinhos concomitantes. Pasmo de ignorância, não sei a razão de quem sou e ao que venho, nem porque neste mundo eu existo. Mundo? Qual mundo, se o conceito é meu, e de outros que assim lhe chamaram, dando-lhe abrangência maior do que as nossas mentes podem abarcar?
Não, não estou louco, eu penso-me ínfima bactéria no emplastro doentio da existência e daí questionar das razões de tanta violência se todos ignoramos de onde nascemos, onde estamos e porque partimos para um qualquer lugar.

Riam-se do absurdo destas congeminações, é melhor, talvez se caíssem no mesmo erro do que eu, possivelmente seriam internados num qualquer hospital psiquiátrico, acusados de esquizofrenia súbita.
DC

sábado, 22 de dezembro de 2012

A NOITE TRÁS OS MEDOS

 


A noite trás os medos
A noite revela a nossa vida mais escura
No meio dos sonhos e seus segredos
Escondidos na lonjura

Na noite tememos, se difícil é o acordar
Que no dia-à-dia que percorremos
Se perca o que queremos acreditar
Com tanto pesadelo que vivemos 
Ao deitar, o dia e o seu labor pesam
Porque nem sempre de feição
Não chegam as preces que se rezam
Tem de seguir o coração

Adormecer sem mau madrugar
Está na génese da vida
O que temos é de acreditar
Na oportunidade de ser vivida

DC

HÁ CRIANÇAS COM FOME

    Quantas mais crianças terão de morrer com fome??


Vivo num país em que me recuso
a aceitar quem manda por abuso
Sinto-me um pária da vida
Desde que perdi o fio à meada
De uma pátria que morre na madrugada

Vivo a dor de muitos nesta pátria assolada
Por gente vagabunda que a diz governada
Com a austeridade da Troika que o povo anda a pagar
Dizem eles terem vindo só para ajudar o que não é de fiar
Pois gente que sempre “enricou” com grande facilidade
Passa a vida discursar falando em liberdade

Um fim tem de ser dado a tanto desaforo
Dos ladrões que à pátria roubam sem qualquer decoro
Tudo o que nela se construiu foi trabalho das suas gentes
Não a podemos deixar agora à mão de incompetentes

Gente a quem liberdade e democracia
Há mais de trinta anos pelo povo lhes foi dada
Sem nunca deles receber nada
Ao povo foi prometido o paraíso
Um futuro, uma vida melhor
Mas o que recebeu foi sempre do pior
Não somos povo nem pátria
Somos escravos sem opinião
Trabalhando, ganhando pouco, para ter algum pão

Oh! Meu Povo não te deixes enganar
Tens de perder o medo e sair à rua para lutar

Hoje diria como outrora o revolucionário
Pátria ou Morte venceremos?

DC

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

TODOS OS DIAS



Todos os dias nascem crianças, que não são “Jesus”
Todos os dias morrem crianças mal enxergam a luz
Todos os dias morrem Homens bons, que não são santos
Todos os dias no mundo, o povo tem seus prantos
Todos os dias perdemos parte da vida para bem de uns quantos
Todos os dias, muitos de nós enfrentamos o Poder sorrindo
Todos os dias escondemos a revolta que estamos sentindo
Todos os dias acordamos a pensar no bem e no mal
Todos os dias gostaríamos de ter o amor de um dia de
Natal



DC

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Hoje fui PASSEAR AS CANETAS





Tenho uma espécie de obsessão por canetas, esferográficas, lapiseiras e outros riscadores. tenho uma colecção de razoável qualidade. Todos estes bolígrafos, me estimulam de diferentes maneiras nas funções técnico práticas, ou na motivação criativa.

Em tempos idos, quando concluía um trabalho profissional como “free lancer”, era meu hábito, compensar o meu esforço de realização, criando novo estímulo, comprando uma nova esferográfica ou lapiseira. A minha receptividade à sua estética e funcionalidade ditavam a duração das suas múltiplas performances e o desejo de realizar novos projectos.


Ainda hoje o acto de escolher uma caneta, esferográfica, ou lápis funciona como uma espécie de sedução, experimentando várias, até encontrar afinidade do bolígrafo com o tema da escrita, ou o desenho que pretendo executar.

A opção caneta de “tinta permanente”, era quase sempre para escrever. Ela permitia-me a velocidade do raciocínio e da escrita. por vezes, também para desenhar nas mesas de café com outra expressividade, aguarelando os desenhos com um pouco de água ou café.
A esferográfica, com a carga de esfera fina, era o bolígrafo por excelência para tomar notas em reuniões, ou fazer listas de compras, me permitia-me usar letra pequena e rapidez.
Houve um largo período, que me dei de amores por um bolígrafo multifunções da Rotring, com diferentes espessuras de lápis, e com uma variante, esferográfica. Gostava tanto dela, que usava uma das suas funções de lápis, para escrever cartas, obrigando-me, a pedir desculpa às pessoas a quem as dirigia por assim fazer.


Os computadores apareceram e foram-nos afastando desse prazer. Talvez para alguns de nós os “mais antigos”, não todos, antes de executarmos na “máquina”, esboçamos as ideias usando um qualquer bolígrafo.


Sentir a textura, os efeitos do riscar sobre o suporte, a liberdade da mão circulando em diferentes velocidades e os efeitos inesperados que por vezes acontecem. são sensações únicas que alimentam o acto de criativo. Usar o lápis deitado ou na vertical. trabalhar com o bico da caneta ao contrário para obter linhas mais finas, usar a esferográfica para fazer sombreados, tudo isso provoca um gozo enorme, e uma das razões, porque gosto, por vezes, de comer em restaurantes com toalhas de papel sobre as mesas.

Parece um disparate, mas na verdade de vez em quando vou fazer uma “visita” aos meus bolígrafos. Pego num e noutro e escolho um ou dois, para durante uns dias escrever desenhar ou tirar notas com eles, quase como se levasse o cachorro à rua. A isto eu chamo passear as canetas. Tiro-as do ranço estático da gaveta para me deliciar com o seu toque e prazer de rabiscar.

DC



sábado, 15 de dezembro de 2012

SÓ TU MULHER


Desenho rendilhados em teus pés com a ternura dos meus sonhos, com a certeza do quanto amo a tua natureza, mulher.

Em cada flor, em cada encadeado do desenho que se forma, está um pedaço de meu, para ti, para que te sintas rainha no seio da existência dos homens.

DC


quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

SEM TÍTULO



Desapercebi-me da escrita, deixei de ver sair dos dedos a força necessária à construção das palavras e das frases, que transmitem significados, ideias, opiniões, criatividade (?). Somos levados pela corrente gerada pela sociedade que nos envolve, pela crise gerada pelos muito ricos, pelo cheiro no ar de tanta pobreza, pela hipocrisia e da caridadezinha que nos magoa bem fundo de nós. Nós gentes que sempre fizemos do trabalho forma de estar e de dignidade. Tudo isto nos vai tragando as forças, deixando-nos por vezes tão pressionados, tão cheios de tudo, que nos sentamos num qualquer espaço neutro, que nos deixe perdidos no tempo sem raciocínios ou vontades. Quantos de nós nos inibimos de sair de casa, de tomar um café, de estar com os amigos? Quantos de nós vemos passar sorrisos e pensamos lágrimas? quantos de nós vemos comida e pensamos fome?
Como os animais, quando encurralados, a nós Homens nada mais resta do que lutar pela sobrevivência, jugo que assim faremos não tarda.

DC

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

OS OLHOS FALAM



Os olhos falam mesmo quando calados

Os olhos falam, quando muito ou pouco amados
Os olhos interrogam e não fazem perguntas
Os olhos respondem sem ser questionados
Os olhos falam mesmo quando estamos cansados
Os olhos têm cor e brilho de encantar
Os olhos dizem palavras difíceis de pronunciar
Os seres que possuem olhos, vêm sem pensar
Os olhos espelho da alma aos olhos dos outros são
E deixam em cada um asas e imaginação.

DC

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

IMAGEM PARADA NO TEMPO



Quando nos abraçamos no cais de um qualquer lugar, os gestos denunciam a partida ou chegada.

Embora a imagem não fale da partida ou chegada, mas de um encontro ou reencontro é óbvio que as emoções contraditórias se misturam e enriquecem o momento e denunciam ao que vão as pessoas.


Pode ser a partida, que dói pela distância que vai criar, daqueles de quem gostamos, mesmo que o destino seja pensado para o “nós”.

E pode ser uma chegada que determina um espaço temporário de estar, ou de recuperar a alegria e o tempo perdido.


No entanto na imagem parada no tempo, ficará para sempre a ternura do gesto, o calor do abraço e a saudade que não se descreve.

DC

domingo, 2 de dezembro de 2012

PARTIDAS e CHEGADAS


Todos os dias ouvimos sair da boca de eminentes figuras, sejam elas gurus das empresas, especialistas de marketing, da ciência, da politica, de amantes ou apaixonados: “vamos partir para uma nova etapa”,”Vamos partir para uma nova vida”, “vamos partir para o mercado”, “ vamos partir de viagem”, vamos partir é o elemento principal do seu pensamento. Sempre partindo para algo de novo, como apontando um destino, um futuro que tem uma chegada a um qualquer sitio, nem que seja metafórico.

Julgo que a palavra “partir” e “chegada” têm um significado abrangente e fazem parte da existência do ser humano. Somos todos um “cais de partidas e chegadas”, de viagens mais ou menos curtas que definem a nossa existência. Pensamos a nossa vida como partidas e chegadas constantemente renovadas.

Todos “partimos” para algum lugar, em algum momento, com algum objectivo de chegar.

Partir implica pensar num objectivo e necessita de um planeamento, não importa se a chegada é já ali ao lado. Há todo um a caminho a percorrer desde que se pensa na partida e há que determinar como fazê-lo.

Pensar em partir já por si significa que existe um pensamento subjacente que nos leva a essa decisão. Pensamento esse que nos induz  a uma chegada, a um fim, mesmo sem pensar no que isso possa significar. Há portanto dois momentos, um que leva à decisão, e um outro que planeia e decide o objectivo principal que pretendemos na chegada.

Na verdade a partida é decisória, importante para chegada a um determinado objectivo que não será um fim, mas o inicio de uma outra partida. Significa que teremos várias partidas, e chegadas que serão novas partidas, até que um dia chegaremos à única chegada que estabelece o fim e que implica uma outra partida, sem que a decisão seja nossa e sem 
qualquer planeamento de chegada.
Até que a nossa partida seja uma definitiva chegada, e vice versa, teremos que pensar no longo caminho que percorreremos. Esse afinal é que é o objectivo “ onde queremos chegar”. O caminho que leva à concretização de cada partida e chegada.
Por isso, importante para nossa existência, é estabelecer partidas com o objectivo de chegar a algum lado, porque de certeza essa chegada será a concretização do objectivo e será a partida para um outra chegada, e assim sucessivamente.

Este raciocínio que parece repetitivo e que não trás novidade nenhuma, na verdade tem como principio básico, uma dialéctica de evolução, que está subjacente a toda a sociedade.

DC