Eu jogo com os silêncios de cada um, que sob as gargalhadas se escondem,
os silêncios fazem parte do meu universo. Hoje são as festividades de um dia,
que vibra como único na imensidão dos que dominam o ano.
Eu próprio, sento-me a um canto da sala, vendo toda aquela agitação,
como se fosse um filme desenrolando aos meus olhos. Enquanto isso, observo numa
das mesas da sala, aquela criança nas palhas, deitada, no meio do presépio, e
penso nos milhões de crianças que em todo o mundo, estão longe de ter uma vida
feliz e sem os seus mais elementares direitos satisfeitos*. Nós os outros, os adultos, brincamos às prendas, comemos e bebemos por
um ano e dizemos, como verdade absoluta, que o Natal é sempre que o homem
quiser, mesmo com a consciência de termos a liberdade presa por um fio, chamado
teste e um passaporte digital sanitário. Vivemos o mito de que a "ordem social"
nos beneficia e nos cuida, tememos pensar e aceitamos que outros tomem
decisões como se fossem nossas.
Estamos naquele marasmo em que todos evitamos conhecer a verdade que
está à frente do nariz. Temos vindo a ser educados, há largos anos para a obediência,
ao governo, aos patrões, às instituições corporativas, aos desígnios do
marketing e a pensar que ser livre é ter coisas, e que a tecnologia é panaceia
para as ausências várias que nos vão tomando. Moldam-nos nas escolas e universidades,
com avaliações tecnocratas, para no fim, sermos bons no trabalho a defendermos
o individualismo egoísta, seja num trabalho precário, ou atingir uma
categoria profissional. Levam-nos a sustentar lutas entre nós, para chegar a um
objectivo, como se tudo fosse permitido. Morder se necessário a canela do que
está à frente, mentir, forjar situações para conseguirmos um lugar, em qualquer
das actividades que tenhamos que desempenhar. Este é o mundo que nos querem
aplicar como normal. No meio de tudo isto, sempre aparecerão uns bacocos, sejam
eles governantes, ou fazedores de opinião, que repetirão o estribilho, de que
os tempos são outros, que temos de nos habituar; do mesmo modo que nos dizem
sobre a nossa forma de educarmos os nossos filhos, como se pais que somos,
vivêssemos em sociedades diferentes. Esta sugestão de nova normalidade, é a tentativa
de formar escravos modernos, obedientes, onde não existam laivos de resistência
e revolta. Natal não é sempre que um homem quiser, sê-lo-á. quando tomarmos as
rédeas da nossa vida colectiva e mandarmos à merda, alguns poucos, que definem o
que devemos ser.
dc
* A verdade é crua, mostra-nos pelos números a hipocrisia.
5
crianças morrem no mundo a cada minuto por desnutrição
16 outubro 2018, 17:46
Save the Children lança uma campanha de conscientização.
Todos os dias no mundo, 7.000 crianças menores de cinco anos morrem de causas
relacionadas à desnutrição, cinco a cada minuto. Save the Children lança a
campanha global "Até o último"
Vaticano News
portallucykerr@gmail.com
"O Direito à Alimentação" Cerca de 16 mil crianças morrem de fome a cada
dia no mundo
O Dia Mundial da
Alimentação é celebrado no dia 16 de outubro de cada ano para comemorar a
criação em 1945 da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a
Alimentação (FAO).
O objetivo deste dia
é conscientizar o conjunto da humanidade sobre a difícil situação que enfrentam
as pessoas que passam fome e estão desnutridas, e promover em todo o mundo a
participação da população na luta contra a fome. Todos os anos mais de 150
países celebram este evento.
Durante o Dia Mundial
da Alimentação, celebrado pela primeira vez em 1981, ressalta-se cada ano um
tema em que se focalizam todas as atividades. Este ano o temo escolhido é “ O
Direito à Alimentação”.
Cerca de 14% da
população mundial sofre de fome ou insegurança alimentar, o termo usado pela
FAO (Agência para a Alimentação e Agricultura) para caracterizar a falta de
acesso a alimentos suficientes para a vida, a subsistência e a saúde.
Em cada dia que
passa, cerca de 16 mil crianças com menos de cinco anos morrem por fome ou
problemas a esta associados. Isto apesar da agricultura estar produzir 17%
mais de calorias por pessoa, por comparação ao que produzia há três décadas, e
mesmo tendo em conta que a população mundial aumentou 70% nesse período.
A FAO reúne-se, esta
terça-feira, em Roma, em assembleia plenária, para, mais uma vez, discutir o
problema da fome.
https://www.vaticannews.va/pt/mundo/news/2018-10/cinco-criancas-morte-por-minuto-mundo-desnutricao.html