sexta-feira, 30 de setembro de 2011
ANGRA DO HEROÍSMO- Ilha Terceira - Açores
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Cúpula da Igreja da Misericórdia/Vista parcial- Cidade de Angra do Heroísmo,
Fotos:Diamantino Carvalho
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Canção de encanto
Como uma canção, na sua letra e sonoridade, nos preenche, marcando no sangue e no marejar dos olhos a profundidade dos sentimentos que tantas vezes escondidos teimam em não sair.
Aqui se pode falar do amor e saudade que tantas vezes temos dificuldade em explicar aos outros.
É neste ouvir, que arrepia a pele, que descobrimos quanto é importante amar e sentir a alegria da vida.
Viver o hoje, com a intensidade e imensidão que o mar é exemplo único. Viver o amor, que seja infinito enquanto dura
Aqui se pode falar do amor e saudade que tantas vezes temos dificuldade em explicar aos outros.
É neste ouvir, que arrepia a pele, que descobrimos quanto é importante amar e sentir a alegria da vida.
Viver o hoje, com a intensidade e imensidão que o mar é exemplo único. Viver o amor, que seja infinito enquanto dura
Os "REDONDOS" deste país chamado, Portugal
Em Portugal existem muitos "redondos" tecnocratas da miséria que não sabem nada de nada, mas que vão para os media propôr soluções, para superar dificuldades "disto ou daquilo", de outras soluções que tempos antes tinham sido soluções de soluções suas, para superarem "isto ou aquilo". É desta forma alienante, e interesseira que estes "redondos" procuram baralhar para dar cartas, no sentido de recuperarem os seus falhanços, desatando nós que eles próprios criaram e ganharem o jogo do roubo e exploração dos mais desfavorecidos.
Esta gente, que ocupa os tempos de antena, sugerindo as soluções mais práticas de sempre, que se resumem a expurgar o pouco que têm todos aqueles que na prática sustentam o país, os trabalhadores, e fazem-no com um descaramento e falta de ética inconcebíveis.
Esta gente, que ocupa os tempos de antena, sugerindo as soluções mais práticas de sempre, que se resumem a expurgar o pouco que têm todos aqueles que na prática sustentam o país, os trabalhadores, e fazem-no com um descaramento e falta de ética inconcebíveis.
Neste pais, como todos onde o capitalismo impera, o capital tudo faz para sobreviver e aproveitar a crise que criaram para enriquecerem ainda mais, encontrando em alguns lacaios, os porta vozes, das suas aspirações.
Querem que os trabalhadores tenham mais formação, mais horas de trabalho, despedimentos livres, horários livres de acordo com os interesses do patrão.
Se nós povo pensarmos, verificamos que sem o nosso trabalho, esses senhores e os que lhe estão próximos, comiam merda, pois nem sabiam o que comer,
Para que servem as novas tecnologias e a evolução da sociedade tão apregoada se ela não serve o povo, mas quem dela se serve para obtenção de maiores lucros? Para quê trabalhar mais, ter mais formação, viver com salários de miséria, se a comida não aumenta no prato? Se continuamos sem tempo para viver a vida, acompanhar e dar aos nossos filhos tudo aquilo a que têm direito, como os filhos desses senhores que “botam faladura”?
Por vezes ao ouvir esses “redondos” lembro-me dos velhos colonialistas, que diziam que foram a África levar a evolução aos "pretos", porque eles nem sequer sabiam ler, nem sabiam, nem queriam trabalhar. Pudera se eles viviam livres como pássaros, vivendo a vida como se deve viver, ludicamente e encontrando na natureza os meios de subsistência para viver, para quê trabalhar?
Acho piada essa história de que o “trabalho dignifica”. Dignifica quem? Até parece que vivemos numa sociedade, em que as pessoas exercem o seu trabalho na área onde se sentem mais realizados, sabendo-se reconhecidas por todos e a todos os níveis como ser humano. Trabalhar deveria ser um prazer, uma tarefa essencial na construção da vida e bem estar de todos, não um sacrifício diário para que alguns privilegiados tenham uma vida recheada de mordomias.
Para que servem as novas tecnologias e a evolução da sociedade tão apregoada se ela não serve o povo, mas quem dela se serve para obtenção de maiores lucros? Para quê trabalhar mais, ter mais formação, viver com salários de miséria, se a comida não aumenta no prato? Se continuamos sem tempo para viver a vida, acompanhar e dar aos nossos filhos tudo aquilo a que têm direito, como os filhos desses senhores que “botam faladura”?
Por vezes ao ouvir esses “redondos” lembro-me dos velhos colonialistas, que diziam que foram a África levar a evolução aos "pretos", porque eles nem sequer sabiam ler, nem sabiam, nem queriam trabalhar. Pudera se eles viviam livres como pássaros, vivendo a vida como se deve viver, ludicamente e encontrando na natureza os meios de subsistência para viver, para quê trabalhar?
Acho piada essa história de que o “trabalho dignifica”. Dignifica quem? Até parece que vivemos numa sociedade, em que as pessoas exercem o seu trabalho na área onde se sentem mais realizados, sabendo-se reconhecidas por todos e a todos os níveis como ser humano. Trabalhar deveria ser um prazer, uma tarefa essencial na construção da vida e bem estar de todos, não um sacrifício diário para que alguns privilegiados tenham uma vida recheada de mordomias.
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Quando se cede ao MEDO
"Quando se cede ao medo do mal, já se nota o mal do medo."
Fonte - O Barbeiro de Sevilha Autor - Beaumarchais , Pierre
Fonte - O Barbeiro de Sevilha Autor - Beaumarchais , Pierre
Temos de perder o emprego e ficamos sem emprego, porque temos medo. Temos medo de mudar e mudamos para pior, porque temos medo. Temos medo de reagir manifestando o nosso descontentamento, temos medo de perderemos o pouco que temos e ficamos siderados porque perdemos tudo. Temos medo de amar, medo de ser amados, de nos divorciarmos, de beijarmos, e porque temos medo nada disso aproveitamos.
Ter medo faz parte da natureza humana, é ele o que nos alerta para os diferentes perigos, e nos faz sobreviver perante o risco que se aproxima, no entanto é ele que ajuda para encontrar as melhores soluções.
Ter medo é saudável, desde que consigamos perceber a sua essência e superá-lo. É do medo que nascem os heróis, porque reagem ao medo de morrer, e os faz lutar. Quem reage superando, se torna herói.
Daqui do que foi dito posso concluir que ter medo e não agir, é como morrer lentamente por inanição.
Ter medo faz parte da natureza humana, é ele o que nos alerta para os diferentes perigos, e nos faz sobreviver perante o risco que se aproxima, no entanto é ele que ajuda para encontrar as melhores soluções.
Ter medo é saudável, desde que consigamos perceber a sua essência e superá-lo. É do medo que nascem os heróis, porque reagem ao medo de morrer, e os faz lutar. Quem reage superando, se torna herói.
Daqui do que foi dito posso concluir que ter medo e não agir, é como morrer lentamente por inanição.
domingo, 25 de setembro de 2011
SEM PALAVRAS
“Ouvemos” a estória ficamos emocionados à gente valente que à guerra
responde com um grito em tema cantado.
Há uma mãe encontrada em entidades perdidas, perfilhando crianças pela guerra marcadas, fazendo do seu amor, humilhação de um opressor, que com a guerra desfaz vidas.
Mais do que o acto de cantar, a coragem de viver e permanecer exemplo perante os senhores da guerra, não se deixando derrotar.
responde com um grito em tema cantado.
Há uma mãe encontrada em entidades perdidas, perfilhando crianças pela guerra marcadas, fazendo do seu amor, humilhação de um opressor, que com a guerra desfaz vidas.
Mais do que o acto de cantar, a coragem de viver e permanecer exemplo perante os senhores da guerra, não se deixando derrotar.
sábado, 24 de setembro de 2011
CALMA NO FUTEBOL....????
Ontem os dois rivais principais do futebol português, Benfica e Porto, se encontraram mais uma vez, nas suas disputas por um lugar cimeiro no campeonato. Todos os anos, se sente antecipadamente a pressão entre os participantes directos do jogo, sejam treinadores, jogadores, árbitros e dirigentes e pelos que jogam de fora, como os adeptos, treinadores de bancada, claques, media impresso, rádio e tv. As loas aos clubes, estatísticas, opiniões e tudo mais saltavam para as páginas de todos os noticiários criando um clima apropriado para que todos ganhem menos o desporto em si.
Este ano, todos aqueles que foram intervenientes activos na desestabilização emocional no passado, se admiraram com a forma ordeira e desportiva como o jogo se disputou entre os dois clubes. Falam da contenção verbal dos treinadores dos dirigentes e a não guerrilha entre as diferentes facções e tentam explicar por esta, ou aquela maneira, a razão do que aconteceu.
Perante isto eu tenho uma opinião muito própria sobre o assunto e que independentemente de algumas verdades sobre a parte desportiva, acho que teve mais importância do que tudo isso. O POVO ESTÀ FARTO DE FUTEBOL, FADO E FÀTIMA. O Povo percebeu, que quem paga a desgovernação deste país é sempre ele,. Que os jogadores e treinadores ganham ordenados fabulosos. Que os estádios de futebol custaram mais de mil milhões ao erário público a pagar durante vinte anos e que isto em nada beneficiou o desporto e o povo, antes pelo contrário ele é que os vai pagar sem disso ver benefício. Que existe um presidente na Madeira que gasta milhões de euros para o futebol, e depois diz, que a divida contraída pela Madeira, foi para dar aos madeirenses o nível de vida dos continentais. Ou seja, que vontade temos nós o povo de vibrar com o futebol se o dinheiro para o sustento diário está aquém do necessário e tudo está pela hora da morte.
Senhores comentadores, no futuro, possivelmente, se nenhuma das equipas portuguesas avançar na liga Europa, vamos ter ainda menos gente nos estádios de futebol e menos gente alienada pela disputa desportiva. E quanto ao governo, este que se cuide, pois a catarse que o futebol permitia pode-se transformar em manifestações e acções cada vez mais duras do povo contra o desplante com que todos em seu nome gerem os seus destinos e o seu dinheiro.
Este ano, todos aqueles que foram intervenientes activos na desestabilização emocional no passado, se admiraram com a forma ordeira e desportiva como o jogo se disputou entre os dois clubes. Falam da contenção verbal dos treinadores dos dirigentes e a não guerrilha entre as diferentes facções e tentam explicar por esta, ou aquela maneira, a razão do que aconteceu.
Perante isto eu tenho uma opinião muito própria sobre o assunto e que independentemente de algumas verdades sobre a parte desportiva, acho que teve mais importância do que tudo isso. O POVO ESTÀ FARTO DE FUTEBOL, FADO E FÀTIMA. O Povo percebeu, que quem paga a desgovernação deste país é sempre ele,. Que os jogadores e treinadores ganham ordenados fabulosos. Que os estádios de futebol custaram mais de mil milhões ao erário público a pagar durante vinte anos e que isto em nada beneficiou o desporto e o povo, antes pelo contrário ele é que os vai pagar sem disso ver benefício. Que existe um presidente na Madeira que gasta milhões de euros para o futebol, e depois diz, que a divida contraída pela Madeira, foi para dar aos madeirenses o nível de vida dos continentais. Ou seja, que vontade temos nós o povo de vibrar com o futebol se o dinheiro para o sustento diário está aquém do necessário e tudo está pela hora da morte.
Senhores comentadores, no futuro, possivelmente, se nenhuma das equipas portuguesas avançar na liga Europa, vamos ter ainda menos gente nos estádios de futebol e menos gente alienada pela disputa desportiva. E quanto ao governo, este que se cuide, pois a catarse que o futebol permitia pode-se transformar em manifestações e acções cada vez mais duras do povo contra o desplante com que todos em seu nome gerem os seus destinos e o seu dinheiro.
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
"Chulos Sociais". Quem é quem?
Olho o outro lado da rua e vejo-os a caminhar de passo apressado, de mão fechada capucho na cabeça, olhar esgazeado, calças caindo na anca quase como se fossem despir-se. Vão abastecer-se no remédio do “Santo Aleixo”, nas torres.
A mão fechada é igual na partida como na chegada. Na chegada com as parcas moedas mendigadas no arrumo dos carros, ou em plena rua nos mais diversos locais, implorando que lhes matem a fome, aproveitando-se da boa vontade de uns e remorsos de outros, para sacarem uns euritos, não aceitando pão para a fome, pois a fome é outra.
Todos os dias o mesmo corrupio, jovens e idosos sem diferença de sexo ou classe social, fazem fila esperando pela dose. Ali todos são iguais na procura.
Não sei, nem é esse o meu dever, como parar este flagelo, mas uma coisa eu tenho a certeza, não é facilitando-lhes o caminho que evitamos que aconteça, e muito menos que no mesmo local onde eles se abastecem gastando os tais euritos, tenham logo na curva seguinte, a carrinha da associação X, que lhes fornece sandes, sumos, e outras coisas mais, nem com as afamadas salas de chuto, e as seringas grátis. E culminando tudo isto, alguns ainda recebem, subsídios de inserção, rendimentos mínimos e outras coisas parecidas sem nunca terem “vergado a mola”, ou mais correctamente terem trabalhado.
É triste, que diariamente reformados, que começaram a trabalhar aos dez anos de idade, que só pararam perto dos sessenta anos, se não mais, e desempregados que não se despediram, mas foram despedidos, sejam insultados por governos e patronato como se fossem “chulos” sociais, depois de durante largos anos terem trabalhado na riqueza do país e adquirido os seus direitos. São os que pagam as crises todas aguentando aumentos nos produtos essenciais e a diminuição das comparticipações no SNS, para estes não existem salas de “chuto” que os compense, nem carrinhas à porta de casa que lhes ofereçam comida.
A mão fechada é igual na partida como na chegada. Na chegada com as parcas moedas mendigadas no arrumo dos carros, ou em plena rua nos mais diversos locais, implorando que lhes matem a fome, aproveitando-se da boa vontade de uns e remorsos de outros, para sacarem uns euritos, não aceitando pão para a fome, pois a fome é outra.
Todos os dias o mesmo corrupio, jovens e idosos sem diferença de sexo ou classe social, fazem fila esperando pela dose. Ali todos são iguais na procura.
Não sei, nem é esse o meu dever, como parar este flagelo, mas uma coisa eu tenho a certeza, não é facilitando-lhes o caminho que evitamos que aconteça, e muito menos que no mesmo local onde eles se abastecem gastando os tais euritos, tenham logo na curva seguinte, a carrinha da associação X, que lhes fornece sandes, sumos, e outras coisas mais, nem com as afamadas salas de chuto, e as seringas grátis. E culminando tudo isto, alguns ainda recebem, subsídios de inserção, rendimentos mínimos e outras coisas parecidas sem nunca terem “vergado a mola”, ou mais correctamente terem trabalhado.
É triste, que diariamente reformados, que começaram a trabalhar aos dez anos de idade, que só pararam perto dos sessenta anos, se não mais, e desempregados que não se despediram, mas foram despedidos, sejam insultados por governos e patronato como se fossem “chulos” sociais, depois de durante largos anos terem trabalhado na riqueza do país e adquirido os seus direitos. São os que pagam as crises todas aguentando aumentos nos produtos essenciais e a diminuição das comparticipações no SNS, para estes não existem salas de “chuto” que os compense, nem carrinhas à porta de casa que lhes ofereçam comida.
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Escuta Zé Ninguém
Foto:Diamantino Carvalho |
É com este titulo do livro de Wilhelm Reich, que abro este blog para projectar a entrevista que a seguir sugiro. Nem sempre a igreja se acomoda e nem sempre os seus servidores se esquecem do seu papel no sacerdócio, como é o exemplo em causa.
Estes dois parágrafos do livro "Escuta Zé Ninguém que serve adequadamente ao conteúdo da entrevista:
"Chamam-te “Zé Ninguém!” “Homem Comum” e, ao que dizem, começou a tua era, a “Era do Homem Comum”. Mas não és tu que o dizes, Zé Ninguém, são eles, os vice-presidentes das grandes nações, os importantes dirigentes do proletariado, os filhos da burguesia arrependidos, os homens de Estado e os filósofos. Dão-te o futuro, mas não te perguntam pelo passado."
"Deixas que os homens no poder o assumam em teu nome. Mas tu mesmo nada dizes. Conferes aos homens que detêm o poder, quando não o conferes a importantes mal intencionados, mais poder ainda para te representarem. E só demasiado tarde reconheces que te enganaram uma vez mais."
Estes dois parágrafos do livro "Escuta Zé Ninguém que serve adequadamente ao conteúdo da entrevista:
"Chamam-te “Zé Ninguém!” “Homem Comum” e, ao que dizem, começou a tua era, a “Era do Homem Comum”. Mas não és tu que o dizes, Zé Ninguém, são eles, os vice-presidentes das grandes nações, os importantes dirigentes do proletariado, os filhos da burguesia arrependidos, os homens de Estado e os filósofos. Dão-te o futuro, mas não te perguntam pelo passado."
"Deixas que os homens no poder o assumam em teu nome. Mas tu mesmo nada dizes. Conferes aos homens que detêm o poder, quando não o conferes a importantes mal intencionados, mais poder ainda para te representarem. E só demasiado tarde reconheces que te enganaram uma vez mais."
Em entrevista à TSF, o bispo das Forças Armadas e Segurança considera que «as pessoas estão desapossadas da sua dignidade», pede um um «compromisso competente» do Governo com os sectores mais frágeis da sociedade portuguesa e defende mais liberdade para o interior da Igreja. Uma entrevista realizada por Manuel Vilas Boas, na sequência do 27º Encontro de Pastoral Social, realizado esta semana, em Fátima.
http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=2000827
domingo, 18 de setembro de 2011
Invisível Dimensão
Foto:Calheta -StªCruz-Graciosa-Açores |
Não sei, se este é o caminho que me leva ao fim do percurso que cada um tem destinado na sua existência. Na verdade, até se assim fosse, seria menos difícil encara-lo, aceitando que afinal a matéria de que somos feitos sempre tem outro estado, que desconhecemos, para permanecer.
Quase acredito nas histórias de ficção científica, em que se diz existirem dois mundos paralelos onde o nosso outro, semelhante, vive vida diferente. De facto, quando estou nesta toleima de sono, entre o lá e o cá, fico mesmo confuso e tudo se torna possível. É natural que um dia destes, ouça alguém dizer, que faleci, e recebo a notícia como se me estivessem a falar da minha pessoa, como ausente, como em sonhos, pois eu existo do outro lado e com muito caminho para andar.
Acredito ser possível fazer regressão, para conhecer o nosso passado, porque não acreditar, que será possível olhar o nosso futuro.
Chamem-me louco, mas não façam pouco, porque os impossíveis acontecem.
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Foto: Diamantino Carvalho
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
História de um quadro IV- Cortinas
Cortina. Acrílico sobre platex.(50x70cm) |
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Pintura:Diamantino Carvalho
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
O nosso "Chisco" é um espanto.
Tal como um qualquer astrólogo, vaticino em primeira observação na foto apresentada:
1- Demorou a nascer para que os pais saibam que tem personalidade forte e nortenha;
2- Pelo ar sereno, com que dorme está de consciência tranquila sabendo que o pai não lhe vai pôr um cachecol do FCP e portanto tem opção de escolha;
3- O seu barretinho dá-lhe um ar patusco, o que será enganador, porque a opção tem a ver com um futuro promissor. Em linguagem astrológica “barrete” significa: proteger o cérebro de ondas negativas, barretadas descabidas, ter pensamento livre, e “ide-vos lixar porque não quero que me gelem os miolos” Sairá com grande probabilidade ao pai, com tendência para se aproximar da mãe, ou vice versa;
4- Viverá sempre no meio de companhia “Floquiana”, o que lhe dará perspectivas futuras para ser um “man” de ir às gatas. Aqui na leitura astral não é clara a origem de tal vocação, mas tem grandes possibilidades de ser de sangue latino que percorre a família;
5- Terá um futuro risonho e será um “man” culto, trás nos genes as influências paternas, que escrevem e divulgam letras a “dar com um pau”, e estão sempre atentos às novidades que activam o cérebro;
6- O bom humor estará sempre presente. No início da sua vida com presentes divertidos premiando pais e visitas, e mais tarde completado através das visitas guiadas aos botecos, onde as anedotas e poesia, na noite da cidade, serão prato forte;
7- Será certamente um bom garfo, tendo em conta as influências paternais e familiares, sendo assíduo viajante em zonas de perigosa influência, de “comes e bebes” bem tradicionais, sem exageros de quantidade, mas degustando com sabedoria a ancestralidade e qualidade de diferentes iguarias;
8- É avisado suficiente para saber que os familiares, serão uns chatos e beijoqueiros, mas para os quais terá sempre uma resposta séria, através de uns gaseificados presentes de teste. Neste seu gatinhar pelo mundo, poderá ver quanto tempo duram esses salamaleques, no futuro. Como tal, será no futuro, um individuo atento e observador;
9- Voltando ao aspecto desportivo. Espera-se que não seja ferrenho de nenhum clube, ponderado nas avaliações, pondo acima de tudo a prática desportiva séria e divertida, não perdendo tempo a ver milionários a divertirem-se dizendo que jogam qualquer coisa. Por isso, não haverá pipocas nem amendoins que o façam desviar desse caminho, nem o pais correrão o risco de o ver cair em cima de uma mesa gritando: “Toma, pega e embrulha”, “chupa lá essa”, e, de preferência, gostará de passar a mão pélo na “gata”, enquanto todos gritam;
10- Por fim, a astrologia não se resume aos dez mandamentos, até porque ele dorme mais para esquerda, como tal ele será acima de tudo melhor do que se pensa. Será mais o que ele pensa de si. Tudo o que se possa vaticinar a seu respeito terá como resposta em bom português do norte, “ não te metas comigo.. deixa lá isso”, “põe-te mas é a fangueles” antes que te arrependas de vaticinara sobre quaisquer car....... Carvalho.
2- Pelo ar sereno, com que dorme está de consciência tranquila sabendo que o pai não lhe vai pôr um cachecol do FCP e portanto tem opção de escolha;
3- O seu barretinho dá-lhe um ar patusco, o que será enganador, porque a opção tem a ver com um futuro promissor. Em linguagem astrológica “barrete” significa: proteger o cérebro de ondas negativas, barretadas descabidas, ter pensamento livre, e “ide-vos lixar porque não quero que me gelem os miolos” Sairá com grande probabilidade ao pai, com tendência para se aproximar da mãe, ou vice versa;
4- Viverá sempre no meio de companhia “Floquiana”, o que lhe dará perspectivas futuras para ser um “man” de ir às gatas. Aqui na leitura astral não é clara a origem de tal vocação, mas tem grandes possibilidades de ser de sangue latino que percorre a família;
5- Terá um futuro risonho e será um “man” culto, trás nos genes as influências paternas, que escrevem e divulgam letras a “dar com um pau”, e estão sempre atentos às novidades que activam o cérebro;
6- O bom humor estará sempre presente. No início da sua vida com presentes divertidos premiando pais e visitas, e mais tarde completado através das visitas guiadas aos botecos, onde as anedotas e poesia, na noite da cidade, serão prato forte;
7- Será certamente um bom garfo, tendo em conta as influências paternais e familiares, sendo assíduo viajante em zonas de perigosa influência, de “comes e bebes” bem tradicionais, sem exageros de quantidade, mas degustando com sabedoria a ancestralidade e qualidade de diferentes iguarias;
8- É avisado suficiente para saber que os familiares, serão uns chatos e beijoqueiros, mas para os quais terá sempre uma resposta séria, através de uns gaseificados presentes de teste. Neste seu gatinhar pelo mundo, poderá ver quanto tempo duram esses salamaleques, no futuro. Como tal, será no futuro, um individuo atento e observador;
9- Voltando ao aspecto desportivo. Espera-se que não seja ferrenho de nenhum clube, ponderado nas avaliações, pondo acima de tudo a prática desportiva séria e divertida, não perdendo tempo a ver milionários a divertirem-se dizendo que jogam qualquer coisa. Por isso, não haverá pipocas nem amendoins que o façam desviar desse caminho, nem o pais correrão o risco de o ver cair em cima de uma mesa gritando: “Toma, pega e embrulha”, “chupa lá essa”, e, de preferência, gostará de passar a mão pélo na “gata”, enquanto todos gritam;
10- Por fim, a astrologia não se resume aos dez mandamentos, até porque ele dorme mais para esquerda, como tal ele será acima de tudo melhor do que se pensa. Será mais o que ele pensa de si. Tudo o que se possa vaticinar a seu respeito terá como resposta em bom português do norte, “ não te metas comigo.. deixa lá isso”, “põe-te mas é a fangueles” antes que te arrependas de vaticinara sobre quaisquer car....... Carvalho.
“Chisco”, abriu o olho de soslaio e disse para com ele “oh tio-avô, não tens mais que fazer és mesmo um tangas”
Conversa de Pombos
Foto: Diamantino Carvalho |
Olhando para os que governam no país e por essa Europa fora lembrei-me desta anedota que é o retrato perfeito.
Conversa de Pombos
Dois pombos depois de comerem na mão duma pessoa, levantam voo e dizem um para o outro:
- Já viste que nós até parecemos políticos?
- Porque dizes isso?
- Repara bem, mendigamos migalhas às pessoas e uma vez cá no alto, cagamos-lhes em cima!
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Ui Ui U iUi Se tivesse sido nas Caldas..
Foto: recebida via internet,(autor anónimo) |
Quando se estuda uma marca para um produto, ou para uma empresa que procura o mercado, em especial, o internacional tem de se ter o cuidado com as expressões idiomáticas e com o significado das palavras, muito idênticas na pronuncia e na escrita, mas com significados por vezes bem opostos, ou menos educados.
Todos os cuidados são poucos, quando se trata de serviços prestados ao público e aos significados das escolhas e propostas de quem cria e produz.
Alguém, algum (Engº ou Arqto) não previu que a conjugação dos desenhos do muro com o ângulo do sol a uma determinada hora do dia ia dar esta sombra
domingo, 11 de setembro de 2011
11 de Setembro
HOMENAGEM AO POVO DO CHILE
Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que tombaram pelo Chile
morrendo de corpo inteiro
Nas suas almas abertas
traziam o sol da esperança
e nas duas mãos desertas
uma pátria ainda criança
Gritavam Neruda Allende
davam vivas ao Partido
que é a chama que se acende
no Povo jamais vencido
– o Povo nunca se rende
mesmo quando morre unido
Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que tombaram pelo Chile
morrendo de corpo inteiro.
Alguns traziam no rosto
um ricto de fogo e dor
fogo vivo fogo posto
pelas mãos do opressor.
Outros traziam os olhos
rasos de silêncio e água
maré-viva de quem passa
Uma vida à beira-mágoa.
Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que tombaram pelo Chile
morrendo de corpo inteiro.
Mas não termina em si próprio
quem morre de pé. Vencido
é aquele que tentar
separar o povo unido.
Por isso os que ontem caíram
levantam de novo a voz.
Mortos são os que traíram
e vivos ficamos nós.
Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que nasceram para o Chile
morrendo de corpo inteiro.
José Carlos Ary dos Santos
Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que tombaram pelo Chile
morrendo de corpo inteiro
Nas suas almas abertas
traziam o sol da esperança
e nas duas mãos desertas
uma pátria ainda criança
Gritavam Neruda Allende
davam vivas ao Partido
que é a chama que se acende
no Povo jamais vencido
– o Povo nunca se rende
mesmo quando morre unido
Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que tombaram pelo Chile
morrendo de corpo inteiro.
Alguns traziam no rosto
um ricto de fogo e dor
fogo vivo fogo posto
pelas mãos do opressor.
Outros traziam os olhos
rasos de silêncio e água
maré-viva de quem passa
Uma vida à beira-mágoa.
Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que tombaram pelo Chile
morrendo de corpo inteiro.
Mas não termina em si próprio
quem morre de pé. Vencido
é aquele que tentar
separar o povo unido.
Por isso os que ontem caíram
levantam de novo a voz.
Mortos são os que traíram
e vivos ficamos nós.
Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que nasceram para o Chile
morrendo de corpo inteiro.
José Carlos Ary dos Santos
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
A NET É PerigoSA
Olá, boas tardes, espero eu.
As notícias não são as melhores.
Deparei-me com um artigo publicado há algum no Correio da Manhã, que dizia um professor ter sido assassinado pelo ex-marido da mulher, com quem ele andava. Tinham-se conhecido há dois anos pela internet, e ele estava em gozo de férias no Brasil para estarem juntos.
Estou aterrorizado, afinal a internet mata, não me admira que um dia qualquer, estejamos aqui a escrever e um pixel fure o ecran do monitor e nos apanhe distraídos tirando-nos a vida...ufa, isto está perigoso de mais, partir de agora, sempre que falamos com alguém, temos de pôr colete à prova de pixel, nunca sabemos, se uma desenfreada/o, se lembra e levamos com não sei quantos pixéis na tola e pumba lá vamos desta para melhor.
Deveríamos fazer um abaixo-assinado, obrigando as pessoas a provarem, que já não têm namorados, nem maridos, ou esposas, ciumentos, e também estão em perfeitas condições de sanidade, para bem dos computadores e dos monitores. Um computador custa uma data de massa, e esses doidos ainda nos podem atingir, com o tal pixel e vamos desta para pior.
Muito cuidado nunca se sabe se ao dobrar a esquina firewall temos um pixel assassino.
As notícias não são as melhores.
Deparei-me com um artigo publicado há algum no Correio da Manhã, que dizia um professor ter sido assassinado pelo ex-marido da mulher, com quem ele andava. Tinham-se conhecido há dois anos pela internet, e ele estava em gozo de férias no Brasil para estarem juntos.
Estou aterrorizado, afinal a internet mata, não me admira que um dia qualquer, estejamos aqui a escrever e um pixel fure o ecran do monitor e nos apanhe distraídos tirando-nos a vida...ufa, isto está perigoso de mais, partir de agora, sempre que falamos com alguém, temos de pôr colete à prova de pixel, nunca sabemos, se uma desenfreada/o, se lembra e levamos com não sei quantos pixéis na tola e pumba lá vamos desta para melhor.
Deveríamos fazer um abaixo-assinado, obrigando as pessoas a provarem, que já não têm namorados, nem maridos, ou esposas, ciumentos, e também estão em perfeitas condições de sanidade, para bem dos computadores e dos monitores. Um computador custa uma data de massa, e esses doidos ainda nos podem atingir, com o tal pixel e vamos desta para pior.
Muito cuidado nunca se sabe se ao dobrar a esquina firewall temos um pixel assassino.
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Ida ao “Restaurante”
Alterando a rotina, resolvi almoçar fora. O restaurante escolhido, sofrera remodelação havia pouco tempo, tinha agora uma fachada mais fresca. Azar, fachada fresca, interior comum, comensais, os habitués. As mesas e as cadeiras em tubo redondo de ferro, pintadas de preto e com tampos de fórmica, eram iguais aos milhares que por aí existem, nos tascos e confeitarias, que foram “renovadas”(?). Os empregados com camisas personalizadas, de trejeitos personalizados pelos hábitos repetitivos, ou seja, barrigona saliente com o botão junto ao umbigo a querer rebentar e uma ponta da fralda a querer saltar.
O ambiente que o enchia era o retrato de um filme feliniano. A gente que sempre o frequentou. Rostos pesados, desarticulados do corpo. Homens jovens e de meia idade que trabalham em dia feriado, com roupas manchadas pelas marcas da profissão. Homens idosos, reformados, com sorrisos apatetados e roupas domingueiras, casais jovens com filhos, que aproveitam o feriado indo comer fora, sem estragar o orçamento, deixando as crianças felizes. Emigrantes que “fazem flores”, comendo no tasco, como se fosse o famoso “Tavares”. A ementa era reduzida aos pratos comuns lombo assado, febras e bifes com batatas fritas, cozido à portuguesa, etc.
Pedi pá de porco, que veio servida numa travessa que dava para encher, de uma só vez, o prato, tinha o sabor dos velhos tempos, do mal o menos. O vinho fazia lembrar aquele dito, “às vezes até de uvas se faz vinho”, tinha álcool, mas sabia a nada. De nada valera refrescar o edifício, tudo cheirava a anos setenta no seu pior. Não dei por mal empregue, este bocado. Enganei o estômago, e pude ver um filme sem pagar entrada.
Fiquei a pensar “ porque razão fazer obras só para “lavar a cara” sem perspectiva do que se quer alterar e mostrar? Que raio de arquitectos, ou decoradores, esboçam um projecto destes sem ter em conta que a mudança de paradigma é importante, e que não é trocando cadeiras e mesas de madeira por metal
O ambiente que o enchia era o retrato de um filme feliniano. A gente que sempre o frequentou. Rostos pesados, desarticulados do corpo. Homens jovens e de meia idade que trabalham em dia feriado, com roupas manchadas pelas marcas da profissão. Homens idosos, reformados, com sorrisos apatetados e roupas domingueiras, casais jovens com filhos, que aproveitam o feriado indo comer fora, sem estragar o orçamento, deixando as crianças felizes. Emigrantes que “fazem flores”, comendo no tasco, como se fosse o famoso “Tavares”. A ementa era reduzida aos pratos comuns lombo assado, febras e bifes com batatas fritas, cozido à portuguesa, etc.
Pedi pá de porco, que veio servida numa travessa que dava para encher, de uma só vez, o prato, tinha o sabor dos velhos tempos, do mal o menos. O vinho fazia lembrar aquele dito, “às vezes até de uvas se faz vinho”, tinha álcool, mas sabia a nada. De nada valera refrescar o edifício, tudo cheirava a anos setenta no seu pior. Não dei por mal empregue, este bocado. Enganei o estômago, e pude ver um filme sem pagar entrada.
Fiquei a pensar “ porque razão fazer obras só para “lavar a cara” sem perspectiva do que se quer alterar e mostrar? Que raio de arquitectos, ou decoradores, esboçam um projecto destes sem ter em conta que a mudança de paradigma é importante, e que não é trocando cadeiras e mesas de madeira por metal
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
História de um quadro III - através da janela
Limpo a janela embaciada e olho o exterior, o mau tempo se avizinha. Ele trás a cara feia da minha alma. O céu escuro desenha os imóveis, a estrada, o carro isolado na descida do viaduto. A aproximação das nuvens carregadas de chuva, afastam as pessoas da rua atirando-as para os espaços fechados das casas. O fim de semana está à porta e as expectativas de o gozar ao ar livre parecem goradas. Do mesmo modo que a expressão do desenho, das tintas e da composição no espaço do quadro parecem temerosas de surgir. Após vários dias em suspenso de uma decisão que levasse à sua conclusão, não conseguia relatar o que sentira e vira. Ele distanciava-se constantemente, daquilo que eu sentia dever expressar. Nascera dividido, entre a abstracção e a figuração e nenhuma delas se impunha, nem o qualificava esteticamente. O parar, a não obrigação de concluir, ou encontrar um objectivo, fez com que lentamente surgisse, como por acaso, a sua resolução final. Chegado a esse ponto, nada mais há para acrescentar. Fecha-se com uma assinatura e deixa-se que os outros o critiquem, efabulem a respeito do que vêm, mesmo que nada do que digam tenha sentido, ou lugar, naquilo que levou o autor a produzi-lo.
As dúvidas de quem pinta, o optimismo no desenrolar do trabalho e as dificuldades, são de tal forma subjectivas, que reduzem o quadro a uma futura interpretação obtida da biografia do autor: Fulano, originário de família pobre, trabalhara em várias profissões para sobreviver, antes de se dedicar à pintura. É um construtivista, modernista, cubista, impressionista, expressionista e toda uma série de correntes que ele próprio autor, nunca quis saber, e tem raiva a quém sabe. E assim ele foi catalogado e já pode ser posto “à venda”.
No meio de tantos artistas e tantos pseudo artistas, vendedores de arte e críticos, o melhor é não nos deixarmos influenciar, estarmos calados e deliciarmo-nos com o que produzirmos.
domingo, 4 de setembro de 2011
A privatização da água
É colocar uma fonte de vida de todo o ser humano, na mão do capital, para que este faça dela, a sua fonte de rendimentos para o futuro.
Privatizar a água e a energia, dois bens essências na sobrevivência dos seres humanos, é dar armas aos ricos para garantir, ter em seu poder uma ferramenta de lucro seguro e uma arma de chantagem sobre os povos. À boa maneira dos filmes de cowboys americanos em que os proprietários das terras é que decidiam a quem fornecer a água e a que custo.
A privatização das coisas públicas só têm servido para que o poder económico seja mais forte. As empresas que foram privatizadas, na sua maioria tem uma fonte de receita garantida. Os novos donos ficam senhores de um bem, que todos nós somos obrigados a consumir, com a vantagem poderem fazer os aumentos que entendem, sempre que precisam de capital para renovações, ou novos investimentos. Nenhuma medida económica tomada, até hoje, nesse sentido, serviu para baixar preços, ou para melhorar as condições de serviço fornecidos ao povo, antes pelo contrário. Pioram os serviços, e diluem-se as responsabilidades sempre que procuramos exigi-las. Não podemos ceder. Temos de exigir dos governantes, que os bens que a natureza nos concede, para a sobrevivência, não podem estar na mão de exploradores. Não podemos aceitar que governo algum, coloque nas mãos de exploradores a ferramenta necessária de chantagem e poder, sobre todos nós. É antidemocrático, desumano e pouco sério.
Temos de copiar os holandeses e os uruguaios que impuseram: ÁGUA PARA TODOS
HOLANDA PROIBE PRIVATIZAÇÃO DA ÁGUA
A Holanda aprovou uma lei que delimita ao sector público a prestação de serviços de abastecimento de água.
A lei define o tipo de entidades que podem prestar estes serviços – captação, tratamento e distribuição – excluindo empresas privadas e de capitais mistos. Impõe ainda limitações ao tipo de empresas de capitais exclusivamente públicos que poderão ser concessionárias desses sistemas, e determina a cessação da concessão caso se altere a natureza da empresa pública.
Não existia nenhuma concessão a privados de abastecimento de água na Holanda. A água superficial e subterrânea e os terrenos envolventes são domínio público sob administração directa do estado.
O Parlamento Holandês obteve um parecer sobre se esta medida legislativa – a ilegalização da prestação privada de serviços de abastecimento de água – entraria em conflito com a legislação da UE.
O parecer estabelece que nesta matéria os estados membros são livres de deliberar como entenderem.
O Tratado que institui a Comunidade Europeia assegura a neutralidade sobre o regime de propriedade.
Não existe nenhuma directiva que proíba um estado membro de tornar ilegal a privatização da água – nem pode existir, porque seria contrária ao tratado que estabelece a Comunidade Europeia.
Não há qualquer fundamento para uma directiva de liberalização da água
Não há nenhuma directiva que requeira qualquer liberalização do sector da água, nem qualquer fundamento para admitir que tal medida seja eminente ou mesmo plausível. A Comissão Europeia considerou essa hipótese em 2003, mas foi extremamente conflituosa e explicitamente rejeitada pela resolução do Parlamento de Março de 2004.
A posição formal da Holanda, considerada um dos estados do mundo mais avançados no domínio da água, e as recentes posições do Parlamento Europeu acima citadas são sintomáticas de uma fragilização da aceitação das doutrinas de mercado da água nos países da UE.
Os governos dos países mais ricos evitam conflitos abertos com os seus eleitores, que lhes possam enfraquecer o poder. A crescente sensibilidade dos cidadãos para a privatização da água e para a espoliação de direitos inerentes, os movimentos públicos de defesa da água para todos e a divulgação de fracassos e consequências das privatizações, começam a criar obstáculos à privatização da água na UE, assim como nos EUA e no Canadá. Será essa força dos cidadãos que terá criado na Holanda a necessidade de lavrar em lei a garantia da gestão pública dos serviços de água.
Mas os mesmos estados que mantém os serviços públicos de água, ou que começam agora a retroceder internamente nos processos de privatização, têm posições inversas nas pressões para a privatização noutros países. É o caso da Holanda, cuja política externa para a “água dos outros” tem sido diversa, participando, por exemplo, na preparação de contratos de privatização na América Latina. Casos semelhantes se passam com outros países que mantém a gestão pública da água, como a Suécia e a Noruega, e, muito mais acentuadamente, na política dos EUA e da UE para com países terceiros.
A privatização da água começa a evidenciar-se como uma frente de neo-colonialismo, ou antes, de imperialismo.
Em Portugal a UE tem vindo a ser invocada como pretexto para a privatização da água e para a imposição do “mercado da água”. Verifica-se que sem qualquer fundamento.
E é o próprio governo que pretende impôr aos Portugueses a espoliação que outros impõem aos “colonizados” ...
Se a Holanda proíbe a privatização da água e, em condições bem mais difíceis, os Uruguaios souberam impôr a água para todos, por que esperam os Portugueses?
sábado, 3 de setembro de 2011
A partida à flor da pele
Partir: Quebrar-se. Dividir-se. Retirar-se...
Não há palavras para a dor que nos atormenta quando partimos. E há muitas formas de partir, em especial três bem dolorosas: quando viajamos, quando morremos e quando magoamos, ou somos magoados nos nossos sentimentos, morrendo por dentro.
Para que a dor se atenue, só há um remédio e nem sempre eficaz, o tempo, esse malandro que nos vai envelhecendo e matando aos poucos por dentro, deixando-nos muitas vezes, sem capacidade de reagir.
O tempo vai-nos ajudando a acomodarmos nos interstícios da pele essa dor, disfarçando-a na forma como assumimos a origem da sua existência, transformando-nos em pacientes com dor crónica, mesmo sem sabermos.
Quando alguém que nos é próximo vai de viagem, sabemos que regressa, dói enquanto dura a espera, mas a consciência diz-nos do seu regresso, por isso ficamos como se tivéssemos urticária. Se morre alguém que nos é querido, ficamos com a consciência da irreversibilidade do que aconteceu e vamo-nos habituando, com se tivéssemos ficado com uma espécie de pequena mancha de pele, resultante de uma queimadura, que com o decorrer do tempo a integramos no nossa morfologia. No entanto quando magoamos, ou somos magoados, mesmo quando na procura de fazer bem, ficamos irreversivelmente marcados e dificilmente conseguimos que os sentimentos que nos invadem desapareçam definitivamente. De tal forma assim é, que decorrem os anos e sempre lembramos tudo, com todos os pormenores, como se tivesse acontecido na véspera. Como aqueles sinais que aparecem na pele que se tiram a raio lazer, mas que fica sempre a sensação de que ainda estão lá. Esta forma de partir, é a mais dolorosa. Em vez de se atenuar com tempo, torna-se cada vez mais presente como se fosse alimentando da nossa mente cansada.
Já se descobriram muitas das razões para a dor crónica do corpo. Agora, tentam os cientistas encontrar o tratamento certo, não para atenuar o seu efeito, mas para resolver definitivamente. No entanto, para as dores enraizadas na mente, mas como diz o povo, no coração, só se for uma lobotomia definitiva, ou um coma induzido para as fazer desaparecer. O coração não dói, dizem, mas é nele que se sente a angústia que faz a mente reagir. Só seres desfavorecidos pela riqueza dos sentimentos, podem ficar indiferentes a tal partir.
Na verdade, temos mesmo que deixar partir, mesmo que restem marcas na memória, e marcas na pele, se não o fizermos, corremos o risco de loucura e não encontrar de novo quem nos nossos sentimentos tenha lugar.
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
partir -(latim partio, -ire, dividir em partes, distribuir, repartir)
v. tr.
1. Dividir em partes, separar.2.Quebrar. 3. Repartir; distribuir. 4. Ter origem ou começo; proceder; provir.
5. Confinar. 6. Seguir, prosseguir; prolongar-se, estender-se.
v. intr.
7. Pôr-se a caminho, seguir viagem. 8. Ir-se embora. = RETIRAR-SE 9. Sair com ímpeto. = ARREMESSAR-SE
v. pron.
10. Quebrar-se. 11. Dividir-se. 12. Retirar-se, sair. 13. Fugir, afastar-se.
14. [Figurado] Afligir-se, doer-se.
Não há palavras para a dor que nos atormenta quando partimos. E há muitas formas de partir, em especial três bem dolorosas: quando viajamos, quando morremos e quando magoamos, ou somos magoados nos nossos sentimentos, morrendo por dentro.
Para que a dor se atenue, só há um remédio e nem sempre eficaz, o tempo, esse malandro que nos vai envelhecendo e matando aos poucos por dentro, deixando-nos muitas vezes, sem capacidade de reagir.
O tempo vai-nos ajudando a acomodarmos nos interstícios da pele essa dor, disfarçando-a na forma como assumimos a origem da sua existência, transformando-nos em pacientes com dor crónica, mesmo sem sabermos.
Quando alguém que nos é próximo vai de viagem, sabemos que regressa, dói enquanto dura a espera, mas a consciência diz-nos do seu regresso, por isso ficamos como se tivéssemos urticária. Se morre alguém que nos é querido, ficamos com a consciência da irreversibilidade do que aconteceu e vamo-nos habituando, com se tivéssemos ficado com uma espécie de pequena mancha de pele, resultante de uma queimadura, que com o decorrer do tempo a integramos no nossa morfologia. No entanto quando magoamos, ou somos magoados, mesmo quando na procura de fazer bem, ficamos irreversivelmente marcados e dificilmente conseguimos que os sentimentos que nos invadem desapareçam definitivamente. De tal forma assim é, que decorrem os anos e sempre lembramos tudo, com todos os pormenores, como se tivesse acontecido na véspera. Como aqueles sinais que aparecem na pele que se tiram a raio lazer, mas que fica sempre a sensação de que ainda estão lá. Esta forma de partir, é a mais dolorosa. Em vez de se atenuar com tempo, torna-se cada vez mais presente como se fosse alimentando da nossa mente cansada.
Já se descobriram muitas das razões para a dor crónica do corpo. Agora, tentam os cientistas encontrar o tratamento certo, não para atenuar o seu efeito, mas para resolver definitivamente. No entanto, para as dores enraizadas na mente, mas como diz o povo, no coração, só se for uma lobotomia definitiva, ou um coma induzido para as fazer desaparecer. O coração não dói, dizem, mas é nele que se sente a angústia que faz a mente reagir. Só seres desfavorecidos pela riqueza dos sentimentos, podem ficar indiferentes a tal partir.
Na verdade, temos mesmo que deixar partir, mesmo que restem marcas na memória, e marcas na pele, se não o fizermos, corremos o risco de loucura e não encontrar de novo quem nos nossos sentimentos tenha lugar.
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
partir -(latim partio, -ire, dividir em partes, distribuir, repartir)
v. tr.
1. Dividir em partes, separar.2.Quebrar. 3. Repartir; distribuir. 4. Ter origem ou começo; proceder; provir.
5. Confinar. 6. Seguir, prosseguir; prolongar-se, estender-se.
v. intr.
7. Pôr-se a caminho, seguir viagem. 8. Ir-se embora. = RETIRAR-SE 9. Sair com ímpeto. = ARREMESSAR-SE
v. pron.
10. Quebrar-se. 11. Dividir-se. 12. Retirar-se, sair. 13. Fugir, afastar-se.
14. [Figurado] Afligir-se, doer-se.
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
“Pregais a pobreza e viveis como deuses”
Há quem diga "De Espanha nem bom vento, nem bom casamento". Este dito alimentado com o intuito de dividir os povos não corresponde à realidade. Todos os povos contribuem para que se aprenda com as sua experiências, sejam elas boas ou más. A atitude duma parte da população de Madrid rejeitando a visita papal em tempo de crise, deve ser um exemplo para aqueles, que governando, ou na sombra dirigem quem manda. Pátria, religião e futebol, não pode ser agenda desses senhores, para nos distraírem da verdade dos factos e dos verdadeiros culpados da situação em que maioria dos países se encontram
Eis uma das pichagens feitas em Madrid para receberem condignamente o Papa:
"A raiva, a alegria, a animação e a rebeldia do povo anti-clerical inundaram as ruas do centro de Madrid. Já dizia Quevedo que a pobreza, “sendo embora tão cristã, tem cara de herege”. E este povo com meio milhão de desempregados, que suporta jornadas de trabalho intermináveis por salários de miséria, que tem assistido a cortes nos orçamentos da Educação que representam metade do que vai ser gasto na visita de Bento, que vê desmoronar-se a saúde e os poucos serviços sociais públicos, de mulheres e homens de todas as opções sexuais, irrompeu ontem.
Os dinheiros públicos, os que saem e os que não vão entrar em resultado do desagravamento de impostos, os boatos, a cidade ocupada por peregrinos “convidados”, as mochilas que cada um de nós pagou, tudo isso foi pouco a pouco surgindo como um insuportável insulto à dignidade dos trabalhadores que neste sufocante mês de Agosto ficaram em Madrid. Com a convicção, mais uma vez, de que o não-confessionalismo da Constituição de 1978 é papel de embrulho, e de que o nacional-catolicismo de Franco não o teria feito melhor."
http://www.odiario.info/?p=2183
http://www.redroja.net/
Eis uma das pichagens feitas em Madrid para receberem condignamente o Papa:
“No Paparán!”, “Papa, go home”Extracto de um texto que escreveu Ángeles Maestro sobre o assunto
“Pregais a pobreza e viveis como deuses”;
“Se forem vocês a pagar, vão para o corno….de África”;
“Alerta, milhares de padres à solta!”
“Mais vale rafeiro que pastor alemão!”
“Nem, deus, nem deus, nem deus nos representa!”;
“Despesas clericais para escolas e hospitais!”
“Menos padres e mais cultura!”
"A raiva, a alegria, a animação e a rebeldia do povo anti-clerical inundaram as ruas do centro de Madrid. Já dizia Quevedo que a pobreza, “sendo embora tão cristã, tem cara de herege”. E este povo com meio milhão de desempregados, que suporta jornadas de trabalho intermináveis por salários de miséria, que tem assistido a cortes nos orçamentos da Educação que representam metade do que vai ser gasto na visita de Bento, que vê desmoronar-se a saúde e os poucos serviços sociais públicos, de mulheres e homens de todas as opções sexuais, irrompeu ontem.
Os dinheiros públicos, os que saem e os que não vão entrar em resultado do desagravamento de impostos, os boatos, a cidade ocupada por peregrinos “convidados”, as mochilas que cada um de nós pagou, tudo isso foi pouco a pouco surgindo como um insuportável insulto à dignidade dos trabalhadores que neste sufocante mês de Agosto ficaram em Madrid. Com a convicção, mais uma vez, de que o não-confessionalismo da Constituição de 1978 é papel de embrulho, e de que o nacional-catolicismo de Franco não o teria feito melhor."
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