quinta-feira, 10 de março de 2016

Por quê...só um dia.?





Sempre te quis
Por quê só um dia
Se todos os dias são teus
Só tu me fazes feliz
És o não igual que faz o par
Na vivência
No calor do tempo que ocorre
Na alegria
Que ao teu lado não morre
No teu ventre que me acolhe
No nascido
Que germinas
No amor com que me animas
Na salutar dependência
Que em mim fomentas
No que me dás de vivência
No quanto me ajudas na dor
Como alimentas o amor
E em mim sustentas
Construindo os dias
Neste nosso modo de ser
Eu sou homem
Tu és mulher.


dc

segunda-feira, 7 de março de 2016

Produzir... Apreciar...




Há os que
produzem
imagens
todas elas belas,
todas falando
sem palavras.

Há os que
vendo
e apreciando
sua beleza
estética
vão viajando.

Há os que,
patetas,
passam ao lado
nem produzindo
nem viajando
só ignorando.

Há os que
da arte se vão
governando,
nada fazendo
nem apreciando,
só lucrando.

ou seja...

Há os que
produzem
e os que apreciam
vão viajando
e há uns outros,
esses “venha o diabo
e escolha.”

dc



sexta-feira, 4 de março de 2016

E restem os cansaços




Hoje, voz no meu peito,
Silêncio no que me rodeia,
Pranto de guitarra
Apelando nesse teu jeito

O encanto veio no teu olhar,
No mexer dos lábios,
Nas mãos se agitando,
Das palavras em silêncio
Em mim gritando

O teu respirar chegou suave
De encontro ao meu corpo
Trazendo teu perfume,
Fez-me preso, absorto
Temendo que acabe

O nosso abraço foi longo,
Apertado, quase indecente,
E nos lábios que se cruzam,
O  calor e vontade ardente
Que os corpos se concluam

Depois...

Sussurros se desfazem
Em ouvidos devassados,
Mãos e dedos à descoberta
Até que a estória se torne concreta
E restem os cansaços.     

dc




quarta-feira, 2 de março de 2016

PIRUETAS





Andas nas margens
fazendo as tuas viagens.
Temes as águas profundas
onde não sentes o pé.
Temes que a força da correnteza
faça com que percas a fé,
da beleza que te desenha,
ou dum pensamento
que te detenha.
No horror da incerteza,
vives acorrentada
na expectativa,
procurando no devir
a resolução do sentir;
como se os afectos
fossem tão concretos,
e possíveis de decidir,
pela simplicidade do tempo
no matemático somar dos dias.
Vais fazendo caretas
às decisões,
e às emoções;
piruetas,
adiando a morte inevitável,
que no dobrar da esquina,
surge vestida de negro
no aspecto saudável,
de um coveiro
em fim de semana.

dc

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Escrevi...




Escrevi nas tuas pernas o romance de uma vida, mais do que as tocar para percorrer com os dedos, usei o marcador que te ia provocando coceira divertida, e não a excitação que as palavras no seu conteúdo possuíam. Era a necessidade de deixar memória escrita do nós, para além daquilo que fisicamente sentíamos.
Cada palavra foi escolhida na partilha de desejos, sentimentos, emoções e vontades. Cada vírgula um toque subtil, cada acento um reforço do gozo, cada parágrafo, uma pausa para que romance físico se desenvolvesse. Momento a momento fomos preenchendo o espaço disponível, tatuando as tuas pernas com as letras, as palavras, as frases construídas e tudo saboreado com aquilo que lhe deu origem...o que fazer para que não se torne efémero o que se passou? A escrita pode esbater-se, ou pagar-se, pela passagem da água e do tempo e tudo ficará como resquício de memória... mas o que vivemos ...espero que reste eternamente.

dc


domingo, 28 de fevereiro de 2016

se o fizeram...




.... a mão estava ali, avançava na direcção da sua boca, tocou nos seus lábios, como se cego fosse querendo conhecer o caminho para dentro dela…o seu corpo tremia de emoção e ansiedade… o mundo era pequeno demais para o que sentia, seus lábios, por certo, queimariam a ponta dos seus dedos, seria melhor que ele a afogasse com os seus lábios e a possuisse definitivamente, arrefecendo as vontades, saciando o corpo, No seu coração e na sua mente o seu amor já era dele.
> ele tocava-lhe os lábios, e sentia-se dominado pela força que dentro dela lhe chegava, ela já era dona do do seu corpo, seu pensamento, seu coração, só isso fazia sentido, naquele calor que parecia queimar-lhe a pele da ponta dos dedos, sentia-se possuído pelo voo irrepetível da paixão que se desfaz em amor que adentrava no seu ser, O prazer de permanecer, definitivamente a seu lado, naquele abraço que não se desfaz, na morna serenidade, da realização dos afectos.
> domingo à tarde, por vezes, para alguns a vida acontece, que eles mereciam mereciam…se o fizeram...  

dc


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

d'Vermelho




Na suavidade da pele
A cor de que se despe

No gesto atrevido
O insinuar do avanço

No deslizar dos dedos
O impulso do fogo
Que consome a paixão

Será tudo um logro
Se os dedos tremerem

Ah..
Se os dedos tremerem
Sem despir o vermelho
Com que te seduzo
Para que te fiques na pele

Que se será de mim
Se contigo recuso
Ir até ao fim.

dc