segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

PARABÉNS DINIS



Há quatro anos nascias tu.

Hoje fico feliz porque nasceste, não no meio da guerra dos homens, nem no meio da fome que assolam outras pátrias. Nasceste forte e seguro e com muito amor à tua volta. Hoje és o grande amor de teus pais e avós, com que preenches o seu tempo. És criança a brincar no meio de outras crianças e tens o sorriso e alegria do teu olhar, que a todos fazes amar.

Sabes que te adoro. E todas as vezes que estamos junto eu cresço contigo, fazes-me falta, pelo muito que me dás.

Parabéns.


Beijo e um XI do Avô


Para ti este texto, para leres um dia mais tarde



Fecha-se o sorriso, o olhar fundo se perde no tempo, que não vive criança.

Por dentro, estranha-se, nos porquês que de forma variada, lhe surgem na sua mente ainda inocente, da percepção da maldade dos homens.

Uns violam a sua privacidade de crianças, outros enganam-nos hipotecando o futuro.

No peso imenso, em seu corpo franzino, das mochilas de livros, pretendem formatá-los, rápido, na sociedade de exploração e tiram-lhes a possibilidades de serem crianças.

Usam palavras ”estrangeiras”, para explicar a violência nas escolas, e não arranjam palavras portuguesas, para explicar a falta de tempo e capacidade, de muitos pais para acompanharem o dia à dia dos seus filhos.

Os pais, escravos do trabalho na sociedade que diz protegê-los, explorados até ao limite alienante nos locais de trabalho. diz quem pode e tem poder, para salvar a economia e o país. Eles assim ficam, sem capacidade para serem humanos e pais

Há pais que correm, correm, correm e não lhes sobra tempo para os mimarem,

Há pais que os deixam partir dos estudos, para brutalidade da oficina, para aprendizagem boçal de uma profissão, para que o pão lhes caia na mesa.

O que esperamos para dar dignidade às crianças de terem pais, de serem crianças?

Quanto mais aguentaremos, um presente tão difícil e um futuro tão obscuro?


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