Sinto-me agredido, por essa vozearia,
na comunicação pública. Sei, que trazem as palavras, constroem frases, cruas,
duras, ensanguentadas que exacerbam as emoções. A mente se desgoverna sem freio,
vai em direcção a um lugar indescritível, talvez pelo terror do que se lhe apresenta,
talvez pelo medo de se conscientizar, que afinal é realidade, não um
pensamento, ideia ou sonho. Uma rede estruturada, de comandos subliminares,
transmitindo, de fora para dentro, tenta influir, no que a mente elabora, para que
ela por si só, vá ao encontro do caminho que lhe destinam. Sinto que ela tenta
tocar o meu íntimo, e então me apetece perder a humanidade. Cortar
definitivamente com essas gentes, que se me apresentam tão miseráveis, que vulgarizam
a vida, tomam misseis ao pequeno-almoço, drones como aperitivos, arrotos ao
almoço e no desenrolar da janta, bombas neutrónicas como sobremesa, nesse
espaço de descomando da humanidade. No meio disso tudo, corpos inocentes caem
na terra, tal qual adubo, satisfazendo estômagos milionários insaciáveis.
Quanta vergonha, conseguirei aguentar, para que se não solte o verbo, ou a
fúria embraveça o gesto?
dc
quarta-feira, 16 de outubro de 2024
História Perversa
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