Começou com um quero, com a força, dos sorrisos
carregados de promessas, que se perderam fáceis de sentido, perante um simples
grão de areia, trazido pelo vento no seu correr.
Foram pouco mais de setenta e duas horas, debruadas de palavras de encanto, criando
cenários, colados num poderoso sentimento positivo, resumindo tudo, na força do
eu quero(!) desenhando horizontes. Setenta e duas horas passaram até que o grão
de areia, invadisse a consciência, e tomando-se de razão, impediu, a viagem ao LuAr
em alto mar.
Desfeitas as perspectivas, que aquele mísero grão de areia interrompera, a única
coisa que restava, era regressar à terra e não deixar que o fracasso do
empreendimento, deixasse marca. Caminhar, seria o modo de procurar acalmar e
encontrar respostas. Podia distrair-se olhando em volta, fixar-se em pequenos
pormenores, esquecidos no comum dos dias. Entendera necessário, esse ir sem
destino, para que a manhã se alongasse, afastando de si o fracasso da viagem e
os seus fantasmas. Assim, o pensamento vagueava, sem se fixar demasiado na dor
fininha, que adentrava bem fundo. Os pés pareciam fluir, de um passo ao outro, com
firmeza, mantendo o equilíbrio do corpo, pronto a enfrentar o vendaval de
agitada loucura e emoções. Sentia-se um monge de Shaolin, deslizando os pés sobre
a folha de arroz, sem deixar rasto. Queria ser invisível, ao outro mundo que
circulava perto, ganhando tempo e espaço para perceber, que ainda há a pessoas
que acreditam no ser humano, nos seus erros e acertos, alegrias e
tristezas, sem desistirem fácil do seu, quero, como desejo, como força de vida. Porque a vida acontece.
dc
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