segunda-feira, 31 de outubro de 2011

OPINIÕES SOBRE A CRISE




Parei na esplanada para tomar algo, aproveitando o jardim em frente para de vez em quando espraiar o olhar enquanto lia o livro que tinha trazido. O meu prazer foi rapidamente interrompido, por culpa do sr. Coelho e dos Passos que ela anda a dar para lixar o Zé.
Dois casais caminhavam em direcção à esplanada e em voz alta discutiam o que se estava a passar na função pública, quanto a despedimentos e cortes que se avizinham.
Como sempre acontece, na maioria do povo que é explorado, por falta de cultura e honestidade bacoca, a primeira coisa que eu ouvi comentar foi o seguinte: “também há muita gente hoje em dia que não quer trabalhar, quer um emprego, preferem estar no fundo de desemprego a fazer alguma coisa”. Depois no decorrer da conversa, esquecendo-se do que tinha dito, corroborou com o colega de mesa, que começou a lamentar-se dos centenas de euros que no próximo ano iria perder com a falta de subsídio de Natal e de férias, lembrando ser uma injustiça, pois as pessoas não contavam receber menos, já este ano, mas já tinham decidido, acabar com as prendas e havendo dinheiro para comidinha, já era muito bom.
Distanciei-me da conversa, e comecei a pensar...
Esta gente, pensa na crise como se fosse culpada e nem se apercebe, que a crise só  demonstra, é que o dinheiro mudou de mãos. Se raciocinarmos um pouco logo sabemos que dinheiro não foi queimado. O dinheiro foi desviado dos bancos, dos governos e de uns investidores, para enriquecimento de uns quantos, que dizendo perder dinheiro todos os dias, se aproveitam da crise e compram ao desbarato investindo na desgraça dos outros.
Aquelas pessoas estavam a esquecer-se que os que estão no fundo de desemprego, ganham 65% do salário que auferiam, e portanto ao irem trabalhar pelo mesmo dinheiro, têm mais despesa e estão a perder favorecendo o empregador, que vai querendo pagar cada vez menos?. Esquecem-se que a Administração Pública tem despedido funcionários de alguns sítios, e depois vão requisitar outros que estão no F. Desemprego, pagando muito menos, o que significa que pagamos com dinheiro que ao desempregado está destinado, criando mais desemprego?.
De facto as pessoas querem empregos, pensando estar a viver no tempo em que os seus direitos eram defendidos, permitindo-lhes estabilidade para garantirem as suas despesas e compromissos assumidos. Hoje emprego, ou trabalho são situações idênticas. O paradigma mudou. Administradores, directores e outros cargos de top são escolhidos pelas competências e conhecimentos profissionais na área(?), e os trabalhadores escolhidos pela capacidade de sujeitarem a trabalhar em qualquer profissão, em qualquer lugar e com o salário que “eles” entendem pagar e se houver dinheiro. Tudo isto independentemente da sua área de formação, ou habilitações.
Sabe-se, que hoje em dia nascem e morrem profissões, ou deixam de ter a mesma importância, no mercado de trabalho, devido às constantes evoluções tecnológicas, redimensionamentos e descobertas científicas. Nestas mudanças quem menos sofre, são os que exercem cargos de chefia, não só porque mandar é um “dom” e como tal estão acima de qualquer mudança, ou especificação, mas também porque, quando necessário,  fazem reciclagem, na maioria dos casos paga pela empresa, nem que seja nas Ilhas Malvinas, para se recomporem do stress.
Ainda há dias um sr. Mira-Te Mal, engº que fala de economia (?), porque está ligado à banca, defendia que as medidas do governo tinham de ser tomadas e falava de sacrifícios. Entretanto é visto a sair de um restaurante de luxo e a entrar para um carro alemão(?) de gama alta, com a matricula de Junho de 2011, ou seja, “olha para o que eu digo não olhes para o que eu faço”. 

“ E nós o povo que fazemos?”
“ Deixar de falar de quem trabalha”.
“ E nós povo já sabemos
  que este país só anda com quem trabalha”

“ Há um cheirinho no ar de que a mama tem de acabar”

“ E nós o povo o que devemos fazer?”
“ Ir para rua mandá-los trabalhar”

“ E nós povo o que temos de fazer?”

“ Recuperar o que nos andam a tirar”
“ Pôr os ricos viveram com o salário com estamos a viver”
“ Para assim aprenderem a sofrer e a trabalhar?


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