sábado, 31 de outubro de 2015

Pegadas Na Areia




Então sempre queres passear comigo na beirada do mar, desenhando pegadas na areia, de mãos dadas e os dedos entrelaçados, com os olhos no nosso horizonte?

Já decidiste, se queres respirar o mesmo ar que eu respiro, refrescar o rosto com a mesma brisa e sentir que flutuamos acima do que nos rodeia?

Será que quererás envelhecer mais próximo de mim, para que veja as tuas rugas surgirem e tê-las só minhas, e o teu corpo desjuvenescer no conforto do meu?

Já pensaste, se não será, agora, a hora de agarrar este momento de azul que nos permite a beleza de estarmos, antes que a terra escura nos torne adubo da dor dos que amamos? Carpe diem

Assim questiono o travesseiro, por que eu tenho planos. Sabes quero oferecer-te flores que se percam na tua beleza, Que o meu “gosto de ti” se solte no teu ouvido e se abrigue na pele dos dias.

Quero-te sonhando comigo, mesmo de mentes separadas na distância, sonhos daqueles de bom sonhar, onde nos enleamos, fazendo caminho nas nossas coxas, enquanto as línguas se vão entrecruzando em jogos de maviosa sedução...e depois... depois dessonhar e sentir-te tão minha que duvido da luz que entra pela janela para apresentar o dia.

É bom ter esse sentimento que nos domina, e nos envolve, usufruindo-o livremente perante os outros... sentir-nos voando largando tudo o que possa impedir vivermos.

Quero-te comigo, sentindo os pés se enterrando na areia deixando caminhos que se apagam...sem querermos que nos sigam, querendo agarrar as conchas que se sepultam naquele lugar e observá-las, registando cada risco, cada curva, cada cor...esperando... o inevitável...o meu corpo se colar no teu projectando-te na maciez da areia, para uma vez mais, saciarmos vontades e desejos, despidos do medo, sentindo o sabor a sal do desejo que o mar nos acalenta.

Seremos loucos se deixarmos aos outros este lugar de nós, que queremos viver. Seremos loucos, se nos deixamos enterrar em dúvidas inúteis, ou precauções, que nos impedem de nos realizarmos neste tempo de agora.

Na luz verde se espera o avanço, mas nós já temos o cores do arco-íris, porquê esperar?

dc

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

não me tragas o teu silêncio...




não me tragas o teu silêncio, que o meu já é muito pesado
não digas que falo demais, se o teu silêncio me corta a palavra
não me digas ter de lutar pela vida, quando a minha foi isso mesmo
não digas que sou teimoso, por resistir ao que me é imposto
não me digas que não sei o que é desgosto, se tantas vezes me desgostaste.

não digas que eu parta, quando sabes que quero ficar
não digas para não temer, se todos os dias temo te perder
não digas para ter calma, se todos os dias me pões em alvoroço
não digas que o longe incomoda, se não fico-me pelo nosso esboço
não digas nunca mais, porque eu sei que nada é definitivo.

diz sempre que vale a pena, tanto querer
diz que a vida não é um poema, mas que o amor pode ser
diz que temos caminho para fazer o nosso viver
diz sim, que me queres, mesmo desfolhando malmequeres
diz que somos unha e carne, mesmo que hajam unhas partidas
diz que amar nem sempre dura, mas que vale a pena a aventura.

se o silêncio se esgotar e algo de novo resultar
temos a certeza da aventura
que há muito andamos a sonhar.

dc

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

O GRITO




O grito

Sai de dentro
intenso
como um ronco
forte imenso
se estreita na saída
vai e se espalha
como tara perdida
levando a dor
raiva frustração
até o amor
por montanhas
vales e rios
sem desvios.

É um grito


De revolta
contra tortura
pelo fim
da ditadura
pela verdade
e liberdade
pela luta
de quem trabalha
do estudante
e todo o povo
que quer ir avante
por um mundo novo
.

É o grito


Dos amantes
nas dores
da partida
nas chegadas
nas ausências
em vividos
instantes
na alegria
do nascer
no prazer
no viver.

É o grito


Sempre
a acontecer
sem hora
marcada
para se revelar
sai de dentro
para exorcizar
toda a dor
toda a cólera
todo o stress
todo um mundo
que esvanece.

E eu grito
desesperadamente
porque a vida
começa
num outro grito
que acontece.

dc






quarta-feira, 28 de outubro de 2015

ALento



>faço do teu corpo
o areal onde repouso
saído das águas profundas
dos pensamentos insurrectos
que me exige a liberdade.

>és o sopro ventilando
a minha existência
com a frescura esperança
numa luta infinda
ao encontro da temperança.


>contigo o alento
o sonhar possível
aconchegando
sol ao meu sorriso
iluminando meu rosto.


>restam dos teus lábios
as palavras que ouso ouvir
de algo novo a surgir
dos teus beijos alento
para voar contra o vento.


dc

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Apeteceu-me



Não gosto do “amor liquido”, essa moderna forma de estar perante o amor. Gosto do trabalho que dá amar e viver com o amor que se tem, que se partilha, que não se perde nos acidentes de percurso, à primeira zanga, porque é fácil mudar para nova versão de uma coisa que ainda nem é. Por isso ainda gosto de beijos molhados, que selam a palavra mais desadequada, numa boca que sabe reconhecer que um beijo é mais do que uma vírgula, é um ponto final de algo que nem sequer teve tempo de acontecer para perturbar. E muitos outros beijos poderão continuar a frase o pensamento e a realização física do enlevo do que os une. No dia em que o beijo não for um ponto e ficar só pela vírgula, será melhor parar para pensar que pedra está atravancando o caminho daquele beijo....
( Que temos nós a ver com isto? Pensarão alguns. Nada apeteceu-me escrever sobre o assunto e depois, não posso?)

dc
 ....
O amor líquido é a transformação dos homens em mercadorias, é a solidão de uma sociedade individualista que busca relacionar-se, mas sem se envolver, como se as pessoas fossem descartáveis. A insegurança impede que raízes sejam fincadas, que o produto acabado transforme-se em produto construído, que alguém esteja dentro de mim. No máximo o que são permitidos são os "relacionamentos de bolso", os quais você guarda no bolso de modo a poder lançar mãos deles quando for preciso.
......
http://obviousmag.org/genialmente_louco/2015/o-chove-nao-molha-do-amor-liquido.html#ixzz3pQ2oLReB


Uma Outra SOmbra






Eu olho a sombra, que não é minha, como se fosse, para que não sinta a tua ausência.

É a sombra do balanço com que figuramos o nosso estar, próximos, mas não iguais, Distantes e no entanto o suficientemente perto para sabermos que continuamos na pele um do outro, Ausentes não esquecidos, porque a falta nos lembra todos os dias os pormenores do que cada, num desenho rigoroso feito pela memória.

Nem sempre o que parece é, por vezes a nossa sombra não reflecte o que somos e o que fazemos, é somente a sombra do outro com quem partilhamos a capacidade de vivermos em comum aceitando as diferenças. Em cada um de nós há uma sombra que nos ajuda a viver a realidade, apareça ela travestida do que se queira.

Hoje leio na sombra, como a vidente no fundo da chávena de café, que o futuro ainda é possível e podemos abraçar mais tarde ou mais cedo as sombras que nós trocamos.

dc

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

SOmbra NUA




Gostei da sombra que vestiste
como uma segunda pele
como se tu melhor existisses
te não mostrando.
Em rigor a nudez da sombra
com que te vestiste
é a mesma com que te vestes
quando eu me desenho em ti
no fim das madrugadas
em que te afloro somente
dizendo estou aqui.

dc

domingo, 25 de outubro de 2015

USUFRUIR



Deixando-se ir, surfando a onda, naquela humidade densa que o seduzia e não parava de se agitar, tudo de dentro vinha ao seu encontro, como se todas as coisas novas, fluindo sem cessar, lhe ficavam na ponta da língua, como conhecimentos de memória curta, Chegavam trazendo o prazer da partilha da entrega e de sentir, recebidos em cadência sem quase ter tempo de gozar da aprendizagem.
Ser egoísta, na conquista do saber, libertar os hábitos de submissão adquiridos, usufruir do seu próprio prazer e dele dar conhecimento. Sensibilidades diferentes, perante momentos iguais e sem perda para ambos, na construção mais sólida do legado da vida. O conhecimento não é linear, nem apreendido de igual forma por todos, necessário será que cada um o tome do modo mais coerente consigo próprio e tente a fusão, um par será mais de que a soma de dois.

dc

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

a ESPERA



É a espera
É a esfera
É aquela
que desespera.

É redonda
É um sem fim
É uma espera..
ai de mim

Se é redonda
Porque será chata
Essa espera
Sem fato e gravata

A espera nos irrita
Tirando-nos do sério
É a paciência que grita
Perdendo seu critério

(Quem espera
Sempre alcança)
Diz o povo sem razão

Quem espera desespera
Nisso cai em contradição
A espera é um estafermo
Que nos ataca o coração.


dc

Uma espécie de sonHo



Se mais cedo me deitava
Mais depressa acontecia
O meu corpo no teu deslizava
E na noite te descobria

Todo um sentir imaginado
Num desejo antes pensado
Ainda estava eu desperto
E na noite tornou-se concreto.

Cada detalhe ou relevo
Assumia a sua importância
E na boca o sabor e enlevo
De cada pequena reentrância

Sem qualquer preconceito
Sôfrego insaciável
Cada descoberta a seu jeito
Num prazer inexplicável

Só o surgir da madrugada
Arrefeceu tudo aquilo que sentia
Tudo reduziu a pó e nada.
E desfez o sonho que acontecia.

dc

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Um dia menos feliz





Quando às dores do corpo se juntam, às que dentro nos consomem, a vida se inferniza e só queremos que tudo pare num instante. A vontade de resistir se esvai e aproveitamos os intervalos, em que ela se suspende, para ficarmos como aturdidos sem pensar. Por vezes as lágrimas correm não pela dor, mas pela sua ausência, que nos permite segundos de felicidade.
Se acreditássemos que temos o destino traçado, teríamos de descobrir quem foi o “Filho da Mãe” que o fez assim. Com direito ele decidira que teria de ser tão mau...e que a dor deveria estar escrita nos ossos, na pele...e dentro apertando como um torniquete, lentamente, retirando-nos o discernimento e o ar com que respiramos?
Onde está a felicidade? Como a percepcionamos? Porque a desejamos tanto?
Não existirá ela, só no intervalo do infortúnio, da brutalidade da vida, Aí ela se faz sentir, curta, somente intervalo, para a chatice da continuidade, Daí o desejo, daí a sua valorização pelos humanos. Quase me atreveria a dizer, que felicidade e saudade, são parentes próximos, a ausência de uma ou de outra tirariam a percepção real do sentimento que elas representam em nós. Será? Assim penso eu neste dia menos feliz, onde duas dores se misturam, e um momento de paragem poderia ser felicidade.

dc

sábado, 17 de outubro de 2015

Rasos ao chão




Acontecia assim...talvez porque as ausências eram largas, a oportunidade e o tempo eram escassos.... ficávamos rasos ao chão do cansaço do amor, com o cheiro dos corpos misturados como um lastro de nós em cada um, como que garantia de que não nos perderíamos um do outro. Depois, de modo inconsciente, as nossas mãos se procuravam para nos deixarmos esvair na lentidão do tempo.
dc 


quinta-feira, 15 de outubro de 2015

DesESCUTEI



Desde que desescutei tua voz, ela vive no meu silêncio, agarra-me a este lugar, parado, com o olhar nesse lugar infinito que limita a terra, deixando que os sonhos borboleteiem nos pensamentos presos por uma realidade que se evaporou. 
Estranho o modo, como repentinamente, nos desligamos desse fio condutor que nos mantém, largo tempo, julgando sermos. Faz-se um click estranho no cérebro, que depois percorre toda a nossa estrutura corporal, como uma campainha de alarme, acabando nesse músculo que nos simula a vida, dando ordem para manter um corpo tecnicamente vivo, não emocionalmente vivo, É como estar nu porque despido e não nu por estar limpo de preconceitos, de alma aberta, mostrando-se de “cara lavada”. 
Ensurdeci, para os de fora e escuto-te dentro de mim, visto-me para os de fora e estou nu para ti. Minha vida está fechada nesse emocional, que não técnico, onde as aparências não tem lugar, preso nesse infinito onde só a imaginação vive. 

dc

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Hoje..




Hoje  
Se me tivesses chamado
Ter-me-ias de dia
No retrato mais acabado
Que algum dia eu te daria

Hoje
Seria licito até, pensar
Num beijo com sabor de morango
Saltar como se quisesse voar
E ir contigo dançar o tango

Hoje
O retrato teria a qualidade de Man Ray,
Na estética do preto e branco
Na ausência de cor o encanto
E da tua boca : amei!!!

dc

domingo, 11 de outubro de 2015

CARTAS SONHADAS




Tenho escrito muitas cartas sonhadas para ti, Cartas nunca acabadas, ou enviadas, Cartas que escrevo quase todas noites, Por vezes a tinta escasseia da imaginação e tenho de as repetir desde o começo, quase sei de cor grande parte delas. O começo, sempre igual, bom dia, Minha Flor..não era o teu nome, mas nas cartas sonhadas era sempre assim que eu te identificava. Muitas vezes recusava-me, de propósito, a acordar agarrando-me ao prazer que delas tirava e o que projectavam de momentos e vivências.
Esta noite, a carta que escrevi levava um sobreaviso, quanto ao definitivo... protelei o mais possível esperando que alguém me acordasse antes de enviar, não queria que partisse... a minha mente não encontrava endereço. Era como se estivesse em coma induzido para encontrar tempo para debelar a doença e atenuar a dor. Ela falava de tudo o que existira de nós, o que éramos de loucura e paixão, de projectos, e que agora só nos sonhos acontecia, pois há muito partiras. Temia de mim, se ela partisse, perderia o sonho e tua companhia, que em alguns casos quase real.
Quando me acordaram repentinamente, eu que ansiava por isso, naquele momento me senti infeliz pois não queria ter sido interrompido, Acordara contigo tão real em mim, que sentia ainda o calor e sabor dos teus lábios sobre os meus e o cheiro do teu corpo espalhado pelo quarto. Era este momento que me dava algum sentido e às cartas sonhadas, continuavas alimento das minhas fantasias, afinal o que temia perder. 
dc

sábado, 10 de outubro de 2015

SAUDADE...





hoje
desconsolei
por não ser poeta
desencontrei
a palavra certa
para o tamanho
da saudade

nos dicionários
consultados
os pensamentos
estavam alinhados
todos perdulários
quanto à saudade

sem tradução
em outras línguas
fiquei sem saber
como pode o coração
estrangeirar
de saudade.

dc




quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Sou folha caída




Sou folha caída
Duma árvore com vida.

Sou a queda necessária
Histórica e revolucionária
Dialética e sua espiral
Cumprindo um ritual

Na terra enriquecida
À árvore dou vida

dc

terça-feira, 6 de outubro de 2015

O Ser, da gente






Pousam
No teu contorno
As folhas caídas
De Outono

Escolheram
Teu corpo
Tua frescura
Tua forma
Tua candura

No acaso
Do seu cair
Acentuaram
Tua beleza
Com a cor
Da natureza

Folhas caídas
Na terra
Em seu tempo
Numa troca
De’vidas
Como húmus
Do renascer

Assim
Como na pele
Assim
Como no corpo
E seu ventre
Cai a semente
Nasce humano
O Ser da gente

dc

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Lá, na imaginação



No segredo, do nosso encontro de palavras, se descobre a beleza das rosas, sem a dimensão do seu cheiro nem o sentir dos espinhos que as protegem. Nelas a noção de como agarro teu sorriso e fico com ele, passeando nos meus pensamentos, dando cor aos dias, limando as arestas de momentos difíceis, aceitando que traga aos meus olhos brilhos de alegria. 
Faço-te princesa do meu reino, mesmo não sendo príncipe, servo, ou rei, és personagem principal do meu conto, ilustrando meu coração. Imagino-te, na espera do meu regresso, vindo da floresta distante, destruídos os obstáculos e eliminados os inimigos, trazendo a paz ao teu regaço e esperança renascida. 
Sei-te sabedora de corações doridos, de sentimentos feridos, de vontades e desejos capazes de grandes batalhas, Certamente a distância existe como um factor de distracção, somente isso, do toque da realidade física, mas prova que os sentidos e emoções são fonte de proximidade.  
Na verdade, rosas, sorrisos e brilhos, são acessórios neste nosso conto de fadas, mas que nos fazem tão bem, que até a distância, a espera e a realidade física, se esbatem, com o calor das palavras e seus sentidos, tornando-nos a realidade possível...

dc.
 
 
 


sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Como folhas caídas



O verde acastanhado das folhas, a terra coberta por diferentes matizes, húmida das primeiras chuvas, o fumo saindo das chaminés das casas, como se fossem comboios parados na estação esperando ordem de partida, O balir dos animais, pastando, A brisa tirando as folhas que ainda subsistem em alguns galhos, vão-no carregando de nostalgia e uma melancolia enorme se apossa de si. 
O olhar se perde na planície a desaparecer da vista, num observar de dentro, em que se confundem, realidade e sentir, olhar cego que não vê, vive da memória do que reconhece, agarrando tudo o que se liga ao que decorre no seu pensamento. Como folhas caídas, despindo as árvores, criando o húmus da terra, também vai rasgando, páginas sucessivas, dos registos que se foram construindo, entre dores e alegrias, deixando correr o filme até ao The End, que o permita regressar à realidade e plantar em terra fresca novas ideias, esperança e força para novas batalhas. 
Saber quanto tempo decorreu, entre a chegada e a partida, é secundário, importante foi o que aprendeu e amadureceu nesse estar... frente aquela imensidão, integrado, como elemento indiferenciado e constituinte da natureza, lhe permitiu se redescobrir dentro da sua própria natureza.

dc



quinta-feira, 1 de outubro de 2015

CHUVA DE OUTONO




Cai vertiginosa deslizando, nesses montes e vales, regando a terra fértil, refrescando seu ardor. Ela se deixa possuir por aquele, algo, sem contorno, que revela sua forma e liberta seu espírito para voos inesperados. Corre, escorre e percorre, massajando, leve, docemente, num êxtase inexplicável, como se num deserto, encontrasse a fonte da vida.
Ali, completamente só, despida de tudo, submete-se à sua limpidez, lavando sujidade ou pecados maiores, por vezes resíduos de um amor não desejado.

dc