quinta-feira, 15 de outubro de 2015

DesESCUTEI



Desde que desescutei tua voz, ela vive no meu silêncio, agarra-me a este lugar, parado, com o olhar nesse lugar infinito que limita a terra, deixando que os sonhos borboleteiem nos pensamentos presos por uma realidade que se evaporou. 
Estranho o modo, como repentinamente, nos desligamos desse fio condutor que nos mantém, largo tempo, julgando sermos. Faz-se um click estranho no cérebro, que depois percorre toda a nossa estrutura corporal, como uma campainha de alarme, acabando nesse músculo que nos simula a vida, dando ordem para manter um corpo tecnicamente vivo, não emocionalmente vivo, É como estar nu porque despido e não nu por estar limpo de preconceitos, de alma aberta, mostrando-se de “cara lavada”. 
Ensurdeci, para os de fora e escuto-te dentro de mim, visto-me para os de fora e estou nu para ti. Minha vida está fechada nesse emocional, que não técnico, onde as aparências não tem lugar, preso nesse infinito onde só a imaginação vive. 

dc

1 comentário:

  1. Aguardo o livro. Tão belo pintas o azul como as palavras que debitas nesta tela
    Bjo

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