O verde acastanhado das folhas, a terra coberta por diferentes matizes, húmida das primeiras chuvas, o fumo saindo das chaminés das casas, como se fossem comboios parados na estação esperando ordem de partida, O balir dos animais, pastando, A brisa tirando as folhas que ainda subsistem em alguns galhos, vão-no carregando de nostalgia e uma melancolia enorme se apossa de si.
O olhar se perde na planície a desaparecer da vista, num observar de dentro, em que se confundem, realidade e sentir, olhar cego que não vê, vive da memória do que reconhece, agarrando tudo o que se liga ao que decorre no seu pensamento. Como folhas caídas, despindo as árvores, criando o húmus da terra, também vai rasgando, páginas sucessivas, dos registos que se foram construindo, entre dores e alegrias, deixando correr o filme até ao The End, que o permita regressar à realidade e plantar em terra fresca novas ideias, esperança e força para novas batalhas.
Saber quanto tempo decorreu, entre a chegada e a partida, é secundário, importante foi o que aprendeu e amadureceu nesse estar... frente aquela imensidão, integrado, como elemento indiferenciado e constituinte da natureza, lhe permitiu se redescobrir dentro da sua própria natureza.
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