quinta-feira, 1 de outubro de 2015

CHUVA DE OUTONO




Cai vertiginosa deslizando, nesses montes e vales, regando a terra fértil, refrescando seu ardor. Ela se deixa possuir por aquele, algo, sem contorno, que revela sua forma e liberta seu espírito para voos inesperados. Corre, escorre e percorre, massajando, leve, docemente, num êxtase inexplicável, como se num deserto, encontrasse a fonte da vida.
Ali, completamente só, despida de tudo, submete-se à sua limpidez, lavando sujidade ou pecados maiores, por vezes resíduos de um amor não desejado.

dc


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