quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Bertold Brecht - Elogio da Dialéctica

Palavras tão certeiras de Brecht, e música de José Mário Branco são um apelo ao povo para que se mobilize. Povo que tem sido adormecido pelo conformismo, a quem incutem o medo para que fiquem estáticos mesmo quando explorados e com a fome na ponta da navalha do opressor. ACORDAI POVO DO MEU PAÍS.
Elogio da Dialéctica

A injustiça avança hoje a passo firme
Os tiranos fazem planos para dez mil anos
O poder apregoa: as coisas continuarão a ser como são
Nenhuma voz além da dos que mandam
E em todos os mercados proclama a exploração;
isto é apenas o meu começo

Mas entre os oprimidos muitos há que agora dizem
Aquilo que nós queremos nunca mais o alcançaremos

Quem ainda está vivo não diga: nunca
O que é seguro não é seguro
As coisas não continuarão a ser como são
Depois de falarem os dominantes
Falarão os dominados
Quem pois ousa dizer: nunca
De quem depende que a opressão prossiga? De nòs
De quem depende que ela acabe? Também de nòs
O que é esmagado que se levante!
O que está perdido, lute!
O que sabe ao que se chegou, que há aì que o retenha
E nunca será: ainda hoje
Porque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã

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