quinta-feira, 19 de abril de 2012

AS PARTIDAS DEIXAM MARCAS

As partidas são sempre difíceis e deixam marcas, sejam elas de que tipo forem.

A partida é a perda de algo e causa sempre dor. E, por vezes, só avaliando repetidamente os factos passados é que encontramos respostas, que nos ajudam na vivência do presente, e na construção de um futuro melhor. As memórias não podem ser eliminadas, elas são usadas como motor da aprendizagem.

O deixar para trás vivências e emoções, e muitas vezes por causa alheia, inevitavelmente provoca uma ruptura com o nosso bem estar, cria inseguranças, perda de auto estima, perda de lucidez.
Dizem que não se deve remoer o passado e dar um passo em frente, mas na realidade isso não é mais do que um chavão. Ninguém esquece mais a morte de um filho, de um pai, de um irmão, de um amigo, ou de um grande amor. Tudo fica registado, como se costuma dizer, para memória futura. A dor e a sua presença na nossa mente vai-se esbatendo, mas dificilmente desaparece. O grau, a intensidade da partida, ou as razões dela acontecer, são um factor importante no seu maior ou menor esbatimento, assim como essa dor se veste de diferentes emoções. pode ser por algo que se gostou, ou por algo que se não gostou. Se for por algo que se gostou, podemos vir a ter um sorriso para a aceitação. Se for algo que nos magoou, teremos sempre um esgar quando lembrada.

As partidas são também motivo de criatividade para artistas, escritores, alimento de psicólogos, ou psiquiatras, todos eles falando delas por experiências vividas, ou observadas. Todas elas estudo de memórias, do passado, do presente, e se calhar do futuro.

Ela partiu de facto, mas deixou atrás de si memórias, e levou memórias que nem a pele dos dedos esquece, nem o frio nos lábios faz desaparecer o calor dos seus beijos, nem a distância atenuam o prazer da memória do seu abraço. De tempos a tempos elas regressarão, as memórias, e com elas virão os momentos mais gratificantes, porque os outros não interessam.

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