terça-feira, 27 de agosto de 2013

ADENTRANDO A NOITE


Fiquei pela noite dentro olhando o escuro, de olhos abertos, procurando ver mais do que o visível. Ouvi a voz, lá longe lançando as palavras repetidas da rotina, já não falam de nós, entram na vulgar comunicação, dos dias sem brilho que nos apoquentam, Não é insónia o que me domina, É mais o que se não diz, o que fica suspenso, o medo de dizer, “eu penso”, “eu quero”, “eu desejo”, “eu te amo”, ou não, É saber da eternidade das horas que se duplicam no peso dos minutos e segundos que decorrem. Será que um dia teremos a coragem de dizer, as frases que respondem às nossa inquietações, sem medos ou precauções?

Esperamo-nos, caminhando na proximidade das vontades, e de repente, uma sombra nos atingiu, se espalhou e escureceu como esta noite, que não é de insónia, Perdemos o rumo e nos encaminhamos para o absurdo de encontrar a resposta no sonho.

Sonharemos muito e perder-nos-emos do que fomos e do que somos. Possivelmente.

DC

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