sábado, 24 de dezembro de 2016

Reflexão(?)





Elas são rios que correm até à comissuras dos lábios, fazendo o percurso da mágoa, da dor imensa que as reflexões em dias destes, de festa da “família”, nos trazem à memória; Os familiares, os amigos vizinhos, colegas de trabalho, acima de tudo, as pessoas que em algum momento da vida foram mais próximas e mais presentes nos nossos sonhos, projectos e vontades. Lamentável, que durante trezentos e muitos dias nos perdemos no nosso mundinho, com todas as suas inerências e agora ao fazermos o balanço é que detectamos, e tentamos reparar, com as desculpas e benção possíveis, o quanto abdicamos do calor de um abraço, de um sorriso, de um beijo, de uma voz, de uma partilha. Um ano mitigado, dorido, perdido porque o tempo não se ganha. Dizemos festas felizes, tentando esconder, no meio de uma certa “abundância”, na mesa, nas aquisições, nas doçuras e prendas, todo um mal estar causado pela ausência.

dc

“O amor é mais falado do que vivido. Vivemos um tempo de secreta angustia. Filosoficamente a angustia é o sentimento do nada. O corpo se inquieta e a alma sufoca. Há uma vertigem permeando as relações, tudo se torna vacilante, tudo pode ser deletado: o amor e os amigos.”

“seus netos continuarão pagando os 30 anos da orgia consumista”

Zygmunt Bauman




Sem comentários:

Enviar um comentário