quarta-feira, 31 de março de 2021

O par incerto



Eles exibem-se de músculos salientes, abdómen trincado. O “ginásio” para engate, deve ser sua preocupação principal, mas o seu comportamento é de carroceiros, perdoem-me estes, porque melhores são quando na comparação. Elas pintalgadas, de cabelos avermelhados, ou listrados com cores, peitos espetados, nádegas salientes rebolando-se até aos dedos dos pés, linguagem de rainhas do bar de alterne. Eles e elas, jovens, "vendem-se" para aparecer nas imagens, naquela comunidade fechada, em casas de luxo, rapidamente transformada em pardieiro, tal a sujidade à saída da boca e o rolar de corpos nas camas. De modo rápido e sexualizado exibem-se nos beijos que misturam, entre uns e outros, cruzando em experiências na procura de par certo. Uns apaixonam-se(?) rapidamente o que não é difícil, pois vivem todos, durante semanas no mesmo lugar, como cobaias em vivendas de luxo. Depois, não bate a letra com a careta, precisam mudar para acertar e assim vão todos rodando num promíscuo procurar. E quando todos acertam fazendo par, ganham um milhão que dividem e entre abraços e bebidas. Mas quem disse que fica por aí, acaba a função e muda a canção, cada um vai para o seu lar, quanto ao par certo, fica esquecido em qualquer lugar perdido no meio de nenhures. E tudo isto se passa em canal aberto, e em especial, para jovens. Será como diz Charles Bukowski: As pessoas não precisam de amor. Precisam é de sucesso, de uma forma ou de outra. Pode ser que seja no amor, mas não necessariamente.

dc

 

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