O entardecer é um suspiro.
Corro para ver o Sol, antes de ele partir para outro lugar. Depois fico-me,
sentado, usufruindo o bater das vagas no lençol de areia. Tudo o mais é
silêncio. As gaivotas já se despediram do dia, e, algumas, estão em grupo
pousadas no areal, talvez preparando o sono, quem sabe. Só na minha cabeça, as
engrenagens, da vida activam, os diferentes sentidos. As minhas mãos, vivenciam
o toque da areia, que escorre entre os dedos; os meus olhos, procuram gravar as
cores que marcam o céu e desenham o horizonte; o meu coração baixa as batidas,
e a respiração torna-se compassada, lenta absorvendo todos os odores que me
chegam. A emoção toma todo o meu ser e uma paz estranha, mas deliciosa, se
apodera de mim, sem permissão para interrupções. O mar, está ali, com a sua
canção de embalar, para que tudo esteja certo, para que tudo dê certo. Tudo
adentra, o frio não existe, a angústia se foi, a serenidade se implanta, o
presente torna-se intenso, único, autêntico.
dc
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