quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Um dia nas férias

Amanhece com o céu enublado, que fazer? Em tempo de férias é uma chatice, em especial para quem gosta de ir à praia. A areia está molhada. O sol não está lá, para podermos secar e morenar de papo para o ar, quando saímos do banho de mar. O que nos resta fazer? Quando vamos de férias, mesmo quando para usufruir da praia, devíamos ter um plano alternativo, para sair de casa, caso contrário é como se nos mantivéssemos fora de férias. Ir à piscina só para tomar banho? Será que na piscina municipal, não incomoda a falta do sol? Talvez, por causa deste clima incerto, nem apetece fazer exercício físico, como é meu hábito. Até que seria bom para espevitar. E, mais estranho ainda, que mesmo gostando de ler, com esta morrinha húmida e chata caindo, nem apetece abrir um livro. Ir para um café, ou passear, seria uma hipótese, mas como, se tudo está cinzento e desagradável? Resolvo sair. Na paragem do autocarro que circula pela zona, penso no que fazer; se vou tomar um café, tentando ler um pouco, enquanto deito o olho às pessoas que passam, muitas delas agitadas deslocando-se para os empregos, enquanto, outras tomam um café apressado, ou, os que, como eu, estão na reforma e fazem conversa de rotina. Como eu gostaria, de ser capaz de meditar, para fugir para o lado desconhecido da mente, do que se diz: nada pensar e tudo fazer fluir. A ser verdade, recuperaria deste cansaço e aborrecimento, que me vem a tomar o corpo, já há algum tempo, e que gostaria de afastar de mim, razão pela qual fazer férias era importante. Tenho dormido, e sabe-me bem, as férias também são isso, repouso, embora o acordar seja um pouco abstruso, e fique, como sem pé, à procura de mim mesmo, demorando a saber “o que faço aqui”, como diz a canção. É nesse despertar, que envolve o reencontro, entre o mundo abstracto da mente durante o sono e o retorno à realidade, que a ausência do sol brilhante e céu azul, me fazem mais falta.

 

dc


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