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quarta-feira, 12 de abril de 2023

A lei do piropo não me dizia respeito

Os olhos eram cinzento claro, brilhantes. O cabelo dela de um tom castanho claro, preso atrás na nuca, realçava-lhe o desenho do rosto, com um queixo ligeiramente quadrado, sem ser agressivo. O tom de voz era aveludado, o sorriso era suave e doce, cada vez que pedia desculpa, ou agradecia. O movimento dos lábios bem desenhados e carnudos, perturbavam a minha atenção. Trazia uma t-shirt branca e umas calças cor cinza escuro que lhe davam um ar conservador, sem esconder o corpo bem desenhado, de linhas escorreitas, a cintura desenhada desde o limite dorsal, numa linha suave, até ao cume das pernas. Ela começara a fazer exercício perto de mim, quando a olhei de soslaio, verifiquei que tinha uma aliança de casada no dedo. Pensei para os meus botões, “ainda bem que não me atrevi a avançar com algum elogio de admiração, ou tentei meter conversa de circunstância, para a conhecer melhor”. Na realidade, o ter aliança e ser casada, não impedia que apreciasse a sua beleza e sensualidade, ou que me sentisse tocado na minha sensibilidade. A lei do piropo não me dizia respeito. Ali a singeleza do pensamento, ao primeiro olhar, sem saber, o mais que, por trás de tal figura, pudesse existir. Era uma mulher bonita e digna de ser apreciada, casada, ou não. Ela continuaria a amar o seu amado, ou não, e eu, ficaria com os meus pensamentos, seduzido, respeitoso, grato, por se me permitir conhecer alguém, que me despertava para tal beleza. Naquele lugar, era comum encontrar corpos musculados, ou ginasticados, aquela mulher distinguia-se, mantinha a sua feminilidade, para além do exercício a que submetia o corpo. Sem falsos moralismos, a sua presença, era um bálsamo, para o pausar entre as séries de exercícios repetitivos.

dc