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sábado, 28 de setembro de 2013

OUVINDO BACH



Elevo o som, fixo-me suspenso e esparramado no sofá, Deixo as teclas do órgão, soltarem-se debaixo de dedos céleres, Os violinos, os violoncelos com braços e mãos que se mexem agitados, fazendo arcos vogando sobre as cordas se apaixonando, se entrelaçando nas notas, construindo a música.
Não me pergunto sobre o D minor, toccata, fuga ou um Opus qualquer, Não faço ideia do que será uma colcheia, uma semicolcheia um dó menor ou maior, a semifusa ou se confusa..., Sei que elas se conjugam harmoniosamente dançando umas com as outras, Cada instrumento, a sua sonoridade, e cada momento vai decorrendo, no desafio contínuo acelerando, ou diminuindo o ritmo da música, que se propõem chegar até nós.

Nem técnica, nem sabedoria erudita me definem, A música corre, desenvolve-se e entra pelos ouvidos, chega à mente, desta ao coração e à pele que se arrepia... As emoções acontecem de forma irresistível, fazendo-me gostar e permanecer atento, tentando descobrir no silêncio da escuta, as sonoridades abstractas que me abraçam, como se falassem dos diferentes sons da natureza e da humanidade.
Assim me recreei escutando, com medo de parar o encantamento, com medo de que os pássaros fugissem que os riachos desaparecessem, que a vida deixasse de acontecer e ficasse novamente perdido nos ruídos da cidade.

DC