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quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Tarde, sempre tarde



Apercebeu-se, no virar da esquina, quão precário é o tempo existir. Sentiu um arrepio, no corpo, sentiu a dor das horas perdidas sem substância. O encantamento desfez-se, ficaram somente resíduos de escassos momentos em que valeu a pena. Faz medo, o lado obscuro do outro eu, que sempre esteve na sombra. Não chegarão, no fim que se avizinha, a justificação, de algumas indecisões, ou a tentativa frustrada de recuperar o tanto que se não fez. Seremos sempre um corpo abandonado, debaixo da cama de flores com que nos despedimos.

dc


terça-feira, 18 de julho de 2023

DEIXAR IR

 

As raízes que me prendem, são as memórias tardias e os laços com a terra de nascimento. Pouco mais resta, que me mova a emoção e me traga à superfície, nem para respirar depois de uma apneia, forçada, para encontrar o silêncio no meio deste mundo caótico. Assim fujo de qualquer contacto mais físico, mais terno, mais humano. A intenção é deixar ir, sem a percepção dos acontecimentos, sem o stresse do tempo. Como se tivesse calçado os chinelos velhos de imensas caminhadas, que sabem o caminho, mas estão gastos, pela incerteza e desconfiança. É um “arrumar das botas”, fixando o olhar e o pensamento nas leis da natureza, para que ficar mais perto do estado límbico, com serenidade e em paz.

 

dc