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domingo, 1 de junho de 2014

O TAL ABRAÇO




Um abraço surge como um palavra de remate no findar de um texto, de uma mensagem telefónica, de e-mail, num dizer “estou aqui”. Abraço de conforto, de apoio, de ternura, num gesto de amizade, Despedida carinhosa de gente que se conhece e sabe do aconchego que representa. Ele é a simulação mais próxima, do desejo de apertar no calor de nossos braços, esse tal alguém que lhe merece. Não substitui o abraço concreto, envolvente, no qual se respiram e se trocam calores de atenção. Aquele abraço bem saído de dentro que mata saudade, acentua uma despedida, acalenta camaradagem, ou retém o amor entre dois.

Eu tenho um amigo que nunca abracei, mesmo quando perto, no entanto com ele tenho partilhado, muito assiduamente, muitos almoços, algumas viagens, imensas histórias, conversas de circunstância e desabafos. A nossa aproximação é tal que mesmo sem o abraço propriamente dito, sempre nos abraçamos pelas palavras, na oralidade dos dias de convivência. Agora que ele tem estado ausente, reparo na falta desse tal abraço, diferente, do tal, que é sólido e trás calor à alma.

Sei amigo, que a tua ausência é temporária, mas teria ficado mais contente se te tivesse dado um abraço, que não fosse uma manifestação de grande amizade à distancia, escrito em palavras. Tu bem sabes que prefiro a tua birra, perfumada pelo luxo dos abastados, que em ti é simplicidade e amizade, à palavra, a que mesmo não queiramos por muito doce e amiga, não deixa de estar perdida de substância.
 
Voltarás breve mais confiante do que nunca, verrumar-me a cabeça, com as tuas teimosas certezas, a ironia do teu comentário, os rasgos de humor e agudeza de raciocínio apanágio das pessoas pensantes. Faremos certamente, mais uns quantos almoços e jantares, muitas e boas conversas carregadas de bons momentos de boa disposição, ou seja o nosso “tal abraço”.

DC