segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

OS DOIS...



.... cada um no seu lado da consola que não cumpre o nome que tem... somente serve para escrever para o espírito.

Ambos sós, connosco próprios, como siameses escrevendo um com a mão direita outro com a esquerda procurando dedilhar sentimentos no piano de um corpo que se descobre a todo o momento como vivo, existente e ainda perene para altos voos. Se dum lado se dança nos passos outrora conhecidos de um ballet de aprendizagem, do outro, a música dos sentidos, faz brilhar com palavras arrancadas, as comissuras da entrada de um templo que periodicamente é invadido por gotículas de saboroso enlace. com a natureza despertada.

O Sol beija-te o corpo com afagos de lábios de anjos, que no correr da polpa dos dedos te faz saltar cada nervo para a superfície do prazer. Abençoado Sol, maldito Sol, que só ele te devora milimetro a milimetro frente a esse mar adentro

DC

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Uma CONVERSA aconteceu




Não podia deixar que o tempo levasse das minhas memórias o que se passara.
A conversa passeou-se pelas nossas bocas durante largas horas, com interrupções atempadas, trazendo à luz da noite verdades e vivências, num desabafo, catarse, de factos, “coisas” nunca antes saídas da intimidade dos nossos eus. Acontecera algo novo, inesperado, que nos tornou mais humanos, mais próximos. Naquele momento apercebi-me, fazia parte de uma outra realidade, de um outro estar.

Rompeu-se o amorfismo e conformismo das rotinas e aconteceu um momento de agradável descoberta, escutando, abreviando raciocínios, deixando o calor da emoção e a voz fluindo conforme as memórias registadas surgiam na articulação das palavras e das frases. Ganhou-se alegria da diferença, solidificou-se conhecimento, abriu-se uma porta para algo mais forte, frutífero e confiante.

Assim foi um pedaço de noite, onde faltou a lareira acesa e os corpos mais próximos para que o abraço acontecesse, os nossos olhos bailassem ao sabor da chama e o silêncio confortável nos deixasse vogando livremente e sem pressas, até que o calor e as carícias de ternura nos levasse mais longe.

DC

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

TIVE PENA....


Amanheceu, o sol entrou pela janela acordando-me, senti que tinhas partido. Estava só. Não ficara nenhuma mensagem, somente o calor dos lençóis, o cheiro e o espaço vazio onde antes teu corpo dormira. Tive pena que tivesses partido sem eu saber, deixando-me orfão do teu beijo e da caricia dos teus dedos. Quando te enviei a mensagem era só para te lembrar, que deixaras o teu chapéu, e que me fazes falta.
Não te esqueças, se voltares, tens de me prometer, que quando tiveres de partir, me vais  acordar, para te abraçar, beijar e o chapéu na tua cabeça colocar.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

HOJE FAZ CINCO ANOS





O tempo passa e não nos apercebemos. De um dia para o outro, trocamos a fralda pela cueca e de repente, mal damos fé, já estamos novamente na fralda e eles crescem ao nosso lado enquanto nós vamos diminuindo.

Eles são a nossa segunda vida, e com eles renovamos emoções e vivemos novas infâncias. Eles são fruto de preocupação e muita dedicação, e exploram os nossos últimos resquícios da paciência, porque sabem o quanto os adoramos, e quanto prazer sentimos ao recebermos o seu sorriso e a sua atenção.

Há dias que a emoção se exalta, a voz tem outra entoação, e a reprimenda sai, mas nunca por nossa causa, mas pela causa maior. A preocupação de os salvar dos mesmos erros que nós, filhos, que nós pais e agora avós, cometemos ao longo da vida. Umas vezes por ouvirmos mal as vozes dos outros, outras porque nem tivemos os tais pais ou os tais avós que tanto importantes seriam.

Hoje fazes cinco anos.

Ainda foi não passou muito tempo em que te banhavas dentro da barriga da mãe e davas pontapés, nesse teu nadar vigoroso, que tantas emoções trazia a todos nós, agora já corres livremente e escolhes outras águas outras formas físicas de manifestares; um choro, uma birra, um sorriso aberto, uma gargalhada plena de olhos brilhantes, um titubear de frases com que te comunicas, o teu prazer de saborear aquele bolo de chocolate com que pintas os lábios e as bochechas, quando juntos nos nossos encontros.

Hoje não vou fazer juízos, nem do presente, nem para o futuro, só quero que gozes a tua festa, e que mais uma vez nos preenchas com a tua alegria na recepção dos presentes e com a festa da celebração que tanto gostas de viver e cantar.

Um Beijo e um Xi enorme do avô.

DC

domingo, 3 de fevereiro de 2013

NUNCA DEIXAREI DE SONHAR


Por que acredito nos Homens e não preciso de ir à missa confessar-me porque não sofro do pecado da gula, não cobiço a mulher do outro, não roubo, e sempre honrei pai e mãe, etc etc.

Nunca deixarei de sonhar com um mundo, em que todos juntos sejamos mais de que a soma das partes. Em que todos teremos direito a olhar a vida de cabeça levantada e de olhos nos olhos.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

NAS SOMBRAS DA NOITE



Escorrego pelas sombras da noite, deixo-me ir com os seus fantasmas preenchendo o silêncio e vazio das palavras com pensamentos que transformam e intuem outras realidades, que se registam nas células como marcas no subconsciente.

Sem vozes nas entrelinhas, muda-se o objecto de escuta, deixando que as sombras tomem o seu lugar. Resta esperar que a noite se vá e que elas se desvaneçam num novo dia límpido e brilhante. Aparentemente assim acontece, mas na realidade as marcas deixadas, surgem na pele num qualquer momento da realidade que atravessa o dia.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

O PRIMEIRO DIA DO MÊS




Hoje, é o primeiro dia, do mês mais pequeno de todos do calendário.
Nele se celebra o dia dos namorados, que serve
(dizem)para revitalizar, as relações entre casais. E sendo o mês mais curto, será também aquele, em que à partida, os gastos económicos serão menores e o dinheiro talvez chegue, fazendo-nos esquecer um pouco o slogan “Sobra a mês e falta dinheiro”, e ficando um pouco mais optimistas pensando, “Neste mês de Fevereiro ainda chega o dinheiro”.

Fica-nos a esperança que a chuva intensa, com que o inverno nos tem premiado, seja mais espaçada e possamos celebrar o mês com um prazer redobrado. Namoro bem vivido com flores e prendas adequadas, e poupanças preciosas para enfrentar estes tempos conturbados.

DC