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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

HOJE FAZ CINCO ANOS





O tempo passa e não nos apercebemos. De um dia para o outro, trocamos a fralda pela cueca e de repente, mal damos fé, já estamos novamente na fralda e eles crescem ao nosso lado enquanto nós vamos diminuindo.

Eles são a nossa segunda vida, e com eles renovamos emoções e vivemos novas infâncias. Eles são fruto de preocupação e muita dedicação, e exploram os nossos últimos resquícios da paciência, porque sabem o quanto os adoramos, e quanto prazer sentimos ao recebermos o seu sorriso e a sua atenção.

Há dias que a emoção se exalta, a voz tem outra entoação, e a reprimenda sai, mas nunca por nossa causa, mas pela causa maior. A preocupação de os salvar dos mesmos erros que nós, filhos, que nós pais e agora avós, cometemos ao longo da vida. Umas vezes por ouvirmos mal as vozes dos outros, outras porque nem tivemos os tais pais ou os tais avós que tanto importantes seriam.

Hoje fazes cinco anos.

Ainda foi não passou muito tempo em que te banhavas dentro da barriga da mãe e davas pontapés, nesse teu nadar vigoroso, que tantas emoções trazia a todos nós, agora já corres livremente e escolhes outras águas outras formas físicas de manifestares; um choro, uma birra, um sorriso aberto, uma gargalhada plena de olhos brilhantes, um titubear de frases com que te comunicas, o teu prazer de saborear aquele bolo de chocolate com que pintas os lábios e as bochechas, quando juntos nos nossos encontros.

Hoje não vou fazer juízos, nem do presente, nem para o futuro, só quero que gozes a tua festa, e que mais uma vez nos preenchas com a tua alegria na recepção dos presentes e com a festa da celebração que tanto gostas de viver e cantar.

Um Beijo e um Xi enorme do avô.

DC

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

NÃO EXISTE UM ADEUS QUANDO PARTE

Não existe um adeus quando parte, somente um até já mais prolongado do que as suas vontades pretenderiam.

São condicionados pelo tempo, pelo dia-a-dia, pela austeridade, tudo o que não dominam para além do que sentem.

Resiste a vontade férrea de que seja bom enquanto dure, vivendo com intensidade o momento que os intervalos, a espaços, desse tempo, dessa austeridade, desse dia-a-dia lhes permitem.

Fazem que cada hora seja um dia e cada dia uma semana, para que seja mais curta a ausência entre os beijos, as mãos e suas carícias, os desejos e o seu acontecer.

Na sua mente voam para além da velocidade da luz e todos os dias desenham o presente entre o sussurro dos ventos, entre os gritos de alerta aos sentidos, não deixando que as pequenas areias se transformem em montanhas, ou que os sonhos se percam por falta de ousadia.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

UMA FOTO



Impressionou-me a estrutura de ferro a suportar a alvenaria deste antigo casarão de lavrador rico. Alguém se preocupara em evitar que o tempo e a intempérie o fossem destruindo. Só me fez confusão, que depois de tantos anos, continuasse esperando que alguém o salvasse efectivamente. Problemas de herdeiros, abandono por dificuldades económicas? Nunca saberei, não estava a fazer trabalho de repórter, ou qualquer levantamento arquitectónico, para me dar ao trabalho de investigar. Esteticamente a imagem continuava a impressionar-me e a atrair o meu olhar. Naquele momento só isso me bastava, a razão porque se mantinha naquele estado, talvez fosse mais complicado descobrir, como tal fiquei-me por aqui, registei o momento.

domingo, 21 de outubro de 2012

DEDILHANDO LETRAS


Dedilhando nas letras procurando as palavras certas, foi percorrendo o tempo construindo as frases, como se na marginal do rio procurasse a foz.

Os pensamentos surgiam como cardumes em águas revoltas das quais o pescador, de onde em onde, encontrava o peixe incauto iludido pelo isco.

A caneta vibrava e a linha ficava tensa evitando deixar fugir o precioso texto pescado de tão fundas e agitadas águas.

É uma luta dura entre a musa que inspira e aquilo que se realiza.

sábado, 6 de outubro de 2012

PESADELO....


A voz insonora repete as frases indefinidamente como sussurrasse aos ouvidos de dentro para fora. É a nossa mente a trair-nos a efabular levando-nos à desconfiança aos medos. As frases repetem-se sucessivamente. Quem nos observa, vê os olhos vermelhos raiados de sangue, as pálpebras inchadas, e as olheiras marcando o rosto, mostram o cansaço das inúmeras noites mal dormidas. É um ciclo vicioso, as vozes silenciosas que andam passeando na nossa cabeça não nos deixam descansar, não descansando o número de vozes aumenta e a confusão dos diferentes discursos.
A nossa vida íntima mistura-se com a vida profissional. Ficamos parados por dentro e por fora, sem saber como ultrapassar toda a pressão exercida.

Queremos ter vida. Nascemos para ter uma vida seja ela qual for, já passamos de primitivos, a escravos, destes a pessoas livres, no entanto parece quererem que façamos o ciclo ao contrário voltemos aos tempos primitivos. Tudo o que obtivemos tecnologicamente, todo o progresso atingido até aos dias de hoje, cada vez mais serve a “casta superior” dos que mandam, dos que governam, nos empregos ou no país. Impingem-nos tudo o que é possível para justificar o retrocesso, usam todas as artimanhas para nos transformarem em seres amorfos e sem vontade própria, tentando reduzir-nos cada vez mais a ratos de esgoto. São pensamentos que nos arredam do nosso mundo de intimidade junto dos filhos, da mulher, dos avós, enfim da família e por fim das amizades.

Quando absorvidos por essas vozes insonoras que nos perseguem, acobardamo-nos e somos vitimas de enganos, desastres, doenças e caminhamos inconscientemente pelo mar adentro perdendo o pé, desaparecendo debaixo da ondulação das emoções...

- Levanta-te...acorda homem...são horas de trabalhar, que se passa contigo hoje?

- Dassss ainda bem que me acordaste sentia-me ir pelo cano abaixo... hoje vou à manifestação chega de ceder a estes sanguessugas que nos tiram a vida.

"Portugal é hoje um paraíso criminal onde alguns inocentes imbecis se levantam para ir trabalhar, recebendo por isso dinheiro que depois lhes é roubado pelos criminosos e ajuda a pagar ordenado aos iluminados que bolsam certas leis."

Barra da Costa

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

CApTAR IMAGENS

Sei que não fácil entender e é difícil de explicar, o quanto é importante fixar momentos de vida através de uma imagem que nos entra pelos olhos. Quase sem reflectir fazemos o enquadramento, focamos, calculamos a luz, encontramos o punctum como dizia Barthes e carregamos no disparador.

“As imagens falam por si”, diz-se. Momentos únicos de uma passagem do tempo, que falam de uma outra vertigem, um olhar, com ou sem cor, conforme o prazer estético que se pretende. Interpretar e ver a realidade com outros olhos, captando subtilezas, aproveitando a luz e suas potencialidades, composição e interacção dos elementos na estrutura da imagem.

Se para alguns é uma acto fortuito, ou uma pausa para fixar lembranças de férias, festas, etc., para memória futura, para outros é algo mais do que isso, é paixão, orgulho tensão, emoção, trabalho, cartão de visita de competência, e qualidade de escolha. É uma relação amorosa entre o que se depara perante o olhar e a técnica com que se capta e descreve o que se viu.

Talvez por isso desejamos que todos apreciem o que fizemos e do que fomos capazes e assinamos por baixo o nosso orgulho. Egoísmo? Vaidade? Talvez, mas que lhe havemos de fazer se paixão é tão grande?

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

reENCONTRO E outras ESTÓRIAS



Procura no reencontro descobrir outras estórias e outros mundos então desconhecidos.

Variam as temperaturas nestes dias de Setembro, como variam os momentos dos afectos, uns mais quentes, outros calmos e saboreados como uma fatia de bolo tão apetecida.

As horas decorrem, passando o tempo de forma variada e criativa, só se sente que correm quando o dia acabou, quando se apercebem que mais um dia se foi e muito há para dizer e fazer.
Vivem-se intensamente todas as horas, desde o nascer do dia ao pôr do sol. Passeia-se junto ao mar, nos jardins, em Feiras Medievais, em ruas antigas que marcam a cidade dos esplendores de outrora. Enquanto isso, as máquinas digitais vão fixando em imagens, pedaços do dia e dos locais até onde a vontade e o tempo lhes vai permitindo chegar. ver e apreender nas nossas memórias. São variados os registos todos eles isolam momentos.

Saboreia-se a intimidade de um almoço, a calma do lanche ajantarado, ou de um jantar transformado em lanche. A comida e a bebida, embora agradáveis, são elementos de composição para que na mesa permaneçam entre gestos de ternura e conversas leves com laivos de sedução. São o prelúdio dos beijos no escuro, das mãos que agitam carícias despertando os corpos, para o amor sôfrego que tudo esquece.

Brevemente, estará de partida, cada um retomando os seus outros dias, onde a vida se desenrola na monotonia da sobrevivência, esperando ansiosamente outro reencontro, com novos momentos, com novos cheiros, carícias instantes e palavras soltas em noites cálidas. 


segunda-feira, 23 de julho de 2012

O MEU ESCRIFALAR



Muito do que escrevi, escrevo ou escreverei tem rastos de vida, tem pele esfolada e ardência que causa dor.
Tudo o que os outros, de igual modo, escrevem para que eu leia, contribuem para o design do percurso das minhas palavras. 
Não há deste meu lado, a pretensão da linguagem e capacidade daquele que é escritor, somente escrifalar, do muito que a sensibilidade e observação sugerem, e, talvez pôr em palavras aquilo que por vezes a timidez ou outras razões nos impedem de fazê-lo de outra forma. 
De qualquer modo escritafar, seja de sonhos, cicatrizes, risos ou tristeza será sempre um modo saudável de catarse da alma e terá sempre o ADN de quem o faz.