quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A QUE DISTÂNCIA ESTÁS DO MEU MAR...

 
A que distância estás do meu mar, para que eu tema que te percas na ilha deserta onde te refugias.
O teu falar é mais pesado que o silêncio. Saem as frases divididas por paragens prolongadas. Escutas o vazio. Divagas, sem ênfase.
Em que lugar, geográfico de ti, sou presente e qual a dimensão?
Tornas-te um sonho difícil de alcançar, semeias distância, maior que o espaço entre as cidades, vais gelando o amor com o silêncio. Não há regras, sendo a regra não as haver. Oscilas, entre o nada e o coisa nenhuma, como se tivesses receio de evidenciar a tua verdadeira pele.
Não ter medo de perder, talvez, seja reflexo de nunca teres tido... tempo... vontade... amor...
Somos surpresa, para quem nos quer, por espanto de existir, pela diferença entre os comuns. No entanto a diferença pode ser fracasso, pode ser um presente, sem futuro, talvez.... sim talvez... necessária a serenidade...

Vem, serenidade!
Vem cobrir a longa
fadiga dos homens,
este antigo desejo de nunca ser feliz
a não ser pela dupla humidade das bocas.

Vem, serenidade!
faz com que os beijos cheguem à altura dos ombros
e com que os ombros subam à altura dos lábios,
faz com que os lábios cheguem à altura dos beijos.

Raul de Carvalho
 

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