quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

MELHOR SERIA...


Os fins de semana têm um fio comum, gerir silêncios olhando o mar, sempre que se pode.

Os fins de semana são um percurso de angústia de mais um tempo passado sem sentido. Raras são as excepções que tributam alegria e prazer do seu decorrer.

Melhor seria, estar liberto de constrangimentos sociais e de presenças indesejadas. Ser somente, livremente.

Melhor seria, não fazer dos fracassos más memórias, mas alimento do crescer e escola de aprender.


Melhor seria vivendo, amando, correndo os passeios de sol, usufruindo do vento suave, tépido, de uma boca entreaberta iniciando um beijo.

Melhor seria, claudicando nas amarras de uns braços aconchegantes.

Melhor seria sentir o prazer de uma tarde na praia deserta, com a música de fundo vinda do mar azul, acompanhada pelo piar das gaivotas em agitação.

Melhor seria, numa praia a dois, únicos, numa exposição estranhamente preguiçosa, onde o amor surge a cada momento, na ternura de um beijo, no entrecortar das palavras dum livro, fazendo-os esquecer o sol dardejando na pele.

Melhor seria não ter saudades, da nudez possível, naquela praia, onde longe dos olhares pudemos usufruir da liberdade primitiva, sem resquício de civilização, para nos travar o desejo de nos possuirmos, sentindo o cheiro e o sabor salgado do mar misturado na sofreguidão de um amplexo.


Melhor seria, depois, um banho salgado, ligeiramente cálido, saborosamente vivido entre beijos e braçadas, entre mergulhos e carícias, entre ondas e prazer de sorver cada gota da vida.

Melhor seria, que a vida nos sorrisse mais vezes e que o mundo fosse menos só de alguns.

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