segunda-feira, 2 de julho de 2012

"AS ARVORES MORREM....DE PÉ"

Entrei na garagem e olhei para as prateleiras colocadas numa das paredes. Lá estavam elas, cerca de trinta esculturas de pequeno porte feitas em madeira.

Fiquei maravilhado e, ao mesmo tempo, espantado com o que vi. António Alberto, engenheiro de profissão, falecido há bem pouco tempo, deixara um precioso legado em arte.

Segundo me dizem, todos os troncos, raízes, ou galhos de árvore que encontrava nas suas viagens, fosse dentro ou fora do país, sempre serviam para transportar para casa e transformar em máscaras, figuras eróticas, mini-gigantones.

Todos aqueles pedaços de madeira ganharam vida suplementar, com uma ligação muito forte a cada momento vivido, e com uma riqueza plástica assombrosa.

A evolução da sociedade tem permitido que as pessoas, na sua generalidade, tendo mais acesso às obras de arte e aos artistas, enriqueçam o seu conhecimento estético e invistam com entusiasmo na sua própria realização artística. Daí, ser vulgar nos dias de hoje ver-se pessoas, cujo despedimento ou reforma foram motores de desenvolvimento de uma actividade artística, por vezes ao longo de anos escondida e postergada, por razões de sobrevivência económica ou por falta de oportunidade para a poderem desenvolver.

Esperemos que o futuro nos traga, ao contrário do que os poderosos da alta finança pretendem, uma maior satisfação na realização e escolha do nosso percurso profissional. Uma maior independência económica e de tempo, para que todos possamos desenvolver no nosso quotidiano outras actividades de âmbito cultural e artístico.

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