quinta-feira, 15 de novembro de 2012

FICO-ME PENSANDO..



No banco do jardim sentado observo a liberdade dos pássaros que alegremente enchem o espaço com o seu chilrear. Fico-me pensando no crime que é, fecha-los em gaiolas, como alguns fazem pelo prazer egoísta de terem os seus cantos só para si, mesmo que isso signifique roubar-lhes o seu voo e a liberdade.

A eles, aos pássaros, não se lhe conhecem guerras, com mortos e feridos em combate. Eles nas suas desavenças, por natureza raras, somente aumentam a intensidade do seu um chilrear e uma ou outra bicada. Nada que se compare com os chamados humanos, que sempre se digladiam até pelas coisas mais comezinhas e se habituaram à carnificina das guerras das bombas de Hiroshima, Nagasaki.

Fico-me pensando.... Já não falamos de amor de beijos, abraços, carícias, desejos, dos cansaços nas noites em branco de muitos amores feitos, com intervalos de risos de morango na boca. As nossas conversas, de todas as horas e em todos os lugares, perdem-se na crise, na austeridade e na corrupção que nos rodeia. Os planos morrem na contabilidade do fim do mês e o futuro não pode ser planeado mais longe do que a hora do jantar.

Tentam tirar-nos, o prazer de nos sentirmos vivos, de estarmos vivos, de nos sentirmos humanos. Será que conseguem? Quero crer que não.

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