segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Hoje fui PASSEAR AS CANETAS





Tenho uma espécie de obsessão por canetas, esferográficas, lapiseiras e outros riscadores. tenho uma colecção de razoável qualidade. Todos estes bolígrafos, me estimulam de diferentes maneiras nas funções técnico práticas, ou na motivação criativa.

Em tempos idos, quando concluía um trabalho profissional como “free lancer”, era meu hábito, compensar o meu esforço de realização, criando novo estímulo, comprando uma nova esferográfica ou lapiseira. A minha receptividade à sua estética e funcionalidade ditavam a duração das suas múltiplas performances e o desejo de realizar novos projectos.


Ainda hoje o acto de escolher uma caneta, esferográfica, ou lápis funciona como uma espécie de sedução, experimentando várias, até encontrar afinidade do bolígrafo com o tema da escrita, ou o desenho que pretendo executar.

A opção caneta de “tinta permanente”, era quase sempre para escrever. Ela permitia-me a velocidade do raciocínio e da escrita. por vezes, também para desenhar nas mesas de café com outra expressividade, aguarelando os desenhos com um pouco de água ou café.
A esferográfica, com a carga de esfera fina, era o bolígrafo por excelência para tomar notas em reuniões, ou fazer listas de compras, me permitia-me usar letra pequena e rapidez.
Houve um largo período, que me dei de amores por um bolígrafo multifunções da Rotring, com diferentes espessuras de lápis, e com uma variante, esferográfica. Gostava tanto dela, que usava uma das suas funções de lápis, para escrever cartas, obrigando-me, a pedir desculpa às pessoas a quem as dirigia por assim fazer.


Os computadores apareceram e foram-nos afastando desse prazer. Talvez para alguns de nós os “mais antigos”, não todos, antes de executarmos na “máquina”, esboçamos as ideias usando um qualquer bolígrafo.


Sentir a textura, os efeitos do riscar sobre o suporte, a liberdade da mão circulando em diferentes velocidades e os efeitos inesperados que por vezes acontecem. são sensações únicas que alimentam o acto de criativo. Usar o lápis deitado ou na vertical. trabalhar com o bico da caneta ao contrário para obter linhas mais finas, usar a esferográfica para fazer sombreados, tudo isso provoca um gozo enorme, e uma das razões, porque gosto, por vezes, de comer em restaurantes com toalhas de papel sobre as mesas.

Parece um disparate, mas na verdade de vez em quando vou fazer uma “visita” aos meus bolígrafos. Pego num e noutro e escolho um ou dois, para durante uns dias escrever desenhar ou tirar notas com eles, quase como se levasse o cachorro à rua. A isto eu chamo passear as canetas. Tiro-as do ranço estático da gaveta para me deliciar com o seu toque e prazer de rabiscar.

DC



1 comentário:

  1. Curioso este tema!
    Talvez aí pelo meio, esteja uma, oferecida por alguma amiga em forma de reconhecimento pelo teu trabalho criativo!

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