terça-feira, 19 de março de 2013

EU GOSTO DE SER PAI





Já o escrevi, em outras alturas, que não me fixo nos dias, da mãe, do filho, da avó, do namorada, do pai etc. Todos essas efemérides, servem fins comerciais, mais do que uma celebração de alguns valores que devem emanar de um ser humana e socialmente capaz.

Celebrar estas “efemérides”, dá uma ideia de que já fomos para o “outro lado”, ou seja “estamos a fazer tijolo”, ou que já temos só lembrança. Cheira a mofo, a velhice.

Vai daí que aproveitei para dizer que embora o “dia do pai”, para muitos, seja hoje, eu continuo a ser pai há mais de trinta e sete anos e com muito gosto.

Fico feliz na verdade, que seja ela a dizer-me neste dia o que me diz, em muitas outras vezes: “Tu sempre foste um pai presente”. A prenda que me deu, e adorei, foi enviar-me um texto que lhe escrevi, tinha ela cerca de dezasseis anos e não foi no “dia do pai”.

Eu tenho de lhe agradecer ter me sido permitido ser seu pai, ter contribuído para a proliferação da espécie e ter orgulho por lhe ter transmitido valores que reputo essenciais a qualquer ser humano.

Nem sempre os nossos filhos seguem os nossos ensinamentos, não é grave, desde que saibam adaptar as qualidades e valores aprendidos, sem perder o norte, ao seu momento de vivência. Há valores que nunca sofrem mudança e estão na génese do ser humano e que nos distinguem das bestas. Alguns princípios como a honestidade ( não meio honesto, ou pouco honesto), respeito pelo seu semelhante em qualquer circunstância; preservar a amizade e a sua família e a família que representa o povo onde está inserido sendo solidário; fazer da aprendizagem uma necessidade permanente; proteger o ambiente; respeitar o trabalho, o seu e o dos outros. Se conseguir que assim acontece já me sinto feliz.

Como pais nos dias de hoje temos de ser mais exigentes no papel que vimos desempenhando. Hoje a sociedade de exploração capitalista em que vivemos, apela-se à ganância, ao egoísmo, ao desprezo pelo seu semelhante, ao dinheiro como mola de sucesso, à concorrência a qualquer preço, à desumanidade. Por isso exige de nós mais atenção e necessidade de incutir determinados valores e princípios.

Ser pai, obriga a ter capacidade de enfrentar a dor, de cada decisão tomada perante os filhos, mesmo que eles não a entendam. Importante é ter a consciência dos nossos saberes e experiência para os defendermos e preparamos, na obtenção de algo benéfico ao seu futuro.

Como diz o povo “as desculpas não se pedem evitam-se”, por isso não nos desculpemos deixando de assumir aquilo que, entendemos de forma civilizada, humana, afectiva, e importante como cidadãos e seres humanos, sermos pais.

Eu gosto de ser pai.


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