Nunca se alheou do que via, percorria sempre atento o sinuoso desenho que a evidenciava, Nunca se perdia em fantasmas que desconhecia, agarrava a realidade, que de quando em quando, até ele chegava. Atentava, por natureza própria, mais na forma, Mais no aroma e no sabor a frutos maduros, do que no perfume da rosa.
Vivia o presente com a intensidade de quem vai partir, sem saber quanto o tempo, ou quanto a distância, o deixaria sem esses passeios ao longo das linhas onduladas onde seus dedos a procuravam, Ficava preso no sabor da sua boca, que beijava no espaço entre as palavras, curtas e expressivas, ditas na intimidade de sentidos.
Tentava tudo reter na memória, para não flutuar no vazio da sua ausência, Ausência esse mar inóspito que nos deixa a vogar ao sabor da saudade.
Não havia prisão, nem espaço de engano, somente acontecia, como num sonho, Sonho, esse lugar único de realização.
Uma noite, a realidade matara o sonho, e este apareceu atrás das grades.
DC
domingo, 9 de junho de 2013
SONHO, esse LUGAR ÚNICO de realização.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário