...ou seja de repente perdi o “fio à meada”, fiquei olhando sem saber como continuar a conversa, Como num filme, todo o mundo mexia, só eu parado suspenso no ar. Algum factor exterior a nós próprios, deve despoletar este estado físico e mental.
Do mesmo modo nos últimos tempos fico em branco quando leio, As palavras desfilam pelos olhos, separadamente, sem as conseguir juntar e tirar o sentido das frases, perco-me sucessivamente, voltando atrás procurando encontrar o fio condutor, A repetição não resolve, continuo a fazer intervalos e brancas sucessivas que me projectam para longe do que leio, Fico sem saber se é a força da palavra em si, ou a minha branca, que me faz distanciar e perder a ligação das palavras em frases coerentes sustentando conteúdo do que leio. Não digo que seja desagradável de todo o vazio que se instala, é como uma garrafa sem conteúdo interior, só a forma a desenha, perde-se da função, assim sou eu, uma cabeça perdida sem conteúdo substantivo. O invólucro está cá, mas o resto....
Como posso escrever este texto se tenho “brancas”? De facto, ao escrever estas linhas, das quais me desculpo desde já, não é mais de que um pretexto para explicar o inexplicável, as minhas “brancas”, que me impedem a regularidade do acto de escrever.
DC
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
Deu-me uma “branca”...
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