sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Especulando O SILÊNCIO


Não sei, se, se apercebem como acontece o silêncio, Dizem que o silêncio é quando não se ouve ruído nenhum do exterior, mas não é verdade, Silêncio é quando dentro da nossa cabeça já nada se manifesta, isso sim é que é o silêncio.


Sentei-me no sofá em “silêncio” e continuava a ouvir um ruído de fundo nos ouvidos, Para fora existia o silêncio da noite, o mínimo ruído parece um trovão, Ouve-se um alfinete a cair no chão, ou as plantas a crescer, Eu sentia, ao concentrar-me nesse tal espaço sem ruído, que dentro, nos meus ouvidos, na minha cabeça, no meu cérebro continuava um barulho como uma fábrica de produção contínua, percepção esta que durante os outros espaços de tempo do dia, não sentia nem parecia funcionar.

Concentrei-me nesse silêncio que não era, esperando respostas, respostas que não podia ter, tal era o ruído que de forma ensurdecedora se apoderava da minha cabeça, Como uma fábrica com as máquinas a funcionar e as vozes de fundo dos operários. E pensava, ali no “silêncio”, “devem ser os neurónios a trabalharem, a dar ordens para os diferentes sítios do corpo do corpo. Deve ser difícil coordenar as diferentes tarefas, para as diferentes partes do corpo. - tu aí, deixa entrar o ar e sair...Ei oha estômago para de fazer barulho ainda há pouco tempo jantaste...coraçãozinho não abuses...lá pelos olhos te mostrarem coisas bonitas, estás proibido pelo médico de exageros...”, e por aí fora, Talvez o ruído seja mais o de um estádio de futebol com milhares de vozes. Para comandar este corpinho... muitas ordens têm de ser dadas.


Assim fui entrando na meditação, que não procurei, fechando os olhos e deixando correr o tempo, perdendo as razões do silêncio e especulação de tudo que tinha pensado, Talvez por isso me esquecia de dar boa noite, tinha medo de interromper as tarefas aos neurónios e acabar por criar uma confusão de mensagens propicias a uma circulação em estrada AVC.


Acordei de repente e meio estremunhado levantei-me do sofá, fui beber um copo de água à cozinha e fui para cama, onde fiquei a contar carneiros com o seu silêncio e as frases em balão mmmé mmmé mmmé.

DC

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