quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Há dias de sol...





..., em que tudo torna escuro, como se o inverno se instalasse dentro de nós.

Há dias que tudo nos magoa, bem dentro, bem fundo e nos deixam sem norte, sem paz, e a sós.

Nesses dias assim, não vemos as flores e suas cores, os pássaros e seu cantar, nem aquela gente e seu caminhar, que se esmagam contra o tempo, que carregam sobre os ombros cansados sua dores, de sorriso nos lábios.

É nesses dias que vemos as crianças, sem culpa, sem mácula, porque nascidas, cedo carregam a obrigatoriedade do saber, em mochilas de livros, pelo amanhecer de cada dia, perdidas da alegria, fechadas em salas, formatadas pela sociedade que lhes nega o futuro. Crianças a quem a gargalhada tarda a surgir, a imaginação se perde, e o brincar se torna escasso, Crianças a quem a ausência dos pais, que trabalham de sol a sol, os deixam órfãos do seu carinho, do seu abraço. Crianças que com o seu sorriso, por vezes dorido, nos encantam e nos fazem acreditar que vale a pena viver.

Há dias assim, que nos trazem a revolta, que nos fazem circular o sangue a mil à hora e nos torna primitivos. A evolução da sociedade não se pode resumir ao sacrifício de muitos para o regozijo de alguns. E o que havemos de fazer? Lutar, lutar, lutar sempre!


DC

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