domingo, 3 de novembro de 2013

Depois... o silêncio e o saciar do tempo




Agora, com a distância que o tempo me propicia, apercebo-me do efeito, que naquele momento, o teu perfume exerceu em mim...


Estavas de pé encostada à mesa comprida da sala, olhavas com ar distraído algo sobre ela pousado. O preto desenhava elegantemente a tua figura feminina, realçando o teu rosto claro.

Aproximei-me, pé ante pé.

Queria surpreender-te, tapando teus olhos, deixando que sentisses a maciez dos meus dedos sobre tuas pálpebras e o perfume do meu corpo ser presença dos teus sentidos.


Queria a tua imaginação usufruindo do momento.


Queria o teu corpo, alongando-se para que se colasse no meu, sem que o ar interrompesse o teu poder de me seduzir.

Queria sentir as tuas mãos tacteando procurando descobrir.


Queria que sentisses o calor dos meus lábios passeando no teu pescoço, enquanto o pulsar do teu coração, a tua respiração apressada, se apossavam de mim.

Queria deixar que as minhas mãos fossem descendo, assumida a descoberta, saboreando cada momento que o teu corpo marcava no espaço. Intensamente... vivendo cada poro, cada segundo. Lentamente... moverias o teu corpo, rodando sobre si próprio, sem descolares um milímetro do meu e os teus lábios subiriam ao encontro dos meus esmagando-os, com a doçura do teu amor.

Ah sim, como eu queria a alegria do teu prazer surgido do sabor doce da tua boca, do calor das tuas pernas, do rubor das tuas faces, da paixão do teu olhar. Oh sim. como retribuiria eu com o sol da minha loucura, com a grandeza das coisas simples, desenhando mapas de prazer em cada pedacinho da tua pele, não regateando resposta às tuas preces entrecortadas.


Nada seria tão belo como a pausa entre cada momento que enriquece o seguinte

Depois... o silêncio e o saciar do tempo.

DC


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