domingo, 10 de novembro de 2013

VOU DESLIZANDO




Vou deslizando na superfície das águas do rio. Deixo-me levar pela correnteza, Aqui e ali fujo da margem irregular, aproveito as ondulações e a brisa para poder seguir o meu o percurso até à foz, Faz bem pouco tempo que inesperadamente me soltei do cordão umbilical da minha existência, Deixei-me ir pelos ares lentamente como se levitasse, até pousar nas águas. Senti o arrepio, da água fria e o medo de que minha estrutura se desfizesse, sem ter a oportunidade de recomeçar um novo percurso... A fragilidade, da mudança de estação, pode pôr em risco todos os planos, mas resisto sem desfalecer, até que me transforme em adubo de novo crescimento.
Há quem me chame folha, eu chamo-lhe viver.

DC

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