sábado, 25 de janeiro de 2014

Na cor do fim de tarde




Talvez não leias o que escrevo, por isso não saberás das memórias que tenho, nem saberás que ainda guardo como fotografias as imagens, dos muitos momentos em que éramos, isso, éramos dois ligados à máquina dos nossos sentimentos, como doentes, em estado vegetativo...

...sentados no banco, em pleno estio, num fim de tarde de Sábado, com a ponte desenhada no azul do céu, ficamos olhando o rio como uma linha de horizonte divide as duas cidades. O sol foi descendo até pousar lentamente sobre o mar, como se nesse devagar ele nos quisesse prolongar o prazer que sentíamos. Tu aninhada no meu abraço, que te protegia da brisa que ia ficando mais agreste, e a conversa se desenrolando na cor do fim de tarde...


É inexplicável, até indecente, pensar que há coisas mais importantes, que possam destruir esse sentimentos. Um momento que fica entranhado em nós, como aquelas nódoas que caem na roupa e não saem mais, como ficaram o perfume do teu corpo e o seu calor, as carícias, os dedos na pele, e a pele dos meus dedos, na pele dos teus dedos, e aquela dor fininha que atravessa o corpo a que se chama saudade.


Quando na rua, ela passou a meu lado, o seu perfume despertou-me... a imagem surgiu, e atrás dela as memórias, lembrando como foi bom o acontecer, naquela tarde de Sábado, em que um certo magnetismo, parou todos os relógios e nos deixou ser eternos.

DC

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