sábado, 9 de agosto de 2014

A AMANTE NECESSÁRIA



Ela linda e amorosa, cheirosa, desempoeirada e sem vestimenta de luxo, tem tudo o que é essencial. É o lugar onde me alimento e refresco meu corpo. É o espaço do meu silêncio, da minha escuta, é o meu repouso, sem hora marcada, é lugar de ver o mundo mesmo quando de porta fechada. Ela tem o recheio de muitos amigos que me contam estórias, uns a cores, outros nas suas letras, uns do alto outros mais em baixo, todos chegam, é só escolhê-los e convidar a repartir o que vai na cabeça de cada um. Por vezes, outros chegam de fora, uns mais família, outros mais amigos, gente que não demora, ficam o suficiente para dizerem presente.
Ela é a amante necessária de todas as estações, que me conforta, que me espera e marca presença, quase natureza morta. Gosto muito dela, só me falta ainda coragem para lhe oferecer as flores, que merece. Temos um casamento perfeito com todos os seus requisitos: “na saúde e na doença, até que a morte nos separe”.

É assim a minha casa.

DC

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