quinta-feira, 2 de julho de 2015

Escolhemos o Silêncio....




Olhava o céu onde as nuvens, faziam e desfaziam formas, como imagens sucessivas de um filme. Procurava encontrar a resposta adequada a esse silêncio, que escolhemos como cama das nossa incertezas. As respostas não chegavam, entretanto as pausas sem nuvens e as gaivotas voando em acrobacias deliciosas, faziam-no planar sem rede, perdendo-se, de forma abstracta, dos raciocínios. Sem se aperceber ia baixando lentamente os olhos, até encontrar a linha do horizonte, como que a sugerir que era a hora de aterrar, agarrando-se novamente à terra firme. A serenidade se apossara dele, o silêncio tinha agora um outro efeito, menos vazio, como se aquele tempo, ali passado, sentado no banco da marginal face ao mar, tivesse funcionado como uma espécie de Prozac, medicado pela natureza. Agora, sentia dentro de si a energia, necessária, para não se deixar corromper, pela modernidade bacoca, A natureza o acordara mais uma vez, para o que mais imprescindível existe no humano, a liberdade de decidir, contra ventos e marés.
O silêncio e o isolamento são uma opção, nada de mau existe nisso, fazem-lhe acreditar cada vez mais naquela frase que diz: importante não é quantos os bens materiais que possuímos, mas termos os bens que necessitamos. Ele não prescindia da sua vida, para assumir uma outra, castrada por uma vontade estranha, importante, importante é ter a mente livre e deixá-la voar.

dc

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