quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Mais além



As mãos apoderaram-se do meu rosto, enquanto seus lábios cálidos, maduros, pousavam nos meus, Sentia o calor do seu amor, o perfume de seu corpo, e os arrepios como poema escrito na sensibilidade da pele.

Os corpos se colam, o espaço entre eles é o desenho da forma, é a linha que limita o risco que no papel dá o contorno aos corpos, como a sombra a existência do ponto de luz, o volume organiza o espaço.

Somos nós no prazer, do reencontro, sem fugas, retidos no mesmo espaço onde nos apetece divagar, descobrindo o mais além, tão infinito, tão generoso, que nos permite a exaustão sucessiva, e a retoma ao ponto de partida, como ondas que se repetem na existência do mar. Todo o ar está cheio de nós, o que nos rodeia assume o brilho dos nossos olhos, Nós somos aquilo que sempre fomos, e, se alguns dias nos afastam no calendário, será no prazer de um tempo, que queremos nosso, que se fará a eternidade do que nos une.


dc

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