segunda-feira, 21 de setembro de 2015

DE costas voltadas



Perdemo-nos nas minudências, nos jogos do poder, esquecemo-nos do que entendíamos ser, dois são mais do que a sua soma. Valorizamos o que não presta, e não aceitamos o que é da natureza da vida . Agarramo-nos cobardemente à superfície, das coisas para não entrarmos mais fundo nas emoções e na razão que nos levam à partilha, de sermos capazes de aceitar o outro invadindo o nosso próprio espaço temporal. Somos solidários, nas ruas e abrimos as portas aos outros, mas fechamo-nos a nós. Temos medo de correr ao lado pelo simples prazer de desfrutar, queremos sempre chegar em primeiro. Há quem troque uma corrida na estrada de conversas recheadas de risos e emoções no seio das gentes, pela obsessão de chegar primeiro, para ganhar a medalha que morre na vitrina, que é importante para auto estima, mas perdem a realidade de sentirem vivos.
São coisas da vida, temos o pássaro na mão, confiante alegre e de repente, procuramos assenhoramo-nos da sua liberdade e da sua natureza, mesmo sabendo que não o devemos fazer, e surpreendemo-nos quando morre, porque apertamos de mais os dedos para que não fugisse.


dc
...A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável. O sofrimento é opcional...
Martha Medeiros


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