segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Segredo entre lábios



Quando os lábios se misturam, nesse beijar de bocas inquietas, de línguas conversando, de sabores se cruzando, tudo em nós se altera, deixando-nos a mente vazia, o sangue afluindo à superfície da pele, e o coração se acelerando em desejos e emoções que as palavras escasseiam no descrever.
Como se explica a maciez dos lábios, uns se encontrando nos outros, o calor que emanam, a mordida leve, a sofreguidão e ansiedade na procura, querendo, cada boca, saber da conversa invisível que ali acontece. Comportam-se como invisuais, tacteando na descoberta, querendo memorizar a existências dos contornos e prender os sabores no temido findar. Não existe ampulheta, mecanismo que estabeleça o tempo, nem quando finda. Sabe-se, por vezes, as bocas são atrevidas, se afastam percorrendo caminhos mais alargados, indo mais fundo, surpreendendo-nos nessas outras experiências, no entanto regressam sempre ao princípio, nesse selar de amor e paixões que ficam no segredo entre lábios.

dc

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