domingo, 10 de janeiro de 2016

Tempo de ESPERA



Não sabes, mas eu fui lá, Esperei no tempo, não na esperança, pois desta teria, ou deveria estar mais convicto...não sei se foi a chuva, ou o vento que tudo fez parar... fiquei sozinho em silêncio, como se deve ficar...sem nada me apoquentar, Nada se pode fazer quando a vontade não chega e na carruagem dos dias a carga é intensa e as respostas são lentas... Olhei o brilho que vinha das barras de aço, a ferrugem depositada nos madeiros, a  negrura do óleo no cascalho onde sobressaiam os parafusos poderosos de fixação... Olhei os fios eléctricos pendurados do céu, que faziam a malha que decorava o espaço cinzento das nuvens, neles as gotas da chuva, minúsculas esferas brilhantes, depositadas como peças de roupa. A voz de fundo anunciava o vai e vem dos chegados e dos que partiam como banda sonora do vazio que me rodeava.
    Virei as costas ao momento, dirigindo-me para o carro estacionado... Deixei que a chuva entrasse pelo meu corpo, como se me quisesse lavar, ia escorrendo pelo cabelo, entrando finamente pelo pescoço até dentro gelando o peito...
    Amanhã tudo será diferente, talvez mudando a espera pela esperança... Na verdade o tempo não se recupera, acontece!
dc




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