quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Através das Janelas



por trás da janela,
descendo, ou subindo,
vidas se movimentam
na especulação dos dias
sem prever quando caem
ou quando se levantam,
nem quando o azedo
ou a doçura
se fazem presentes.

vidas, através de janelas
mais ou menos discretas,
mas todas vidas concretas,
existentes nas ruas, ou vielas,
com estórias que falam delas.
nem sempre vistas de fora,
nem sempre janelas com horizonte,
às vezes, só mesmo luz como fonte.

difícil olhar um sol ambicioso
através do embaciado destino,
que o vidro caprichoso
afasta do nosso caminho.

ficamos subindo e descendo,
descendo e subindo,
num sucessivo crescendo,
à espera que num dia radioso
toda a dor se torne ausente
num mundo sem janelas
com a liberdade presente.

dc

 




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