Escrevi nas tuas pernas o romance de
uma vida, mais do que as tocar para percorrer com os dedos, usei o marcador que
te ia provocando coceira divertida, e não a excitação que as palavras no seu
conteúdo possuíam. Era a necessidade de deixar memória escrita do nós, para
além daquilo que fisicamente sentíamos.
Cada palavra foi escolhida na partilha
de desejos, sentimentos, emoções e vontades. Cada vírgula um toque subtil, cada
acento um reforço do gozo, cada parágrafo, uma pausa para que romance físico se
desenvolvesse. Momento a momento fomos preenchendo o espaço disponível,
tatuando as tuas pernas com as letras, as palavras, as frases construídas e
tudo saboreado com aquilo que lhe deu origem...o que fazer para que não se
torne efémero o que se passou? A escrita pode esbater-se, ou pagar-se, pela passagem da água e do tempo e tudo
ficará como resquício de memória... mas o que vivemos ...espero que reste
eternamente.
dc
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