sábado, 19 de março de 2016

Que se lixe





Me espanta o que se desconhece, de quem pensamos conhecer, estamos tão habituados a uma bitola do que consideramos conhecer e partilhar, que de repente, ouvimos algo que nos deixa confusos: “será que ouvi bem?” Só nessa altura descobrimos o que desconhecemos, e quantos erros cometemos, nas analises que fazemos uns dos outros, que pensamos: “o melhor é estar calado e não dizer o que penso, pois se o digo fico tudo piora.” É uma parte de nós que fechamos, e nem sempre a fechamos com propriedade, é mais naquela ideia de pensar - não tenho que dizer tudo. Não é o dizer tudo que está em causa, é não saber avaliar, o que desse tudo, é importante para a partilha daqueles com quem contamos e vivemos o nosso percurso com prazer dos dias. É troncar um conhecimento de nós que pode ser clarificador, daquilo que o outro é, do quanto estou disponível para o seu eu. Por isso eu digo não quero que me inibam de dizer e de ser, não me reduzam a liberdade, fazendo-me a saudade do só que não desejo. Não me tragam tempestades, só porque o dia nasceu cinzento, nem me julguem na brevidade. Há quem diga, que é “doença” dos latinos, quando estão felizes logo rápido inventam razões para duvidar e pensar, que começar o dia a rir, ao anoitecer vai acabar por chorar. 
Que se lixe, não quero ver tudo a preto e branco, quero o fogo quebrando o cinzentismo dos dias.

dc

Sem comentários:

Enviar um comentário